Capítulo 2

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Quando Natalie adentrou seus aposentos, seu primeiro instinto foi se jogar na cama com dossel e dormir pelo resto de sua vida. Sabia que havia sido grosseira com sua irmã e cunhada, mas simplesmente não poderia suportar outra conversa sobre como sir Michael era um bom partido e como ela estava agindo feito tola.

Sabia que o homem demonstrava interesse por ela e, apesar de ter consciência do apoio de sua família para um possível laço matrimonial com ele, Natalie simplesmente detestava a ideia.

Não era como se ansiasse por um casamento por amor, ela não acreditava que tal sentimento existisse. É claro que amava sua família e nutria carinho por algumas colegas, mas não achava possível amar um homem com todo seu coração e entregar-se a ele de corpo e alma.

Era tolice, ela pensava, mas certamente, se tal sentimento fosse possível, jamais tomaria posse do coração de uma pessoa tão impura quanto ela.

Sabia que aquilo que lhe acontecera há cinco anos não era sua culpa. Um lobo mau, disfarçado na pele de um cordeiro, era uma das coisas mais antigas do mundo, mas ainda assim ele a tocara. Havia a destituído de sua inocência e era por conta daquele acontecimento que Natalie prometera a si mesma que jamais abaixaria a guarda.

Qualquer homem poderia ser um lobo mau em potencial, precisava apenas do incentivo correto. Era por isso que, apesar da lábia e do sorriso fácil de sir Michael, Natalie mantinha distância.

O homem aparecera pela primeira vez na casa da família quando Henry ainda estava em Cambridge. Ambos se formaram juntos, e, apesar de ter uma origem muito mais humilde que a dos Blackburn, Michael conseguira manter um status elevado em meio à nobreza, graças ao seu apadrinhamento por lorde Lawford e, mais recentemente, por seu cargo como diplomata.

De qualquer forma, nobre ou não, Natalie simplesmente não desejava se casar com ele. Se dependesse dela, passaria o resto da vida no sótão, pintando quadros e mais quadros, mas sua consciência era mais realista que seus desejos, e ela sabia que mais cedo ou mais tarde precisaria se casar.

No entanto, quando Valerie Blackburn abriu a porta dos aposentos de Natalie e adentrou o cômodo com rapidez, a jovem sentiu seu batimento cardíaco se acelerar. Havia evitado a mãe durante todo o dia e, certamente, não estava pronta para mais uma conversa exaustiva sobre casamento.

— Natalie, querida — Valerie a chamou, sentando-se ao seu lado na cama. — Não nos vemos desde que chegamos de Londres pela manhã. Você está bem? Pensei que estivesse indisposta pela viagem, mas não a encontrei em seus aposentos hoje mais cedo.

A filha se empertigou e fitou os olhos castanhos da mãe, que a observavam com atenção.

— Estou bem, mamãe — ela respondeu. — Estive pintando e depois fui até o lago, para fazer um piquenique com Mary e as outras...

O Mistério de Lady Natalie | Irmãos Blackburn 2  [APENAS DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora