Eu estava em frente à porta imóvel esperando ela se abrir, para eu pudesse ver a pessoa que eu mais amava nesse mundo.
Todos os dias eu ficava ali, imóvel, esperando ela que nunca chegava, mas, eu sentia, eu sabia que ela iria chegar, como todos os dias.
Olhei o relógio e eram quase oito e meia, ela já devia ter chegado, eu estava começando a ficar apreensivo.
Senti uma mão tocar o meu ombro, olhei por cima do mesmo e vi Roger, ele sempre estava ali, todos os dias.
- Luan está tudo bem? "Ele disse cautelosamente"
- Ela está atrasada! (Eu afirmei, ainda olhando para a porta)
- Ela quem? "Ele perguntou confuso"
- A Anny! "O ouvi suspirar"
- Ela não vai vim Luan! "Ele disse exausto"
- Sim, ela vai vim! (Eu gritei, e ele tirou a mão do meu ombro) – Eu sei que ela vai vim, ela me ama, ela vai voltar!
- Ela está morta! "Eu o ouvir gritar, me virei e me vi socar seu rosto, o mesmo caiu no chão"
- Não ela está viva! Eu sei que ela está viva! (Eu disse tentando segurar as lágrimas que queria cair)
Eu o vi levantar do chão e passar a mão na boca, o mesmo balançou a cabeça negativamente.
- Luan você tem que superar, já faz muito tempo. "Ele disse cautelosamente" – Há muito tempo ela se foi, ela não vai voltar você precisa entender. Todos os dias você vai para frente dessa porta e fica aí feito um zumbi. "Ele fez uma pausa" – Eu sinto muito, todos nós sentimos, por que ela era e é uma pessoa muito querida, mas, você precisa seguir sua vida, ela iria querer que você fizesse isso, eu sei que é difícil. "Eu me virei o encarando" – Você estava lá, você viu o que aconteceu!
- Ela estava sorrindo para mim.. (Eu sussurrei, eu já não conseguia mais conter minhas lágrimas)
Flashback On:
01 de fevereiro de 2019
Estávamos eu e a Anny no banco da frente, eu estava dirigindo,Roger, Carlos e Marcelo estavam no banco de trás fazendo a maior zona.
Estávamos voltando da festa de aniversario de Natalia, estava frio e nevava, a pista estava quase toda coberta por neve, o que tornava a pista escorregadia, o que significava que eu tinha que tomar o dobro de cuidado. O que era quase impossível já que havia muito barulho.
- Pessoal, por favor, eu preciso me concentrar, parem de gritar. (Eu disse olhando para os meninos, Anny que estava ao meu lado, colocou a sua mão sobre a minha assim que eu parei no sinal)
- São quase quatro horas, só tem a gente na rua, e você ainda para no sinal? "Ela sorriu" – Às vezes você é certinho demais.
Ouvi os meninos sorrirem.
- Eu já disse que você é chata?
- E eu já disse que te amo?
Ela tirou o sinto de segurança e veio até mim, e me beijou. Aquele foi o nosso ultimo beijo, segundos depois senti algo bater na parte de trás do nosso carro, ouvi um barulho de vidro sendo despedaçado.
Minha visão estava embaçada, a única coisa que eu via era flashes das imagens como em um filme.
[...]
Assim que abri os olhos, fitei um teto branco cheio de luzes que podiam me cegar. Minha cabeça e meu corpo doíam.
Olhei para o lado e não vi ninguém, levei a mão até a cabeça, e avistei a minha aliança de noivado.
- Anny... (Eu a chamei em um sussurro. Naquele momento vi o Eduardo entrar no quarto acompanhando por Carlos e Marcelo)
Eduardo: - Ele acordou, ah meu Deus! "Ele gritou alegremente" – Traga as pessoas até aqui! "Ele ordenou ao Marcelo, que não conseguia conter suas lagrimas de felicidades"
Vi Eduardo se aproximar de mim, e pegar em minha mão. Ele também chorava, suas olheiras estavam profundos, parecia que ele não dormia a meses.
- Eduardo? (Eu disse meio confuso)
- Cara, eu podia te dá um beijo!
- Onde está aAnny? "Sua expressão mudou naquele momento, de felicidade foi para tristeza imediata. Suas lágrimas de felicidade se tornaram em lágrimas de dor. Naquele momento eu percebi que havia algo de errado" – Eduardo onde está a Anny? (Eu gritei)
- Eu sinto muito Luan, ninguém pode fazer nada, ela estava sem o cinto. "Ele tentava fizer em meio às lágrimas e os soluços" – Todos estavam de cinto, menos ela, o corpo dela foi lançado para o fora do carro!
- Eduardo... (Eu o repreendi, minha garganta ardia, meu peito queimava, eu sentia que estava perdendo o ar, sentia que era o meu ultimo fôlego de vida) – Traga ela aqui, por favor! (Eu disse chorando)
- Eu sinto muito, ela não resistiu aos ferimentos, ela se foi á três dias. "Ele disse por fim" – Ela está morta Luan, a Anny morreu!
Ao ouvir aquelas palavras senti que eu iria morrer me senti caindo em um poço sem fundo, me senti andando em um túnel sem luz.
Não, não podia ser verdade, o meu amor, a minha vida. Aquela ultima frase martelavam em minha mente, "A Anny morreu". Eu não podia acreditar.
Flashback Off.
Me vi nos braços de Roger chorando feito uma criança procurando o colo da mãe. Soluços, lágrimas, sussurros, era tudo o que eu conseguia fazer naquele momento.
Todos os dias eu ia para aquela porta esperando que ela entrasse e me abraçasse como fazia todos os dias. Eu esperava que ela fosse abrir aquela porta e me beijar, e dizer que me ama, ou que ela fosse me dá bronca por ter me esquecido de colocar o lixo para fora.
Todos os dias eu me pegava conversando com a lua, pedindo só mais um dia com a Anny, na esperança de que ela esteja do outro lado, me escutando e falando comigo também.
Todos os dias eu tento chegar até a ela, mais é impossível, mais eu sei que ela está em algum lugar lá fora, e tenho certeza que ela já me ouviu chamando, eu sei que ela está lá fora, em algum lugar longe.
YOU ARE READING
Anjo Caído
Spiritual- São quase quatro horas, só tem a gente na rua, e você ainda para no sinal? "Ela sorriu" - Às vezes você é certinho demais. Ouvi os meninos sorrirem. - Eu já disse que você é chata? - E eu já disse que te amo? Eu sempre amei e sempre amarei a Anny...