Quanto mais eu tento esquecer mais ele toma conta dos meus pensamentos, como algo tão rápido pode ter sido tão intenso e inesquecível, será que foi amor?
Eu lembro do primeiro dia em que te vi, estudávamos em turmas diferentes mas na mesma escola a quatro anos, e só fui notar sua presença faltando quatro meses pra acabar o ano, quando resolvi encarar o mundo com outro olhar.
Saída da escola, você estava na frente da loja de malhas com os amigos, com sua calça preta, seu all star e sua velha flanela vermelha, levava um violão consigo, e quando vi você sorrindo meu mundo parou. Foi nessa vista de menos de trinta segundos, pela janela de um carro, enquanto meu padrasto manobrava, que vi que precisava de você na minha vida.
Voltei pra casa empolgada, ansiosa para descobrir o nome do menino que fez meus olhos brilharem, olhei por todas as redes sociais de quem poderia conhecer ele, passei o dia inteiro procurando e não encontrei nada, era sexta a noite então não iria descobrir tão cedo o nome do menino misterioso.
Segunda eu já não estava muito animada pelo fato de não ter encontrado nenhum resquício dele nas redes sociais, estava exausta e ainda faltava quatro meses para as férias. Era hora do intervalo, enquanto descia lentamente as escadas da escola pois já havia caído muitas vezes naquela maldita escada, me perguntava o por que eu não desistia logo de um romance se sempre acabava decepcionada escutando Lana Del Rey e comendo enquanto observo a chuva, por que eu não desistia logo disso?
Passei pela biblioteca e parece que a minha pergunta retórica obteve uma resposta, esta resposta estava bem ali jogando basquete na quadra, me encostei na porta da biblioteca e fiquei o observando e pensando como eu nunca havia notado ele antes, perdida nos meus pensamentos não notei que minha amiga estava me chamando, perguntei pra ela se sabia o nome daquele garoto que estava jogando basquete, ela disse que não fazia idéia e logo me puxou para o refeitório com ela.
Tocou o sinal e voltamos para a sala, não consegui prestar atenção em nada, eu era muito tímida e sabia que nunca descobriria o nome dele se não tomasse alguma atitude, me obriguei a falar com ele quando saísse da aula, se não, só iria ficar observando ele daquela maldita porta da biblioteca pra sempre.
Quando tocou o sinal desci correndo as escadas sem me importar se iria cair ou não, cheguei no portão da escola e vi ele, estava escorado na grade conversando com os amigos, fiquei com vergonha e não fui falar com ele, apenas o observei de longe. Até que uma amiga minha chegou por trás e me perguntou, "Laisa, por que esta encarando o Marcelo, em safadinha?".
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A Porta da Biblioteca
RomanceUm romance de colegial, talvez clichê mas vivido cada parágrafo com imensa intensidade. "Quanto mais eu tento esquecer mais ele toma conta dos meus pensamentos, como algo tão rápido pode ter sido tão intenso e inesquecível?".