Meia noite.

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Depois de passar por vários perrengues ano passado, pensei que seria melhor ver e rever minhas atitudes. Já se passaram 2h que o ano acabou, e realmente estou ansiosa com o que pode acontecer. — Desabafo com Patrick, enquanto o levava até o portão da casa do seu Alberto.

— De uma coisa eu tenho certeza.. meu ano já começou bem só por ter você ao meu lado mais uma vez. — Ele ri, me deixando tímida.

— Para seu bobo. — Empurro ele de leve. — Uma pena que não pode ficar. — Faço um bico.

— Foi mal, Gabs. Tenho que ajudar minha madrinha amanhã cedinho, amanhã eu encontro você, tá?! Eu vou nessa, se cuida.

Patrick se despede com um beijo no meu rosto e vai para sua casa. Dei meia volta e fui em direção ao jardim, reparei que o céu estava lindo, então me deitei na grama e olhei para as estrelas. Por um momento esqueci de toda a bagunça dentro daquela mansão, era só eu e a tranquilidade, fechei os olhos e senti aquela brisa.

— Posso me juntar a você? — Pergunta o menino que evitei a festa toda.

Impossível não reconhecer aquela rouca voz de Vicente. Meu coração deu um pulo que pensei que ia sair do peito, mas continuei ali, em silêncio.

— Vou entender como um sim. — Diz Vicente.

Senti se movimentar ao meu lado.

— Droga. — Murmurei.

— O que disse? — Pergunta ele, interessando em qualquer sinal que venha de mim.

— Você tá me atrapalhando, será que dá pra tomar distância. Não percebeu que estou te evitando? fiquei a festa toda longe de você. — Digo de olhos fechados, tentando evitar olhar pra aquele rosto que me fez mal e tão bem.

— Poxa, Gabs. Eu só queria te desejar um feliz ano novo. — Ele disse entre suspiros, deu pra perceber que ele não estava bem também.

— Meu ano só vai ser feliz se eu não precisar mais ver você. — Engulo seco.

Foi pesado demais, me senti muito má. Vicente saiu dali com leves passos, ele não conseguio nem falar mais nada.
Abri meus olhos e me soltei um suspiro, se eu tivesse visto aquela carinha de cão sem dono.. eu nem sei o que ia acontecer.

— Esse ano é de mudança Gabriela, esse ano é de mudança. — Repeti para mim várias vezes.

Vicente pov's.

Depois do esporro que ganhei da Gabriela resolvi me deitar, descobri que ia dormi na mansão e tinha que achar um lugarzinho, já que a mansão tava bem cheia. Os empregados, bem, na aquela ocasião deixaram de ser empregados e foram curtir. Tive que me virar pela casa.

— Vicente, o que ta fazendo aqui? Vai curti a festa rapaz. — Disse Diogo vindo em minha direção.

— É que não to afim de ir pra bagunça, quero deitar. — Respondo curto e grosso.

— Já sei do que precisa. — Ele me entrega um copo com bebida alcoólica. — Só pra me assegurar, você é de maior, né? — Pergunta ele entre um sussurro.

— Sou sim. Mas não sei não ein.. — Digo com uma certa dúvida.

— Só bebe, você vai se sentir melhor. — Ele sai me deixando com aquela dúvida, mas qual seria o problema de beber só um pouco? não vai dar em nada.

Então o fiz, bebi aquilo que desceu queimando pela minha garganta, acabou rápido demais e fui atrás de mais na cozinha. Acabei pegando uma garrafa e fui para perto da piscina.

— Se eu só faço burrada, não seria novidade eu fazer mais uma agora. — Converso comigo mesmo um bom tempo.

Minha garrafa já estava quase vazia, já minha cabeça estava cheia, aquela bebida só fez florescer mais minha saudade pela Gabriela, eu não sei onde o Diogo diz que eu me sentiria bem, estou péssimo, idiota.

— IDIOTA, EU SOU UM IDIOTA. – Gritei.
As coisas tava tão animada lá dentro, que duvido muito que alguém tenha escutado.

Resolvi pular na piscina, com roupa e a garrafa.

Virava a garrafa sem me preocupar com nada.

— Ouvi seus gritos, o que está fazendo? — Gabriela aparece de trás do arbusto.

— Estou tentando afogar minha saudade por você. — Sorrio e viro a garrafa na boca. — Tá muito difícil pra mim.

Gabriela olha pros lados tentando não encontrar meu olhar, sei que ainda mexo com ela, mas ela realmente era difícil. Então ela se vira pra ir embora.

— Gabs, tenta afogar sua saudade também. — Peço.

— Diferente de você, eu não bebo. — Ela fala de costa pra mim.

— Ri. — Afogar na piscina, eu nunca ia te oferecer isso. E mesmo se quisesse, já está vazia.

— Vou só molhar meus pés, porque tá quente. — Ela se vira e vem em direção a piscina.

Meu coração pulou e eu só sabia rir, fui mais perto da borda.

— Não fique muito próximo, eu ainda estou magoada com você. E só estou aqui porque pode estar bêbado e amanhã não vai se lembrar disso. — Ela disse.

— Não vou me esquecer disso nem se eu bater a cabeça. — Digo olhando pros lados.

Gabs pov's.

— Minhas bochechas queimaram na hora, graças a Deus a luz ali era fraca e não dava pra ver que estava com vergonha. — Acredito que não. — Ri sem graça.

— Quer apostar? Pergunta Vicente.

— Se você ganhar quer o que? — Pergunto com uma das sobrancelhas levantadas.

— Um beijo. — Ele disse como se nem fôssemos ex, agiu bem natural.

A última cesta Onde histórias criam vida. Descubra agora