𝑷𝑶𝑰𝑺𝑺𝑶𝑵 𝑫'𝑶𝑹

i can't drown my demons, they know how to swin

jimin sentava-se frente a piscina, seu treino já havia acabado a uns trinta minutos, e seu treinador já havia saído, mas ele mantinha suas pernas dentro na piscina enquanto sentando na borda, e estranhamente a emoção já não era a mesma de quando ele era criança.

costumava amar nadar e sonhar com isso, seu passatempo preferido era nadar e ficar na água.

sentia paz quando o fazia, sua felicidade nesse tempo era genuína.

por isso é que sua mãe havia decidido colocá-lo em aulas de natação profissional.

ficou alguns meses nas aulas, mas seu treinador vendo que o menino levava jeito para a coisa o colocou para competir. e quando ganhou sua primeira medalha de ouro após competir pela primeira vez, fora então apelidado de peixinho dourado.

mas foi bem aí, um tempo depois, que natação deixou de ser legal e divertido e se tornou pesaroso, perdendo a graça.

é como um hobby que se tornou trabalho.

sua mãe só sabia cobra-lô e seu treinador exigia cada vez mais dele; eles o levavam ao cansaço físico e mental.

porém não era apenas isso, o próprio jimin não via mais sentido nisso, mesmo não querendo admitir.

jamais contou para alguém que na verdade estava começando a odiar a natação, e fazia de tudo para poder faltar as aulas, e que nem dava mais o seu melhor.

existe uma grande diferença entre ser bom em algo e fazer aquilo porque é bom, e entre fazer algo porque gosta apesar de não ser tão bom ou até mesmo ser razoável.

e para todos, os juízes e expectadores, jimin era bom, mas como ele mesmo não gostava mais do que fazia se sentia insuficiente, e perdia cada vez mais a motivação.

todas aquelas medalhas, títulos e condecorações não mais significavam nada, nada positivo.

as consequências de suas próprias escolhas feitas em liberdade o levavam para um confinamento, ironicamente.

talvez jimin apesar devesse desistir, como já havia pensado em fazer inúmeras vezes, mas honestamente ele não conseguia.

se sentia um tanto ingrato e egoísta demais, a natação era como uma oportunidade única em sua vida, que se sentia burro e arrogante em desperdiçar, e o dinheiro que ganhava em suas competições era bem útil para sua mãe, que precisava daquilo e o incentivava a competir.

parecia egocêntrico apenas pensar em seu bel-prazer, mas também parecia doloroso demais passar uma vida inteira fazendo aquilo que não gostava.

mas no fundo, preferia não fazer nada com isso, apenas faltar nos treinos e acumular o cansaço, incapaz de dar um basta ou resolver a situação.

resolveu se levantar depois de uns bons minutos e enrolou a toalha sobre seus ombros, enxugando seus cabelos.

ia em direção aos chuveiro para que depois pudesse finalmente ir para a casa e tentar descansar e achar outro algo no qual ele pensasse que valia a pena.