four.

131 16 4
                                    

Quando abro os olhos, percebo que não estou em um hospital, o que me deixa menos decepcionada. Mas ainda significa que estou viva, que não tive uma hemorragia. Apenas desmaiei.

Meu corpo manchado de sangue, ainda trancada no banheiro. Limpo, sem pressa, todo sangue em todo lugar. Mesmo sabendo que vou ter uma recaída e me machucar de novo, cuido dos meus machucados. Sinto a falta de suas mãos fazendo isso por mim. Lavo cada ferida com água e sabão neutro, apesar de arder, já estava acostumada com a ardência. Cada rasgo de cada tecido da minha pele que foi ferido, aplico anti-séptico para evitar alguma possível infecção.

Tomo pílulas. Para dormir, para não sentir a dor, nem a depressão, e que me ajudam a não pensar tanto. Porque tudo é como uma síndrome incansável, onde pensamentos e mais pensamentos pessimistas te puxam para baixo e quanto menos agir, mais tristeza te afogará no ciclo vicioso.

Batidas, alguém bate na porta do banheiro. Mais e mais batidas. Ninguém chama, apenas batidas. Respiro fundo, com a ansiedade a mil, não sabendo o porquê. Batidas, minha cabeça dói. Acabei de tomar remédio para dormir, para dor é anti-depressivos, mesmo sabendo que vou ficar chapada com essa mistura.

Aspiro profusamente, girando a maçaneta, olhando para o vazio, o nada ainda presente que logo some, quando ela aparece. Novamente, ela. Não sei se a abraço ou a mando embora novamente.

Eu a amo, mas esse amor a machucará.

in tears ❅ camrenOnde histórias criam vida. Descubra agora