Vendaval

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- Seu coração já queimou?

-Muitas vezes , pq não haveria de queimar?

Era uma pergunta revestida de silêncios.
Eu mesmo quis que meu passado,
Em palavras distantes e distantes,
Se fizesse presente, mais presente.

Só que o passado fica somente vivo quando me entrego completamente nesse vendaval de lembranças incontestáveis que minha alma carrega.

Meu passado quase que inexiste.
Eu não quis amar, me perdi no amor.
Dediquei minha vida a dois olhos
(Os mais lindos que pudessem existir)
O espelho mostrou-me que vivia de ilusão.

Pq fingir que o passado inexiste? Quando na verdade a sua existência é proveniente deste. Desse mesmo mar nadas-te e desse mesmo mar tu saíste.

Saísse eu do mar com asas douradas,
Tudo era um sonho cor celeste.
O Jannah eram as lágrimas que banhavam meu rosto,
Enquanto esse fogo banhava-me a pele.

O mar é um pecado branco e macio,
O céu são dois olhos verdes-cerúleos.
Minha vida, passei-a tentando compreender-me,
Minha morte, fitei-a amando e amando.

- Do poema que invadiu o conto

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