A Porta da Biblioteca

Amor em 365 dias

   "Eu descobri o nome dele, nunca pensei que um nome tão simples e comum seria a causa de tantos sorrisos e tantas lágrimas".

   Quando cheguei em casa subi as escadas correndo, entrei no quarto e fui direto pegar o celular para procurá-lo nas redes sociais, cliquei na barra de pesquisa e logo digitei o nome que para todos era tão comum mas para mim era tão único agora.
   Eu achei, aí meu Deus eu achei, não consigo acreditar, o sobrenome dele era era tão bonito e diferente, por um segundo fiquei constrangida por ter um sobrenome tão comum, esse menino realmente era demais pra mim e eu sabia disso.
   Entrei no perfil e parecia desativado, de quando ele era menor, não tinha quase nenhuma foto e publicação, estava mais para um apocalipse zombie, não hesitei em mandar um oi pelo Messenger, já sabia que não daria em nada pois parecia um perfil desativado.
   De minuto em minuto verificava o celular, fiquei a tarde esperando uma resposta e acabei dormindo, quando acordei não havia nenhuma mensagem, fiquei desapontada olhando fixamente para a tela inicial, pensando que eu nunca conseguiria algo com um garoto daquele tipo, isso não era pra mim.
   *Plim*, apareceu uma notificação do Messenger, ele havia mandado oi, eu surtei, mas não fazia idéia de como começar um assunto, até que me lembrei do violão que ele levava na primeira vez que o vi.
   Perguntei se ele sabia algum lugar que dava aulas de violão pois eu adoraria aprender a tocar, ele falou que também procurava um lugar e que caso eu encontrasse pediu que avisasse ele. No mesmo dia comprei um violão, não era algo muito caro e difícil de achar.
   No dia seguinte estava animada para  a aula, como isso era possível em sã consciência? No intervalo sentei na porta da biblioteca e fiquei observando ele jogar, comecei a tirar fotos dele, um pouco obcecada? Talvez, ele não tinha fotos atuais e queria ter alguma dele.
   Quando cheguei em casa mandei mensagem pra ele, conversamos bastante sobre escola, planos, futuro, foi aí que ele me disse... Iria mudar de escola no final do ano que vem, aquela mensagem fez meus olhos chover e meu coração doer. Eu tinha dias contados, 365 dias para conquistar o amor da minha vida.
   Estava perto das férias, nunca havia conversado com ele pessoalmente, apenas por mensagens umas cinco vezes, tinha medo de chamar ele e atrapalhar, minha única forma de contato com ele era apenas tirar fotos escondidas dele e trocar olhares que nem mesmo sei se eram pra mim, estava convencida de que não iria conseguir, ele nem mesmo sabia quem eu era.
   Último dia de aula antes das férias, todos empolgados e ansiosos, eu estava desanimada andando pelos corredores até que vejo ele, fiquei nervosa e olhei pra baixo, mas não importava, ele nem sabia da minha inútil existência. Ele me deu oi e passou sorrindo, naquele corredor agora só restava eu corada e o doce aroma que o vento havia roubado dele.