Capítulo 1

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Daigo Kagemitsu, lorde da província de Kaga, da região de Ishikawa. Tem lutado bravamente pra defender o que é seu(pelo menos, o que ele acha que é). O mesmo é um homem afortunado, possuí terras prósperas, homens leais, servos que o veneram... E também uma família. Sua esposa e senhora, Nui Nokata, é uma mulher discreta e despretensiosa, evitando se meter em assuntos militares que ela achava que não entenderia, era considerada a esposa perfeita. O casal havia tido dois filhos homens, o mais velho com 16 anos e o mais novo com 15. O primogênito se chamava Hyakkimaru. Com características semelhantes a sua mãe, ele era visto como o futuro do clã Kagemitsu. Sempre se dedicando aos seus afazeres e mostrando entusiasmo em tudo o que faz. Seu irmão mais novo, Tahomaru, tinha as mesmas características de seu pai, mas não demonstrava tanto interesse nos assuntos que envolviam o clã. Sempre estava andando a cavalo ou caçando com seus dois servos, Hyogo e Mutsu. Apesar disso, todos ao seu redor gostavam dele e o respeitavam, mas seu pai era frívolo.

– Por mil demônios – dizia Daigo – como assim avançaram o rio?

– Foi o que fiquei sabendo meu lorde – disse um soldado de cabeça baixa e ajoelhado – mas eles não demonstraram nenhum tipo de ameaça. Apenas atravessaram para o leste.

– Bem... de qualquer forma, não podemos vacilar. Traga meus filhos até aqui.

– Perdoe-me, meu senhor, mas só o jovem mestre Hyakki-sama se encontra por perto.

– E onde está Tahomaru?

– Não sei dizer meu senhor, mas agora mesmo mandarei homens atrás dele.

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Tahomaru estava mais entretido em suas caçadas matinais do que qualquer outra coisa. Ele se preparava para atingir um javali com uma flecha, quando foi interrompido por seu servo Hyogo.

– Jovem mestre, fiquei sabendo que seu pai o procura.

– Hyogo, você me fez espantar o javali – disse Tahomaru – com certeza não deve ser nada demais, apenas quer avisar que vai sair pra algum expedição para defender o clã.

– Mas pode ser importante, jovem mestre – disse Mutsu.

– Irei depois que terminar minha caçada.

Enquanto isso, Hyakkimaru terminava de escovar o seu cavalo em um dos estábulos, quando seu servo, Zabuza, chegou trazendo a mensagem.

– Hyakki-sama, lorde Daigo deseja ver o senhor e vosso irmão agora mesmo.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não sei, jovem mestre. Apenas foi isso que me reportaram.

– Certo – disse Hyakkimaru largando a escova – Tahomaru já foi avisado?

– Não sei, mas creio que sim – disse Zabuza. Ambos saíram dos estábulos para seguir até o castelo*.

Daigo já estava impaciente com a demora dos filhos, mas logo Hyakkimaru chegou. O mesmo sentou-se sobre as pernas de frente para o pai.

– Onde está Tahomaru? – perguntou Daigo.

– Achei que ele já estivesse aqui – disse Hyakkimaru – vamos esperar, talvez ele esteja vindo.

– Não. Estou cansado dessa atitudes infames de Tahomaru. Como você já está aqui, então direi a você meus planos.

– Que planos?

– Os Nobunaga avançaram o rio Tsugumi e estão seguindo para o leste. Possivelmente para cidade de Sendai. Eu tinha planos para mandar você e Tahomaru para lá, na intenção de mostrar complacência por eles. Mas acho que só poderei contar com você, Hyakkimaru.

Ai to Sensõ no Ma(Dororo)Onde histórias criam vida. Descubra agora