Um Bombeiro de tirar o fôlego

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Cansada! 

Essa era a melhor definição para o meu estado atual. Ser interna não era nada fácil. Eu não tinha autonomia, nenhum paciente me dava moral e ainda me zombavam pelo meu lindo e belo rostinho de bebê. Eu ansiava pelos resultados da prova para residente como um refugiado anseia por abrigo. Coloquei minhas roupas no armário e respirei fundo. Conferi o celular antes de guarda-lo na bolsa e vi que minha adorava irmã queria que eu fisse ao restaurante de nossos pais antes de ir para casa dormir, pois segundo ela, havia uma surpresa que eu não poderia perder.

- Já terminou o plantão doutora Sakura? – Suigetsu passou por mim, ele é o residente responsável por minha turma e namorado de minha melhor amiga.

- Já sim. Sabe me dizer onde Karin está?

- A última vez que eu a vi foi na sala de ressonância, algum assunto importante?

- Não Sui – sorri – Obrigada.

Ele assentiu e continuou seu caminho. Arrumei minha bolsa e caminhei rumo a saída do hospital. Ser médica sempre foi minha paixão, meu sonho de infância, porém eu não imaginava que chegar até meu objetivo daria tanto trabalho. Após seis anos de faculdade, eu ainda havia enfrentado um ano como interna e agora ansiava passar para residência. Em dois anos eu poderia chegar a neurocirurgiã, se nada desse errado no caminho.

- Doutora Haruno! – a voz delicada de Hinata me fez parar antes de chegar a recepção. Sorri ao vê-la junto de Karin.

- Olá gatinhas – brinquei.

- Vamos sair hoje a noite e você não pode dizer não – a ruiva disse – eu sei que não gosta de ficar de vela, mas é apenas um passeio. Você precisa viver fora desse hospital.

Respirei fundo.

- Eu sei querida, mas hoje é o último dia para a entrega dos documentos da especialização, eu não posso perder a oportunidade de entrar na minha área.

Hinata me encarou com os enormes olhos acinzentados.

- Documentos são coisa séria, então dessa vez você está perdoada, mas vamos sair no sábado e você não pode dar outra desculpa.

Sorri.

- Eu prometo que irei. Quando entregam o plantão?

- Em duas horas – Karin bufou – ainda preciso passar visita nos pós cirúrgicos do doutor Orochimaru. 

- E eu vou colher exames para Mizuki – Hinata respirou fundo – Ele está me punindo por alguma coisa que eu não sei.

- Por ser gostosa e ter namorado – disse e sorri. O que não era mentira, Hinata era uma morena linda, com corpo escultural e uma doçura envolvente, qualquer um se apaixonaria.

- Mas eu não tenho culpa disso – ela choramingou e Karin sorriu.

- Não priminha, mas a beleza tem seus percalços.

Karin tinha uma beleza mais selvagem, longos e volumosos cabelos ruivos, um sorriso cínico e curvas perigosas. Ninguém duvidava que Suigetsu comia na mão da ruiva.

Olhei o relógio e suspirei, precisava passar no restaurante dos meus pais antes de voltar para casa e dormir um pouco.

- Preciso ir meninas, mando mensagem.

- Tchau Sakura! – ambas disseram juntas e beijaram cada uma um lado das minhas bochechas.

Eu amava aquelas duas, éramos inseparáveis desde o ensino médio, e tê-las comigo na faculdade e na residência era o melhor dos presentes, me ajudava a encarar os plantões intermináveis e as tarefas infernais.

FeticheOnde histórias criam vida. Descubra agora