Capítulo Único

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Notas iniciais:

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One-shot Tobiizu levinha porque eu não quero escrever desgraça no Halloween e não estive no clima para pwp. Boa leitura.

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Quando soube como seria avaliado no início do semestre, ainda na apresentação da disciplina, Izuna tinha achado o máximo. Adorava fotografar e se identificava muito com o Halloween, o tema escolhido pelo professor. Vai ser divertido, pensou depois de saber detalhes daquela avaliação acadêmica. Obviamente deveria encontrar alguém que posasse para ele de acordo com aquele roteiro que envolvia diversão, terror e sensualidade; a única imposição é que não poderia ser alterado. Mas era Halloween, a festividade que a maioria das pessoas amava, então não seria complicado achar alguém que fizesse as vezes de modelo, certo? Errado.

O resquício de sanidade que Izuna ainda tinha ameaçava abandoná-lo à medida que o tempo passava e ele não recebia mais que recusas gentis.

— Não dá pra pular o tópico da sensualidade? — lhe perguntavam com um pouco de desgosto, logo recusando definitivamente quando Izuna lamentava que não podia alterar o roteiro.

Entendia perfeitamente que nem todo mundo se sentia confortável fazendo aquilo, pois havia insegurança com o corpo, timidez e o tabu herdado de anos de influência de crenças que comandavam o comportamento das pessoas. Izuna até passou a preferir fotografar homens para não causar constrangimento às mulheres, o que no fim não dava em nada porque os rapazes também recusavam. Nem o fato de terem gostado de seu trabalho quando mostrou o que já tinha feito aplicando o que aprendera ao longo do tempo fez as pessoas torcerem menos o nariz para o quesito sensualidade.

— Você é ótimo. Mas não vai rolar. — destruíram sua esperança em dar andamento à atividade.

Com o prazo ficando cada vez mais curto, pensou em dizer ao professor o que se passava; era direito seu poder fazer outra atividade avaliativa e não tinha culpa se ninguém estava topando oferecer a própria imagem para um ensaio fotográfico cujo roteiro não podia ser modificado. Só de pensar na burocracia para informar o problema e tentar resolver já lhe dava dor de cabeça e o fazia cogitar trancar o curso. Foi então que a luz no fim do túnel apareceu.

Uma mensagem chegou em seu celular, vinda de alguém perguntando se ele ainda precisava de um modelo. Não se preocupou em não parecer desesperado e respondeu imediatamente, enviando logo os documentos que explicavam melhor o ensaio fotográfico. A pessoa precisaria avaliar com cuidado a proposta, afinal era a imagem dela a ser exposta. Pensar nisso minguou um pouco da súbita animação de Izuna. E daí que alguém tinha se interessado em modelar para ele? Depois de ver os detalhes poderia muito bem tentar mudar o roteiro e logo recusar quando soubesse que era inviável, então Izuna voltaria ao fracasso. Queria muito fazer esse trabalho, mas não dependia só dele. O jeito era aguardar pelo o que parecia ser sua última esperança.

A resposta veio no dia seguinte, tempo o suficiente para livrá-lo do peso da dúvida. E, uau!, obteve êxito. Fotografaria um jovem modelo em ascensão na carreira de digital influencer, indicando a responsabilidade que estava tomando para si. Não entendia por que alguém de certa forma famoso teria solicitado os serviços de um simples graduando, mas não era hora de questionar a intervenção divina que o salvou. Foi encontrar seu modelo para explicar melhor seu trabalho enquanto fotógrafo, obedecendo ao procedimento mesmo que tivesse conta no Instagram com esse tipo de detalhe, e só então iniciaria as sessões.

Sem deixar passar o fato de que o garoto era ainda mais bonito pessoalmente, Izuna limitou-se ao profissionalismo para certificar-se de que ele estava ciente do que seria feito.

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