Nami havia apertado o botão para o quinto andar quando ouviu alguém gritar para a mesma segurar a porta. Honestamente, ela não estava com a mínima paciência para ficar sozinha — mesmo que seja só por alguns segundos — com outro ser humano, então ela não segurou a porta, na verdade, ela até chegou a apertar no botão que fazia as portas fecharem na esperança de quem quer que seja não conseguir chegar a tempo.
É, não deu certo.
No último instante uma mão apareceu no meio das portas do elevador que foram abertas logo em seguida. Às vezes ela odiava a tecnologia.
"Valeu." O moreno disse, entrando no elevador com um sorriso no rosto. Das duas uma, ele deve ter ignorado que ela não segurou a porta, ou simplesmente não havia entendido as intenções de Nami.
Bem, então ela teria que ficar sozinha com um ser humano, ao menos ela o conhecia, — de vista — ele sempre pega o elevador para o mesmo andar que a garota no mesmo horário. 'Deve ter alguma aula nesse andar.' Ela pensou, e logo continuou: 'Claro que ele tem aula nesse andar, o que ele estaria fazendo lá se não tivesse?'
Nami suspirou. Seu dia havia começado terrível, ela só queria um minuto sozinha, era pedir demais? Suas mãos ainda estavam tremendo pelo acontecimento de mais cedo.
"Tudo bem?" Uma voz fina e gentil fez com que a mulher saísse de seu transe. Ao olhar pro lado, ela reparou que era o garoto ao seu lado. Ele estava segurando um dos lados de seu fone na esperança de ouvi-la responder algo. Se dependesse dela, ela não responderia.
Mas seu cérebro não a deixaria quieta se ela fosse tão mal-educada.
"Sim, obrigada." Ela respondeu contando que ele calaria a boca e continuasse a ouvir música da mesma forma que fazia todos os dias nesse mesmo horário.
"Tem certeza? Os seus olhos estão vermelhos." Ainda por cima ele tinha que reparar em detalhes tão pequenos. Nami se virou para encarar o garoto mais uma vez, tentando se manter paciente.
"Absoluta." Aquilo fez com que o moreno se calasse e assentisse como se dissesse 'entendi.' Ótimo, silêncio era o que a garota necessitava naquele momento. Paz e silêncio.
De repente, o elevador fez um movimento súbito e parou, com os dois tendo que segurar nas paredes para se manter em pé. O elevador havia parado. Não era piada, ele realmente havia parado.
Nami começou a apertar os botões em pânico. Parecia que o ar escapava seus pulmões mais rápido do que ela podia raciocinar, seu medo estava tomando conta de si. Então, ela sentiu o garoto segurando suas mãos.
"Você só vai piorar tudo!" Ele falou com a voz levemente exaltada. Nami piscou, tentando se acalmar e assimilar a situação que estava acontecendo no momento. O garoto a soltou quando reparou que ela havia se aquietado. "Relaxa, a gente sai dessa, ok?" A ruiva afirmou com a cabeça enquanto o garoto procurava algo em seu bolso, tirando do mesmo seu celular. Ele a mostrou o aparelho sorrindo. "Eu vou ligar pra um amigo, ele vai chamar ajuda, agora tenta respirar fundo."
Nami fez o que o moreno pediu, inspirando e expirando em seguida. O garoto tentou ligar seu telefone. Nada. Ele tentou outra vez. Nada.
"Não me diga que está descarregado?"
"...É." Foi tudo que precisou ser dito pra Nami voltar a surtar e vasculhar sua bolsa em busca de seu telefone.
"Droga!" Ela gritou quando viu que havia esquecido seu celular em casa. Ela nunca esquecia, por que esqueceu agora? De todas as vezes que isso podia ter acontecido.
A ruiva se apoiou na parede sentindo um pouco de tontura, ela sentia todos aqueles insetos dos lugares escuros em que Arlong a colocava subindo por sua pele, mesmo sabendo que não tinha nada lá a não ser ela e o garoto.
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Elevador
RomansNami e Luffy sempre pegam o mesmo elevador para ir às suas devidas aulas na universidade. Eles nunca trocaram nenhuma palavra, porém, quando o elevador para subitamente, eles são obrigados a interagir.