𝑇𝑎𝑘𝑒 𝑀𝑒 𝐻𝑜𝑚𝑒 ↭ 𝐴𝑙𝑖𝑠𝑠𝑜𝑛 𝐵𝑒𝑐𝑘𝑒𝑟

❃ 052 ❃

{Narradora}

━━ 14 de Junho de 2019

São Paulo era o primeiro destino da seleção brasileira. Iria ser contra a Bolívia, no estádio do Morumbi, dando início à Copa América.

Mesmo que os meninos estivessem confiantes, não iriam cantar vitória antes do tempo e nem desviarem-se. Era importante para eles, provarem à si mesmos que eram capazes e que iriam dar tudo de si nos próximos anos.

Evelyn terminava de vestir-se, com a sua típica camisa do Coutinho. Resolveu gravar um vídeo para seu canal, dizendo o quanto estava animada e confiante. Seria um vlog de seu dia com direito à alguns jogadores aparecendo.

Encontrou a família Becker no hall do hotel, assim como a família Coutinho, e decidiram ir juntos no ônibus. Eve sentou com Kauany, comentando sobre o que estavam achando até agora.

Claro que não pouparam zoações com a jornalista, sobre o namorado ser argentino e jogador, tendo de torcer contra dessa vez para dar Brasil 2019.

Chegaram ao estádio, ficando em seus respectivos lugares. Não tardou para começar o jogo, cantando o hino com orgulho e a torcida animando os jogadores.

Evelyn queria o seu gol, como seu primo havia prometido.

A felicidade foi muito grande quando no início do segundo tempo, o primeiro gol da Copa América foi de Philippe, comemorando e apontando para onde ela estaria, sinalizando que foi dedicado à ela. A Jessie do seu Woody.

Três minutos depois e Coutinho fez outro gol, com assistência de Firmino. Brasil 2x0 e o estádio não parava de cantar.

A torcida revoltou-se com o cartão amarelo dado à Coutinho, por deixar o braço em disputa de bola com Leonardo Vaca, fazendo falta.

A seleção brasileira não podia bobiar, mesmo com dois gols à frente. Por fim, o último gol do dia foi de Everton, com a assistência de Fernandinho. 3x0 e muita comemoração. Foi a goleada brasileira em sua estreia na Copa América 2019.

Fim do jogo, todos reuniram-se no restaurante do hotel para comemorarem a primeira vitória. Tite foi praticamente obrigado à fazer um pequeno discurso, mostrando estar orgulhoso do primeiro dia, sendo zoado e abraçado pelos jogadores.

Como prometido, Eve pôde filmar algumas coisas com os rapazes, rindo e conversando sobre o que aconteceu horas atrás.

Claro que Firmino tomou a pequena câmera com Gabriel Jesus e começaram à cantar um pagode, puxando corda para os demais que cantavam junto.

Ao terminar o jantar, pediu licença para voltar ao quarto e dormir, desejando boa noite à todos. Agradeceu seu primo pelo primeiro gol, o abraçando e beijando sua bochecha.

No corredor, antes de entrar em seu quarto, ouviu alguém chamá-la. Virou-se para encontrar o goleiro, sorrindo à ela.

— Gostou do jogo?

— Está brincando? Ganhamos de 3x0! Eu amei.

— Bom...

— Isso foi apenas para puxar assunto? Você já foi melhor, Becker. — Cruzou os braços, risonha.

— Te vejo dia 18?

— Contra a Venezuela? — O viu confirmar. — Estarei lá. 

— Ótimo. Então... Acho melhor eu ir. Boa noite. — Precisava sair dali o mais rápido possível ou bateria-se na frente dela.

— Alisson.

— Sim?

— Parabéns por hoje. Sua defesa estava incrível.

— Obrigado.

Compartilharam um sorriso genuíno e cada um seguiu seu caminho.

