Cygne

PROLOGO: RETORNO AO PASSADO

As vezes eu paro e fico me perguntando, como a vida pode dar tantas voltas assim? A 2 anos atrás eu era apenas uma garota de 21 anos aprendendo como era ser uma dama da alta sociedade e principalmente, como seguir com os negócios da família. Família esta que a exatos 15 anos eu nem sonhava existir, mas olhe para mim agora. Eu estou em um cemitério, parada ao lado de uma caixão e a cada momento que olho para a jovem garota deitada nele de forma serena, tenho vontade de... Se eu soubesse que a visita daquela mulher fosse acabar assim, fosse me levar o meu bem mais precioso... Eu teria a expulsado, teria...

Sei o que vocês devem estar se perguntando, a final, é o que todos se questionam. Como uma garota de apenas 23 anos de idade se tornou a mulher mais rica e poderosa de toda a Inglaterra? E por que esta garota está em um cemitério querendo que tudo isso não passa-se de um... SONHO? Bem, para que vocês possam entender um pouco mais desta historia terei que voltar no passado, um passado que aconteceu a exatos 15 anos atrás, um passado no qual eu era apenas uma doce e ingénua menina vivendo de forma humilde com seus pais e sua irmã ao contrario da mulher que hoje voz fala.

15 anos atrás

Era uma manhã fria de outono, e assim como todas as manhãs uma jovem menina de 7 anos se levantou toda sonolenta para seus afazeres diário. Ela e a família, moravam no subúrbio da cidade dos Gladiadores, mais precisamente, dentro de uma estação de trem abandonada, onde eles dividiam moradia com ratos, baratas e outros insetos asquerosos e cheios de doenças. Doenças essas que sua mãe acabou contraindo, deixando a pobre mulher de apenas 28 anos acamada entre a vida e a morte.

Assim como todas as manhãs a menina foi até o colchão que sua pequena irmã de 4 anos dormia e verificou o estado da menina que dormia de forma tranquila e solene, como se o mundo que as cerca-se não fosse a dura e fria realidade que os abrangeu. A garota, deu um leve beijo na testa de sua irmã e saiu rumo a uma possa de agua suja que tinha próximo a sua "cama", lavou seu rosto e depois colocou seu casaco que estava tão rasgado que nem para pano de chão servia. Colocou sua meia furada nos pés e saiu da velha estação abandonada rumo ao mercadão da cidade em busca de algo para alimentar sua família. O sol ainda não tinha nascido, mas ela estava tão acostumada com esta vida que já não ligava mais para isso, nem mesmo a brisa fria ou a fina camada de neve que passava pelos seus pequenos pezinhos eram capaz de assusta-la.

Ao chegar no mercadão da cidade ainda adormecida a menina não excitou e foi logo para as lixeiras revira-las e foi lá que ela encontrou sua recompensa, pães mofados, estragados e queimados, frutas, verduras e legumes podres, entre outras coisas. O lugar tinha um cheiro insuportável, cheiro esse que ela não se importou. A garota, toda feliz e com os olhinhos brilhando pela manhã ter sido bem generosa voltou correndo para casa carregando o que para muitos era apenas lixo, mas para ela, era um banquete.

Chegou em sua casa, se assim pudermos chamar e foi logo acendendo uma fogueira. Esquentou um pouco de agua e arrumou tudo de forma ordenada para impressionar seus pais. Preparou um café com as borras que achou e foi acordar seu pai, um senhor de 34 anos que estava se recuperando de uma pneumonia, para que ele pudesse mais uma vez sair para um dia de trabalho, longo e cansativo. Ela o ajudou a se preparar para seu dia e depois dele sair dando sua bênção a filha que ele tanto amava e queria poder tira-la daquele mundo, ela foi acordar sua irmã e levar o desjejum para sua mãe doente. Depois de cuidar das duas mulheres de sua vida, assim que avistou o sol terminar de nascer no horizonte, pegou sua pequena caixa e saiu em direção a praça, bem no centro de Paris.

A Criança se acomodou no local de sempre, bem em frente a loja de doces da Dona Jojo, uma mulher amável que a deixava tocar seu violino ali na frente e ganhar assim alguns trocados para o fim do dia.