Cap. 1: Arrependimento e Chance

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A chuva estava encharcando suas roupas, mas Arlin não importava-se com isso. Seu corpo não conseguiria se mover, mesmo que ele quisesse, afinal. Por todo o seu corpo, desenhos vermelhos similares a correntes impediam que Arlin controlasse seu próprio corpo.

Seu cabelo, que antigamente era longo e 100% louro, agora possuía manchas vermelhas - o mesmo acontecia com seus olhos dourados que, agora, possuíam manchas vermelhas. Suas roupas, que agora estão quase todas rasgadas, eram em tons de marrom e preto - muito diferente das cores vivas que ele usava antes.

Arlin duvidava muito que alguém conseguisse reconhecer o "Filho Orgulhoso do Mestre de Áries", também chamado de "Orgulho de Sirius"; caso alguém tenha sobrevivido ao ataque do Império de Sangue - durante sua jornada, tudo o que Arlin ouviu foram meros rumores sobre os sobreviventes do Império das Estrelas.

Se ele fosse sincero consigo mesmo, Arlin admitiria que ele sabia que era uma armadilha e que ele sabia o que ia acontecer: ele iria morrer. Depois de anos, ele finalmente receberia o mesmo fim de sua família, seus amigos e seu povo.

- Finalmente peguei você, florzinha. - Um lindo elfo de sombras desceu de um cavalo com armadura de ossos.

Arlin reconheceria aquele elfo em qualquer lugar. Seu nome é Sirai, o braço direito do Mestre das Trevas - que, agora, também é chamado de Imperador. Quando as tropas atacaram a muralha do palácio, Sirai e o Lorde estavam lado a lado - foram eles que ordenaram a morte de sues pais.

- Por que você estava me procurando? - Arlin falou olhando nós olhos de Sirai. - Nós não somos tão íntimos assim.

Sirai deu uma risada maléfica, sendo seguida pelos seus soldados - todos elfos sombrios. Diferente dos elfos da luz, como Arlin, os elfos das sombras utilizam magia negra - também chamada de demoníaca, muito conhecida por seus métodos brutais e sanguinários.

- Você é realmente muito engraçado, Arlin Lux Sirius, o filho do ex-líder de Sirius e do ex-mestre de Áries. - Durão zombou enquanto se aproximava do corpo imobilizado de Arlin. - Seu pai me deu muito trabalho, sabe. Você vê isso? Foi ele que fez. - Ele disse apontando com o dedo para um corte embaixo de seu olho esquerdo.

Arlin sentiu um certo orgulho florescendo em seu peito. Seu pai pode ter morrido, mas ele o fez lutando até o fim - agora, tanto Sirai quanto os elfos sombrios, serão obrigados a lembrar do Líder de Sirius.

Notando que Sirius pegará uma faca de um de seus soldados, Arlin entendeu o que ela queria seguir o ditado "olho por olho, dente por dente" - mas, Arlin decidiu que ele já estava cansado dessa perseguição incessante. Ele decidiu que iria morrer hoje, mas, não faria mal levar alguns elfos sombrios com ele.

- Agora, ninguém vai olhar para esse seu rosto e dizer que ele é bonito. - Sirai disse enquanto aproximava a faca do rosto de Arlin.

Quando Sirai estava bem próximo, Arlin ativou a matriz de auto destruição que ele tinha impresso em seu peito - um método mortal para o receptáculo e para todos ao seu redor. Ele havia feito ela alguns anos depois do ataque, uma maneira de dizer para todos que ele estava pronto para morrer.

Em uma explosão de luz, Arlin, Sirai, os soldados sombrios e o morro em que estavam desapareceram - deixando uma grande cratera no chão e elfos das aldeias próximas confusos.

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Lentamente, Arlin abriu seus olhos dourados, revelando para sua surpresa um lindo teto azul com o desenho de estrelas. Piscando algumas vezes, ele percebeu que não estava sonhando - ele realmente estava vivo. Olhando para as suas mãos, ele não encontrou nenhum sinal de ferimentos ou cicatrizes.

Ao tentar mover a sua perna, ele sentiu um pouco de dor na perna direita. Ao olhar para ela, ele viu que a mesma estava enfaixada, desde a sola do pé até um pouco abaixo do joelho. Em sua mente, Arlin tentou se lembrar do motivo de sua perna estar ferida - infelizmente, ele não conseguiu pensar em nada.

Com cuidado, ele abriu as cortinas do dossel e desceu silenciosamente da cama. O quarto estava exatamente como Arlin lembrava-se: paredes verde azuladas, sua cama espaçosa com dossel, um armário, uma penteadeira e uma porta que levava ao seu banheiro. Se fosse um sonho, ele não queria acordar.

O som da porta abrindo fez com que Arlin olhasse em sua direção, sua mão instintivamente indo em direção a sua cintura (aonde, em seu "antigo corpo", ele carregava uma faca). A pessoa que entrou no quarto era Faela, sua antiga empregada.

Incapaz de se segurar, Arlin derrama algumas lágrimas silenciosas.

- Bom dia jovem mestre. Como vo- Jovem mestre?! Por quê está chorando?! É a sua perna? Vou chamar um médico!

Arlin abraçou Favela com força, recusando-se a soltar ela novamente. Da última vez, Favela acabou morrendo - ele não quer que isso se repita. Ele não vai deixar isso acontecer.

Os Descendentes do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora