O pacto

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  Após cuidar dos ferimentos de Melanie, Billie se levantou da cama, e fechou a maleta de curativos.

— Fica bem. Não se esforça muito, nem vá pra escola amanhã! Você tá muito machucada. Não quero que fique pior.

— Pode deixar Bil. — Sorriu, mostrando seus grandes dentes separados, fazendo Billie sorrir também.

— A gente se vê.

       Saiu da casa de Melanie, pensativa. Estava determinada em pedir logo, mas ainda faltavam 2 horas. Foi para sua casa, vazia, já que todos estavam trabalhando. Se sentou no sofá e ligou a televisão, inquieta, desejando que a hora chegasse.

                 Duas horas depois...

         Após finalmente o tempo ter se passado, a menina pegou seu casaco e colocou o capuz, afinal estava chovendo. Saiu correndo apressada, ignorando os pingos de chuva ácida que molhavam suas roupas. Assim que chegou, diminuiu o passo, pisando entre as folhas secas, ofegante, indo até o local onde encontrou o demônio pela primeira vez, cautelosamente.

     Olhou para todas as direções, caminhando para trás, olhando em volta em busca do homem, quando esbarrou em algo. Sentiu grandes mãos em seus ombros e um leve cheiro de melão e cinzas. Se virou e lá estava ele, com aquele mesmo sorriso irônico e assustador.

— Então você veio mesmo, hein? — Disse com sua voz rouca e grave, quando arqueou uma sombrancelha.

— Sim. E você disse que se eu entregasse isso... — Tirou a corrente com o cristal roxo brilhante, que balançava levemente, e a segurou ao lado de seu rosto. — ...Disse que me concederia um desejo.

— Sim, eu sei... — Seus olhos, antes vermelhos opacos, tomaram um brilho cintilante ao olhar o cristal. — O que você quer?

— Quero a vida eterna.

      O homem arregalou os olhos e deu uma pequena risada abafada.

— Vida eterna? Está certa disso? Se pedir isso, você jamais morrerá.

— Eu sei. Por isso eu quero...Não quero morrer. Quero estar aqui...para cuidar de todos que eu amo, até o dia de sua morte. — Olhou o homem. — Pode me conceder? Senhor... — Fez uma pausa, tentando advinhar o nome do maior.

—  Austin. — A olhou. — Posso. Mas...antes temos que fazer o pacto.

— P-Pacto? Mas...Eu achei que você só iria pegar minha jóia e ir embora.

— Ha ha...Não é assim que funciona. Temos que fazer um pacto de sangue e...mais algumas coisas. Você verá. — O homem retirou uma lâmina de prata que cintilou à luz da lua de seu bolso. — Me dê sua mão.

— Tá bem...— A garota estendeu a mão. Austin fez um corte em sua palma, e ela apertou os olhos de dor e mordeu o lábio, sentindo o sangue quente escorrer.

        Austin fez o mesmo, mas não esboçou reação nenhuma. Estendeu sua mão, e a menina a apertou. As íris de Austin se reviraram, dando lugar à olhos completamente brancos, e suas longas asas negras se abriram, quando começaram a flutuar no ar.
     Uma luz surgiu de dentro suas mãos, agora juntas, junto com uma corrente brilhante, roxo neon, da mesma cor do cristal de Billie, e se entrelaçou entre os pulsos de ambos, apertando-os com força. Billie sentiu seu corpo pesar, e algo de dentro dela sendo puxado. Seus olhos ficaram como os de Austin, e sua boca entreaberta. O maior se afastou um pouco, e a puxou com força. Ela sentiu seu corpo ficar no cemitério, junto com Austin, mas seu subconsciente estava em um lugar completamente diferente, como...Se o puxão tivesse arrancado sua "vida", a levando para outra dimensão, mas seu corpo ficara ali, na chuva e no frio do cemitério.

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⏰ Última atualização: Mar 01, 2020 ⏰

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