━━ 18 de Junho de 2019

Tudo bem. Ainda dava tempo de um gol. Não precisavam desesperar-se com o 0x0, no segundo tempo. A boa notícia era que Alisson continuava excelente na defesa, impedindo qualquer gol, a má notícia era que nenhum dos rapazes fizeram um também.

Casemiro havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo; aos 57 minutos quase saiu um gol da seleção brasileira porém, a bola passou extremamente perto e saiu da área; aos 63 minutos, o gol de Firmino foi anulado por estar impedido; aos 81 minutos o jogo ficou parado, por um jogador venezuelano ter caído no gramado e esperado atendimento.

Ao fim, uma grande vaia ao Brasil, no estádio Itaipava Arena Fonte Nova – Salvador, Bahia –, deixando Evelyn pilhada. Escondendo o rosto em mãos, respirando fundo para não surtar. Ela ficava revoltada com aquilo. Entendia que fazia parte e que críticas eram, sim, bem-vindas todavia, era como se os jogadores nunca tivessem acertado.

Evelyn e Kauany tinham conversado com eles para que não cantassem vitória antes do tempo, assim como a jornalista também lembrou seu namorado. E isso, eles aprenderam.

Depois de autorizada à vê-los, parabenizou Tite e os jogadores por terem jogado bastante, apesar de não terem ganhado. Mas também não perderam.

Aos poucos, eles foram saindo, deixando Alisson para trás por estar ocupado arrumando sua mochila. A mulher cruzou os braços, encostada em um armário, o observando.

— Sei que está chateado. Pode falar. Irei te ouvir.

— Nós falhamos. — Ficou em silêncio, esperando algum comentário da garota mas ela continuou quieta, indicando que ele podia continuar para, só depois, comentar algo. — O empate foi uma falha, um erro. Era a nossa responsabilidade e nós falhamos! Não saiu um gol sequer de nossa seleção e a torcida nos vaiou com razão. Era como se...

— Se não tivessem ganhado o jogo passado.

— Exato.

— Mas ganharam. O jogo de hoje não muda em nada o resultado do anterior, contra a Bolívia. E o de hoje não irá interferir no próximo. Não podem parar e recriminarem pelo o que aconteceu agora pouco. — Sentou-se ao seu lado, tocando em seu rosto delicadamente e o fazendo olhá-la. — Vocês jogaram muito bem e estou orgulhosa. Inclusive, de você.

— De mim?

— Alisson, não é de hoje que venho elogiando sua defesa. Parece mais centrado, focado.

— Eu tenho uma inspiração. Uma ótima, para falar a verdade.

— Quem? — Foram interrompidos por Gabriel Jesus, que xingou baixinho depois de ver que provavelmente eles estavam quase beijando-se.

— Ih, mil perdões, casal. Só vim avisar que já estamos indo jantar mas podem fingir que não estou aqui. Tranquilidade e se beijem. Fui!

— Vamos? — Alisson suspirou um pouco frustrado pela interrupção, recebendo um abraço inesperado da garota que tanto ama, relaxando-se e retribuindo.

— Que tal sairmos para tomar um sorvete?

— Agora?

— Sim, Becker. Eu e você, como nos velhos tempos.

— Como nos velhos tempos.

Tomou a mão do goleiro e foi puxada para fora do local. Saíram correndo e rindo, entrando no carro alugado de Alisson e rumando para alguma sorveteria aberta. Eles mais riam por estarem sujos do que comiam de fato.

Parece que o clima pesado estava dissipando sem os dois perceberem. Como amigos, antes de tudo. Talvez fosse um recomeço silencioso que ambos necessitavam para depois, decidirem o que fariam.

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Não esqueçam de comentarem e de votarem, pois é importante interação de vocês.

Perguntas: Estão gostando da nova fase do livro? O que mais gostariam de ver? O que estão achando do recomeço de Evalisson depois de muitas conturbações?

Para quem gosta do colombiano, James Rodríguez, tenho livro com ele também em meu perfil. Serão super bem vindos!

Beijinhos da Eve ❆