7° - O Jardim Secreto

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Pov. Alecsandro

Acordo no dia seguinte com a luz do sol em meu rosto, pois havia um pequeno vão entre as cortinas, permitindo assim que o sol entrasse, então me viro para o outro lado e fico deitado por um tempo ainda meio sonolento.

Quando me vem lembranças de ontem a noite, mais especificamente depois que eu e Nicholas saímos da festa.

Me lembro do jardim secreto, de Nicholas e eu sentados em balaços e de nossa longa conversa, conversa essa que não tínhamos a tempos.

Para ser mais claro, depois que saímos da festa, Nicholas nos levou ao jardim secreto do castelo, que fica escondido entre as paredes do mesmo, então se é necessário apertar um certo botão atrás de um dos quadro do corredor, abrindo assim uma passagem que nos leva a um outro corredor bem menor, estreito e com pouca iluminação, mas ao chegar no fim do mesmo nos deparamos com uma cortina feita de trepadeiras e ao passar por esta há um lindo jardim com uma enorme árvore em seu centro e dois balanços pendurados em um de seus galhos, o local tem uma alta cobertura de vidro permitindo assim ser iluminado pela luz da lua.

Aquele era nosso lugar, meu e de Nicholas, quando crianças nos dois vivíamos brincando naquele jardim, e até hoje diria que praticamente ninguém além de mim, Nicholas e seu avô sabiam daquele lugar, a propósito foi seu avô que nós mostrou o lugar.

Se antes eu tinha um problema com o que eu sinto pelo Nico agora isso só aumentou, passar o tempo com ele sem se preocupar com nada, apenas jogando conversa fora, ver ele sendo ele mesmo sem toda aquela etiqueta de realeza é realmente fascinante para mim, ver seu sorriso quando começa a falar sobre as coisas que gosta, seus planos malucos com coisas que gostaria de fazer se fosse apenas um cidadão normal, eu não queria mas é difícil olhar para dentro dos olhos dele e não ficar admirando.

Eu me sinto até culpado por este sentimento, me pergunto o que meus pais diriam ao saber que talvez eu não queria me casar com uma garota, que não poderia dar netos de sangue para eles porque só consigo gostar de homens, mesmos os tempos terem mudado e se tornou mais aceitável a homossexualidade no planeta, é sempre uma surpresa quando alguém da realeza se assume e sempre tem àqueles que ainda não aceitam, e isso é o que mais me preocupa, pensar que talvez meus pais poderiam não me aceitar do jeito que eu sou, não gosto muito de pensar sobre isso e nessa possibilidade.

Saio dos meus devaneios ao escutar uma pequena batida na porta que faz com que eu tenha que me levantar da minha cama tão confortável e procurar por um roupão que possa me cobrir o corpo e então vou abrir a porta, vendo uma empregada do castelo do outro lado, dizendo que minha mãe e o rei e a rainha estavam me esperando na sala de jantar para o café da manhã, depois disso ela pediu licença seguindo pelo corredor até sumir da minha vista.

Voltei para o quarto e me arrumei com uma roupa confortável mas que não saísse do padrão da monarquia e logo estou andando pelo comprido e tão bem decorado corredor do castelo e ao chegar a sala de jantar o rei e a rainha junto aos meus pais já ocupavam seus lugares na mesa, me assentei em meu lugar logo após cumprimentar os presentes na mesa.

Meu pai junto ao rei falavam sobre algumas ações de alguns dos outros reinos então tratei de me juntar a eles na conversa, enquanto a rainha e minha mãe comentavam sobre as pessoas presentes na festa da noite passada. Não muito tempo depois Nicholas chega a sala e ao seu lado está Natália, a cena é o suficiente para tirar o leve sorriso do meu rosto me fazendo ficar com uma expressão mais séria, e a única coisa que passa na minha cabeça no momento é o que essa garota estaria fazendo aqui, afinal eu esperava que ela tivesse ido embora ontem a noite como a maioria dos outros convidados da festa, ou possa ser que ela passou a noite no castelo em um dos quarto de hóspedes por ter ficado até tarde na festa ontem e agora tenha passado para se despedir do rei e da rainha.

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