- Boa noite, gente
Bailey e Zola correm pra abraçá-lo mas a Ellis volta pro meu colo
- Você não vai lá?
- Pergunta pra ele se eu posso
- Claro que pode
- Pergunta, mamãe
Antes eu diga alguma coisa, o Andrew se aproxima do sofá
- Cadê meu abraço?
Ela fica em pé no sofá e o abraça também, ele se abaixa e me dá um beijo no rosto
- Oi
- Oi
Eu respondo e sei que ele não tá bem
- Eu posso ficar com eles só uns 15 minutos a mais? Eu sei que já tá na hora de dormir, mas não deu pra vir mais cedo
Realmente aconteceu alguma coisa
- Claro, você tá bem?
- Depois
Eu concordo, ele senta no chão e toca as crianças o tempo todo, abraça e beija varias vezes, então eu percebo oque aconteceu, ele perdeu uma criança hoje, eu sei o quanto isso mexe com um cirurgião, principalmente quando se tem... filhos, meus olhos imediatamente enchem de lágrimas, é lindo de ver, ele fica com eles por um tempo depois leva pro quarto, ele demora, eu subo e ele tá encostado na porta do quarto deles, eu me aproximo e o abraço, ele me abraça também e cheira meu cabelo
- Quantos anos?
- 7
- O que foi?
- Um erro
- O que?
- Eu vou escolher a cirurgia pediátrica
- O que aconteceu, Andrew?
- Vem, vamos sair daqui
Nós entramos no nosso quarto e eu tenho que me lembrar que nesse momento, eu não sou chefe dele, somente a namorada, sentamos na cama
- Me diz o que houve
- Uma emergência e eu entrei pra operar com o dr Prescott novamente
- Vocês discutiram?
- Eu não concordei com o procedimento, seriam necessárias mais de 2 cirurgias porquê o sangue do paciente afina com a anestesia
- Certo, tem que deixar o mínimo possível em anestesia
- Ele não concordou
- Como é que é?
- Ele disse que isso era coisa de novato medroso, quanto mais eu tentava explicar mas ele se irritava, ele parou de operar e pediu que eu me retirasse da sala dele, eu ainda tentei argumentar mas a Chefe Bailey entrou na galeria e pediu que eu saísse da sala
- Sério?
- Eu tive que sair, corri pra chamar o Karev, eu sei que o staff não gosta disso mas aquele menino ia morrer, quando nós voltamos, vimos ele tentar reanima-lo e não teve mais jeito
- Eu sinto muito, Andrew, isso é um absurdo, foi um erro estupido
- Foi a vida de uma criança porquê ele tava com raiva de mim
- Mas a Bailey viu tudo isso?
- Eu não sei que hora ela chegou lá, mas ela viu, não importa quem viu o que ou quem fez o que, uma criança morreu
- Eu sei, eu sinto muito
- Eu também, não quero mais falar sobre isso, o que aconteceu com a Ellis?
- Ela achou que você não viria porquê tava triste com ela
- O que?
- O Antony disse que eu roubei você e que logo logo você vai voltar pra eles, segundo a mãe dele
- Como é?
- Ela ficou chorando perguntando se isso era verdade, enfim
- Que loucura é essa?
- Eu não vou responder por mim se ela falar com a Ellis, Andrew
- Ela disse alguma coisa?
- Não exatamente
- Meredith
- Olha, não importa, apenas resolva essa situação pra não piorar com o Antony e a Ellis
- É claro que importa, eu não vou admitir que ela diga nada com a Ellis de maneira nenhuma
Ele tá realmente ficando com raiva
- Amor, ei, calma tá? Vamos deixar isso pra lá um pouco, vem tomar banho comigo
Ele olha pra mim e me beija
Na banheiraEstamos abraçados, na banheira, em silêncio
- Você ainda tá tenso
Ele suspira
- Eu posso ajudar
Ele me abraça mais apertado
- Você já tá ajudando só por estar aqui
Ele beija meu cabelo
- Bom, eu posso fazer mais
- Mer, eu to bem
- Você é muito teimoso
Ele ri, eu saio do abraço dele, viro e sento no colo dele
- Só aproveita, tá?
- Você sabe que não precisa...
Eu o beijo e ainda com nossas bocas juntas, eu digo
- Cala a boca
Ele ri e me beija novamente.
No meio da noite, eu acordo e minha cama tá vazia
- Andrew?
Silêncio, ele não tá no quarto, eu levanto, visto o roupão e saio, antes de chegar no quarto das crianças, eu o vejo na porta
- Ei
Ele vira pra mim
- Que foi?
- Nada, volta pra cama
Eu vou até ele e dou a mão, ele olha pra dentro do quarto e pega a minha mão, voltamos pro quarto em silêncio
- Eu só...
Ele senta na cama e eu paro na frente dele e termino a frase
- Queria ver as crianças
- É, queria
- Eu sei, é normal
- É?
- É, amor, você perdeu uma criança hoje, você quer garantir que eles estão bem, você os ama, é normal
Ele dá um sorriso, depois olha pra baixo
- Eu só conseguia pensar em vir pra casa e ficar com eles o tempo todo, nunca mais os perderia de vista, sabe?
- Eu entendo perfeitamente, de verdade, eu sei como é
- Eu não preciso ser cirurgião, né? Eu posso ser babá agora
Eu ri
- Claro que pode e você vai ser um cirurgião pediátrico incrível exatamente por isso
Ele sorri
- Eu amo você
E nos beijamos