Anna Ferrero.

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3 anos há trás.


Brasil, São Paulo.

Já sentiu como se algo muito grande estivesse pra acontecer na sua vida? Algo tão grande que te causa arrepios só de pensar, algo fora da sua insana imaginação. Pois eu sentia isso, eu sentia isso todos os dias, desde que descobri o grande negócio do meu pai, de certa maneira, isso nunca me incomodou no começou, eu até gostava de ver o dinheiro entrando e todas as coisas boas que ele poderia me fornecer. Mas tudo tem seu preço, nada dura para sempre e nada é de graça, e o valor que meu pai pagou foi muito alto. Era um quarta-feira, dia 15 de Julho, tínhamos acabado de entrar nas férias, estávamos todos na sala, decidindo para qual país iríamos viajar na semana seguinte, mas nada disso aconteceu.

Um grupo de 15 homens invadiram nossa casa, apontaram uma arma na cabeça da minha mãe, me trancaram num quarto, e de lá, mesmo sem ver, pude ouvir tudo, os tiros, os gritos, os sons do medo. E foi assim mesmo, tudo rápido, totalmente inesperado. Eu pude sair quando meus outros irmãos, que não estavam aqui no memonto chegaram, minha mãe estava amarrada e tinha um ferimento na testa, meu pai...
Bom, meu pai estava péssimo, bateran nele até ele desmaiar, e minha coitada, viu tudo.

Meu pai ficou hospitalizado por um três meses, seu crânio tricou como vidro no lado direito, e com isso, ele perdeu a consciência por dias, faturou várias costelas, entre outros ferimentos graves, na qual nem gosto de mencionar. Além de tudo, ele perdeu todo seu império, suas mercadorias, e tudo que se envolvia com o seu tráfico, coisas essas, que pra ele significava muito, mas não era algo na qual ele se orgulhava.

O grupo rival o derrotou, mas meu pai não se deu por satisfeito, disse que se vingaria e retomará tudo que lhe pertencer, e assim foi feito. Ele não podia voltar aos negócios, mas alguém da família sim, então papai entrou um jogo consigo mesmo, para decidir qual dos seus filhos seguiria seus passos, e com muito azar, fui a escolhida. Mas meu pai era um homen estratégico, só jogava pra ganhar e seu negócio séria longe daqui, internacional, e eu iria prosseguir com o negócio da família Ferrero, mesmo imploro para que não.


3 anos depois.


Brasil, São Paulo.


Acha que vou conseguir? — perguntei aflita.

Claro que vai, você é a única da família que poderia executar isso da melhor forma. — respondeu minha irmã.

Eu e minha irmã, Melanie, conversávamos no terraço de casa, relembrando do tempo em que eramos crianças e de como séria bom, se nada disso estivesse acontecendo.

— Queríamos que fossemos crianças de novo, assim, nada disso iria acontecer.

— Eu também, mas isso iria acontecer, mais cedo ou mais tarde.

Ficávamos mais refletindo no assunto, do que de fato conversando sobre algo bom, o que era difícil de acontecer, ainda mais no assunto em questão. Respirei fundo, fechando os olhos com força, desejando que tudo aquilo fosse um sonho, e que quando abrisse os olhos, eu estaria na minha cama, ofegante e assustada, depois de um terrível pesadelo.

— Eii, vamos entrar, está ficando tarde, amanhã você pega o avião bem cedo.

Concordei e então nosnretiramos, me despedi da Mel e segui até meu quarto, quando abri a porta e vi minhas malas já prontas, senti meu estômago revirar.

"Por quê logo pra fazer isso?" pensei.

Tranquei a porta e me sentei na cama, olhei por todo o meu quarto, reparando em cada detalhes, nos detalhes em vermelho das cortinas, no violão velho e quebrado no canto da parede, meu pai o havia me dado quando fiz 15 anos, pedi por ele o ano todo, e no fim, nunca aprendi a tocar, sorri sem jeito ao me lembrar, eu nunca quis concerta-lo, gostava dele assim. Meus olhos se encontraram com a minha instante, ali tinha tantas fotos da minha família, tinha uma que era eu no colo da mamãe, ela estava grávida da Melanie nessa época, eu tinha 4 anos de idade.

Que saudades...

Me livrei dos pensamentos e resolvi tomar um banho, talvez, falsa impressão de que a água levaria com ela todo o negativismo, me acalmasse. Logo depois, me vesti e detei, mas mal pude dormir, eu não estava pronta pra fazer isso, eu nem queria fazer isso, mas eu deveria, pelo papai e pela família. Nenhum dos meus 3 irmãos, Melanie, Pedro e Kamila, serviriam pra fazer isso.
Meu irmão é mais descontraído, não levaria o negócio a diante, a Melanie, ela era uma garota doce demais pra isso, e a Kamila era uma adolescente mimada, de gênio teimoso, mas não deixava de ser um amor de menina.
De qualquer maneira, eu não podia deixar nenhumd deles se envolverem com isso, eu era a mais velha, nada mais justo.

Acordei na manhã seguinte com minha mãe me chamando, me levantei rápido e corri me arrumar, quando pronta, desci as escadas escuras, envolta por um tapete vermelho de camurça, que por sinal, combinava muito com meus sapatos da cor do mesmo. Quando cheguei na cozinha, estavam todos ali, papai na ponta, com sua cadeiras de rodas, com dois de seus homens ao lado, Melanie e Kamila de um lado, e Pedro e mamãe do outro.
Todos me encaravam de forma séria, mas ao mesmo tempo tranquila e serena, um olhar de esperança, esperança que eu resolvesse toda a grande porcaria que meu pai fez ao longo de tantos anos.

— Bom dia, filha! — disse o homen.

— Bom dia, pai!

— Venha querida, venha comer algo, logo é hora de ir para o aeroporto.

Segui até a mesa em passos firmes, não queria que notassem meu nervosismo, mas era quase óbvio, nessa caso, totalmente visível.


— E ai, maninha? Pronta pra ser a mais nova mandachuva do pedaço? — indagou o garoto.

— E-e.. estou. Estou sim

— Mas não parece. — repreendeu o mais velho. — É assim que vai falar com os negociadores estrangeiros? Tem que ser firme nas suas palavras.

— Desculpe, pai. É que... eu só dormi mal.

— Pois trate de dormir melhor e se cuidar mais, sua vida à partir de hoje, sua vida não será mais a mesma.

E não foi, nunca mais foi a mesma, pra ser sincera, nunca foi tão normal mesmo, afinal, quem leva uma vida normal tendo um pai envolvido em tantos crimes?
Quando dei por mim, já estava me despedindo de todos, fazendo check-in, despachando as malas e então, dentro do avião. Meu pai disse que já comprou uma casa pra mim, no meu país destinatário, e que lá já teriam homens e negociadores, esperando por mim.

E tudo que rodava pela minha mente era; quantos homens invadiram minha casa dessa vez?

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2019 ⏰

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