"Vais já embora Rebecca?" Pergunta Maura vendo-me descer com a mala sendo que todos os outros ainda estão a dormir.
"Para ser sincera não sei..." suspiro deixando cair a mala.
"Passou-se alguma coisa querida?"-pergunta-me preocupada.
"Se eu desabafar consigo uma coisa promete-me que nunca mais falamos nisto e o Nini nunca vai saber?" Peço. Sem saber ao certo porquê confio bastante na mrs. Maura e a verdade é que preciso de alguém que me saiba dar um conselho e ela parece ser a pessoa certa.
"Trata-me por tu e é obvio que podes conversar comigo. Anda querida vamos dar uma volta que assim ninguém nos ouve" diz-me com o seu sorriso maternal. Eu sei que já o disse mas, que mulher encantadora!
Fomos caminhar até um jardim não muito longe da casa deles num silêncio confortável que me deu tempo de formar na minha cabeça o que queria dizer.
"Imagine... Imagina que aconteceram coisas no teu passado que te magoaram bastante, para ser sincera, te destruiram completamente e deixaram marcas e feridas que parece que jamais vão sarar. Com essas marcas ficou um medo que tudo se repita, de ser magoada outra vez..." digo tentando conter as lágrimas que tais pensamentos depositam sobre os meus olhos.
"Querida por mais que te doa, está no passado. Quanto ao que aconteceu tu não podes fazer nada mas o que irá acontecer está nas tuas mãos. Ter medo é uma defesa normal que nós usamos para fugir do desconhecido porque, afinal de contas, o futuro é uma página em branco aos nossos olhos. Mas o medo é uma prisão, um ciclo vicioso de dor e desconhecimento..." Deixo escorrer uma lágrima e ela para e abraça-me. "Viveres nas regras do medo magoa-te não é? Quebra as regras do jogo, não jogues pelo seguro, arrisca, aceita os desafios da vida!" Sorri acariciando-me o rosto.
"Mas ainda doi... as feridas ainda cá estão... eu tento ser forte e ignorá-las mas isso não as apaga..."
"Bem, talvez precises do medicamento certo. Já tentaste curar uma dor de cabeça com pomada para as borbulhas?" Goza e eu solto uma pequena risada. "Pois então, tens que perder o medo das agunhas se a cura é uma vacina." Pisca o olho o que me faz voltar a rir. Abraço-a com força.
Tomara que o meu medo fosse de agulhas, infelizmente, não é assim tão simples...
Ficamos mais um pouco a passear pelo parque e a conversar de forma animada até que eu recebo uma mensagem.
Nini: Reby rapetaste a minha mãe?
Desmancho-me a rir.
"Tens um filho muito ciumento sabes?" Gozo.
"Prefiro acreditar que tem um bom coração e se preocupa com as pessoas de quem gosta" ri.
"Lá isso é verdade" sorrio.
Eu: Tenho e não vou devolver! Muhahaha x
Nini: não me roubes a mãe, eu preciso dela!
Eu: I don't care! I love it! Hahaha
Nini: Ainda bem que a tua mãe me deu o número dela, já sei quem chamar para nos fazer o almoço x
Eu: tu e a minha mãe andam a trocar mensagens? Ew. Que nojoooo
Nini: Tu saíste com a minha!
Eu: Sem argumentos. Idiota x
Nini: Palerma! X
Eu: Sou uma menina não me ofendas! :-o
Nini: palerminha? Hahaha
Eu: nós levamos o almoço, até já Nini...
Nini: Até já Reby x
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She's Not Afraid (N.H)
FanfictionAo fim de alguns anos finalmente consegui criar a imagem que pretendia na escola e tinha tudo sobe controlo, nada saía dos meus planos. Até que um otário qualquer decide aparecer e mudar tudo, mas eu nao o vou permitir, não novamente...