Capítulo único.

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Quando eu imaginei que tudo estava perdido, fui enganado pelo destino.

Ver a minha garota chorando, quebrou meu coração. Seu rosto inchado e seus olhos levemente vermelhos me deixavam com um sentimento melancólico.

— Estou tão cansada.

Foi isso que ela disse. Cansada do amor, da pressão exercida a ela, de tudo.

Eu a abracei ali mesmo, na calçada, passando o calor do meu corpo para o dela, na esperança que acalentasse um pouco seu coração. Assim que sua respiração voltou ao normal e suas lágrimas foram secadas, a levei até minha casa.

Não era um bom momento pra deixar ela sozinha, conhecia aquela garota. Minha garota. Sabia que iria se enfiar debaixo do cobertor e chorar até a água do seu corpo acabar.

Enquanto pedalava senti seus braços pela minha cintura. Ela estava em um momento frágil, e eu não pretendia me aproveitar disso, só não queria vê-la sofrer. Quando chegamos ao destino, guardei a bicicleta e a guiei para dentro de casa, mesmo que ela já soubesse onde era meu quarto.

Sua bolsa foi jogada em cima da minha cama assim que entrou e então seu choro voltou, mesmo baixo, era facilmente perceptível.

Meu coração se quebrava cada vez mais a cada fungadinha que ela dava.

— Vem aqui.

A chamei.

E ela obedeceu.

Meus braços abertos pareceram um convite tentador à ela, que se jogou neles chorando um pouco mais alto.

— Vamos fazer o seguinte, avisa sua mãe que vai passar a noite fora na casa de sua melhor amiga.

Digo enquanto seguro as laterais do seu rosto com as mãos, secando com meus polegares as lágrimas ainda molhadas no rosto.

— Vou avisar. — Sua voz manhosa e embargada derretia meu coração.

— E então, você vai dormir aqui. Não vou te deixar sozinha nessa situação.

Depois de ver ela concordar levemente com o aceno de cabeça, lhe dei um beijo na testa. Tirei os braços ao redor dela e peguei uma camiseta no guarda-roupa rapidamente.

— Vamos, toma um banho e vem pra cá, vou estar te esperando. Temos muito tempo até a noite.

Lhe entreguei a peça de roupa e uma toalha limpa que estava pendurada. Ela deu um leve sorriso e concordou.

— Obrigada Luka.

Depois de me trocar, deitei na cama para esperar o banho dela ser tomado.

Quando dizem sobre destino, eu nunca sei se devo acreditar ou não. Nunca tive uma opinião formada sobre isso.

Mas depois de hoje, talvez eu comece a acreditar nele sim.

Eu nunca faria algo para a forçar gostar de mim, eu sempre respeitei e sempre respeitarei seu tempo, mesmo que seus lábios rosados me pareçam ótimos, nunca faria algo sem seu consentimento.

Aparentemente fiquei tempo demais pensando sobre destino ou sobre os lábios da garota que estava em minha frente, acanhada.

— Vem.

A chamei para deitar comigo e cheguei para o lado para dar espaço suficiente para que ela se sentisse confortável. Mas uma coisa me surpreendeu.

Essa garota sempre me surpreende.

Ela puxou meu braço que estava por baixo e deitou seu pescoço nele, ficando relativamente perto. Perto demais.

— Posso dormir um pouco?

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