Prólogo

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Adaptação da fanfic de mesmo nome da Emily-Pierce

"Desculpe senhor, mas terá que sair dessa casa..." As palavras do corretor de imóveis ecoavam pela minha mente e se misturavam com as do médico que ficou responsável pelos meus pais no dia do acidente "Sinto muito, Jungkook, mas seus pais não sobreviveram..."

Minha vida estava acabada. Eu estava acabado. Não tinha mais casa, não tinha mais ninguém, não tinha mais nada... Nem dignidade.

Há setenta e duas horas havia recebido a pior notícia de toda a minha vida, meus pais foram vítimas de um fatal acidente de carro. Eles haviam saído para uma viagem de trabalho em Nova Jersey, era uma coisa rápida e iriam num dia para voltar no outro. Mas eles nunca voltaram e eu estava completamente sozinho no mundo.

Como se já não bastasse, dois dias depois dessa notícia, fui procurado pelo advogado da família. Meus pais estavam com uma grande dívida e nossas contas bancárias estavam negativas, então o único bem que havia sobrado em nosso nome era a casa... A dívida era extremamente alta e nem que eu trabalhasse minha vida inteira conseguiria pagar. Nem a poupança que meus pais tinham guardado para os meus estudos e um futuro carro era suficiente para cobrir tudo aquilo. A única escolha, escolha não, saída, era entregar a casa onde eu morava.

E ali estava eu, andando no centro de Nova Iorque, totalmente sem rumo. Já era noite e eu tinha passado a tarde inteira procurando um emprego, mas não era aceito em lugar nenhum.

Lanchonete, botecos, lojas, supermercados, ninguém me queria... Eles diziam que era novo demais para trabalhar e quando explicava minha situação, os donos dos recintos me mandavam tentar seguir uma carreira de ator ou escritor por conseguir "criar" uma história dessas e conseguir "atuá-la" tão perfeitamente.

Eu estava exausto de tanto andar, tinha a impressão de que meu sangue não circulava por todo meu corpo devido ao frio que estava sentindo e aquele vento de início de inverno batendo em meu rosto banhado de lágrimas não cooperava em nada. Era noite, as ruas estavam vazias, nem carros mais passavam pelas ruas. O comércio já estava todo fechado e eu era o único insano a vagar sozinha pelas calçadas naquele horário. Pela falta de movimentação eu deveria estar em algum bairro muito longe do centro porque aquilo estava longe de ser "a cidade que não dormia".

Eu já não tinha mais nada... Só a certeza de que em quarenta e oito horas iria ser despachado de minha casa e se não arrumasse lugar para morar estaria de baixo da ponte ou indo para o central park.

Minhas pernas começaram a ceder, não me deixando escolhas a não ser me sentar em um banco mais próximo. Meu corpo padeceu e eu adormeci ali, apenas esperando a morte chegar, ou talvez, um milagre...

Já estava ali há muitos minutos quando dedos longos e finos acariciaram meus cabelos me despertando. Aquilo só poderia ser uma brincadeira de mau gosto, o jeito que mexiam em meus fios era exatamente como minha mãe costumava a fazer quando eu pedia consolo.... Meu peito doeu de saudades.

Era um carinho gostoso e acolhedor mas, por mais que a sensação fosse ótima, eu não sabia de onde vinha tal toque e por isso me levantei assustado.

— O que um jovem como você faz aqui sozinho? — Uma voz doce falou comigo assim que levantei minha cabeça para encará-la. A dona do carinho reconfortante era muito jovem e bonita, tinha longos cabelos castanhos um tanto ondulados que emolduravam perfeitamente seu rosto fino, seus lábios estavam bem marcados por um batom vermelho vívido e seus olhos por uma maquiagem preta e bem feita.

A forma que ela falou comigo me assustou um pouco e eu me esquivei.

— Hey, não precisa ter medo de mim...

— Quem é você? — Forcei minha voz, mas ela saiu como um sussurro.

— Meu nome é Meredith... — Sorriu amigavelmente. — E o seu?

— Jungkook.

— E então Jungkook, não vai me dizer por que está aqui as duas da manhã nesse frio? — Meus olhos se encheram de lágrimas novamente e pelo canto de meus olhos elas transbordaram.

— Eu não tenho mais nada... — Suspirei. — Não tenho nem pai, nem mãe e nem casa para morar...

— Foi o que eu imaginei... — Pegou minha mão. — Tenho uma proposta para você, querido. — Começou. — Já vou avisando que não é algo muito digno mas pelo menos terá uma casa pra morar, comida e um trabalho... — Cerrei meus olhos, desconfiado. Era um milagre, só podia ser. — Venha, vou te levar até um lugar e no caminho faço minha proposta. — Eu assenti. Ela não poderia ser capaz de me fazer mal, estava me oferecendo abrigo e isso era a única coisa que eu precisava, e afinal, o que ela iria conseguir tirar de mim? Eu já não tinha nada.

Meredith era responsável por uma casa de prostituição em SoHo (Sul de Houston), um bairro em Manhattan, um dos mais bem conceituados da região e ela queria que eu fosse um de seus garotos. No caminho ela me explicou como tudo funcionava, o quê e como deveria trabalhar, quanto iria receber e como seria minha vida se eu aceitasse...

A proposta era extremamente assustadora, eu nunca em hipótese alguma tinha pensado em ser prostituto, nunca nem sequer havia cogitado isso, e ali estava eu, aos meus dezesseis anos, de frente com uma cafetina que me queria em sua casa de prostituição. Não fazia nem ideia de como funcionava tudo aquilo e nem experiência no assunto eu tinha, ainda era virgem e era uma negação quando o assunto era sexo. Eu ainda nem tinha certeza da minha sexualidade, talvez eu sentisse atração por homens mas nunca havia me relacionado com nenhum para ter certeza, e não estava ansioso pra tentar, principalmente dessa forma. Mas eu não tinha escolha...

Depois de uma viagem longa chegamos a uma até então boate, na frente dela havia vários carros luxuosos estacionados e eu conseguia ouvir as batidas da música lá de dentro. A fechada era vermelha e luzes coloridas e fortes marcavam o nome do lugar; SoHo Dolls, que era acompanhado com o desenho de uma taça de martini.

— Não precisa me responder hoje, Jungkook... – Meredith falou ao perceber o pavor em meus olhos. – Eu te dou uma semana para pensar, ok? Enquanto isso você pode ficar aqui apenas conhecendo, pode descer e ver como são as noites para ter certeza de que é isso que quer mesmo. – Pegou minha mão e fez um carinho ali. – O que acha de entrarmos e você comer alguma coisa, tomar um banho quente e descansar? Amanhã voltamos a conversar.

Essa não era a vida que eu queria para mim, não queria vender meu corpo para sobreviver mas parecia que eu não tinha escolha. Meu sonho era entrar em uma faculdade e me formar, ser bem sucedido e reconhecido pelo meu trabalho e tudo isso tinha ido por água abaixo. Meredith tinha me oferecido tudo que eu precisava, abrigo e emprego... Eu não tinha outra opção a não ser aceitar. Ou morrer de fome.

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Essa fanfic é uma delicinha... Li quando eu tinha meus 13 anos e navegava pelo nyah da vida, meu paikkk Depois de tanto tempo, fui atrás da autora e pedi permissão pra transformar essa belezinha em uma história yaoi aaa

Ah, a Emily-Pierce está reescrevendo essa mesma história, porém como uma original e com várias alterações... Se vocês puderem, vão lá dar amor pra essa pessoa maravilhosa <333

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