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Park Chanyeol.


A cor acinzentada do céu que aparecia sobre minha janela era um sinal que hoje seria um dia chuvoso, o dia que demonstrava nenhuma alegria as cores vivas que havia em meu quarto desaparecia conforme o tempo.

O ambiente estava totalmente diferente daquele que eu costumava viver, minhas prateleiras de livros caídas sobre o chão com meus livros caído sobre o chão, as paredes com marcas de balas, com a tinta se desmanchando e se tornando algo tenebroso aos meus olhos, minha cama desarrumada e as cortinas balançava de um lado para o outro conforme o vento as conduzia.

  Hoje era mais um dia, o dia que todos os meus sonhos estavam desabando sobre minha mente bagunçada com palavras que não iria sair dali facilmente eu poderia esquecer tudo e ter uma vida diferente mas nada me fazia mudar de ideia. A ideia de ter meus direitos de amar quem eu poderia, ver a vila onde eu nasci se tornando algo florido e pessoas felizes.

  A vila onde meus pais faleceu em meio à tantas guerras, todos estavam cansados de levantarem suas mãos e pedirem seus direitos, de viverem em paz, de não ter ninguém sendo preso e com uma ditadura onde todos devem ter respeito a algo maior sem ter direito de lutar, resistir a tudo que vier para nos abater.

Caminhei devagar com minhas mãos em meus bolsos desgastados, minha blusa branca que agora tinha marcas de rasgos minha calça Jeans completamente manchada e meu sapato desgastado com tanto tempo de uso.

  Caminhei para fora da pequena casa onde eu morava, era um lugar solitário sem alegria ali, as cores vibrantes e felizes das casas ao lado foram tiradas com marcas de sangue, com furos de bala, e prontas para serem abandonadas.

  Fechei meus olhos por alguns segundos respirando fundo e desejando que o dia poderia ser melhor, abri meus olhos olhando para o Jardim que eu havia cultivado ali e as flores mortas.

  Caminhei lentamente e meus olhos rodeavam todo aquele lugar e vejo poucas pessoas fora de suas casas, algumas conversavam com as outras e havia poucos ali tomando seu café da manhã.

Assim que sai pelo o pequeno portão de madeira que havia ali, vejo uma senhora de meia idade cuidando de seu jardim que ainda sobrevivia aos seus cuidados.

Era a senhora Min, ela sempre viveu aqui desde que era uma criança e viu e viveu as piores dores que alguém poderia viver. Seu sorriso acolhedor que mesmo com tempos difíceis me fazia se sentir melhor pensando que algum dia tudo será melhor.

— Bom dia Senhora Min, vejo que seu jardim está ficando bonito a cada dia.

Digo caminhando até a Senhora que se ajoelhava para regar suas flores, sem perder tempo me aproximei dela e peguei o regador de suas mãos e reguei flor por flor, segurei em sua mão vendo ela se levantar com todo cuidado.

— Ah, bom dia meu pequeno Chanyeol. Vejo que acordou disposto hoje. — Disse a senhora Min olhando em meus olhos e vejo seu sorriso aparecer em seu rosto que havia mudado com a sua idade.

  Ela sempre me chamou de pequeno Chanyeol, mesmo que eu cresci bastante e agora com vinte e seis anos continuo sendo a criança que ela cuidava, levava doces e sempre me contava suas histórias.

— Hoje é um novo dia Senhora Min, o dia que vamos lutar novamente. — Digo ajudando-a e a levando para dentro de sua casa que mesmo com todos os acontecimentos continuava arrumada, com flores em sua mesa.

  Vejo a Senhora Min levando suas mãos pequenas sobre o meu rosto me fazendo se abaixar aos poucos e sorrio ao sentir que ela depositou um beijo carinhoso em meu rosto e mesmo com sua voz falhando pediu para eu tomar cuidado.

— Eu prometo que irei tomar todo cuidado, e agora a Senhora precisa descansar. — Digo segurando suas mãos e sorrio gentilmente para a senhora a minha frente.

  Vejo que ela assentiu com sua cabeça e soltei suas mãos devagar e vou andando novamente atravessando seu jardim bem cuidado, e vou caminhando para me encontrar com meus melhores amigos.

Todos estavam lutando comigo, todos estavam prontos para mudarem suas vidas e serem felizes sem se sentirem oprimidos.

  Continuo caminhando e entrei em um pequeno beco onde dividia a outra parte da Vila e vejo eles sentados em bancos e conversando entre si.

Eram Jongin, Minseok, Jongdae, Junmyeon e Yixing me aproximei deles devagar e me sentei em um pequeno banco que havia ali vendo eles levantarem suas cabeças e sorrir para mim.

— Como estão? Sabe, eu soube que o filho do grande Senhor Byun está de volta à cidade. — Digo olhando para cada um deles e percebi que Junmyeon suspirou.

Estava me referindo ao Byun Baekhyun, ele era o filho de um grande homem, Digo o pior homem do mundo. O senhor Byun participava de um grupo religioso que mandavam soldados virem atacar nossa vila e agredir e prender aqueles que se recusavam a seguir sua ditadura.

  Era a ditadura onde apenas um homem e uma mulher poderia construir uma família, e quem sofria era todos nós que sofria em cadeias, sofria agressões e que não podia comer absolutamente nada enquanto não se negava a viver aquilo que eles queriam.

— Eu espero que aquele rapaz não venha para vila ver os estragos que seu amado pai faz. Isso se ele descobrir algo! — Disse Jongin em um tom não muito feliz e preocupado.

  Jongin e Kyungsoo eram namorados, porém kyungsoo teve que trabalhar na casa do Senhor Byun cuidando de seu filho e não deixando ele vir para cá ou até mesmo descobrir o que seu pai fazia.

— Eu sei que sente falta do Kyungsoo, todos nós sentimos Jongin e infelizmente ele foi escolhido para cuidar do precioso filho do Senhor Byun. — Digo aquilo em um tom preocupante. Kyungsoo cuidava de todos nós e desde que ele foi para lá Jongin não parava de se culpar.

  Vejo eles preocupado com o nosso amigo, todos ali queriam ser felizes e se casarem e eu era o único que não podia sentir amor por alguém. Eu não sentia amor por alguém, nunca conheci alguém que poderia me entender e está ao meu lado lutando comigo.

Liberdade - Chanbaek. { Pcy + bbh }Onde histórias criam vida. Descubra agora