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Desci do avião procurando por alguém com meu nome escrito em alguma placa no meio daquela gente, quando avistei meu pai e sua esposa, pareciam a família perfeita e eu o empecilho do romance do cafetão ea vadia boazuda, não querendo ser rude mas o sorriso extremamente forçado de sua parte dava para perceber de dentro do avião. Enzo estava com os braços ao redor da cintura da sua amada Ashley e ela com a mão direita apoiada em seu peitoral e a outra em volta de sua cintura e o rosto encostado em seu ombro, parecia aquelas cenas de filmes românticos e totalmente clichês, definitivamente a família perfeita, e totalmente irônica quando se trata da família de Enzo Gregori, qualquer pessoa que desse uma olhada para eles diria que eles se amam e tem a família mais perfeita que existe. Se não fosse por Enzo nessa linda família até eu acreditaria. Enzo mantinha o semblante sério, mas mudou rapidamente quando seu olhar caiu sobre mim - ainda parada no meio do aeroporto -, me avaliando por completo, poderia até ficar envergonhada com a situação se já não estivesse acostumada com esse tipo de avaliação vindo do meu querido pai.

- Filha como você cresceu - disse ele soltando-se de sua mulher e vindo dar-me um abraço o qual não retribui com tanto entusiasmo.

- Não precisa exagerar, nos vimos no mês passado.

- Sim, eu sei, mas a saudade falou mais alto. - ele disse e soltei uma pequena gargalhada irônica.

- Convincente papai - disse dando um sorriso irônico a ele.

- O que quer dizer com isso? - Perguntou Ashley me olhando superior.

- Enzo, podemos ir? Estou cansada e aqui está muito frio - disse ignorando sua pergunta desnecessária.

- Ei, eu lhe fiz uma pergunta - Disse batendo seus saltos contra o chão como uma criança birrenta.

- Eu sei, e eu estou ignorando-a. - disse sorrindo de canto quando escutei-a bufar.

- Tudo bem, vamos para casa. Ah, filha hoje nós vamos a um jantar ok? Sei que está cedo já que você acabou de chegar e teve a perda recente da sua tia, mas, é de extrema importância a mim, e eu preciso da sua presença, posso contar com você? - perguntou com o receio carregado na sua voz.

- Pode - Disse simples surpreendendo ele e até a mim mesma.

- Simples assim? - Perguntou ele visivelmente surpreso.

- Tudo por paz - disse e ele deu uma pequena gargalhada.

Eu poderia recusar e dizer a ele o quão ridículo ele é por sempre colocar o trabalho em primeiro lugar, até mesmo quando a minha tia havia falecido ele não deixava os negócios nem por um minuto, tudo bem que ela não era nada dele mas ela cuidou de mim praticamente minha vida toda, desde que minha mãe faleceu, ela cuida de mim, perdi as duas da mesma forma: câncer, perdi minha mãe quando tinha meus dez anos de idade, ela e Enzo brigavam demais por conta dele ser muito mulherengo, e um ano depois ela descobriu que estava com um tumor no cérebro e estava afetando sua visão. E ela estava sofrendo muito, então ela simplesmente adiantou sua morte, faz sete anos desde que eu a perdi, eu escolhi ficar com minha tia, e para não haver brigas Enzo propôs um acordo a ela dizendo que queria passar os finais de semanas comigo, e ela aceitou numa boa, eu também até perceber a merda que é a vida do meu pai, eu fiquei com raiva dele pois ele não demonstrava se importar por eu estar lá ou minha mãe ter morrido, ele simplesmente saia com uma e voltava com outra, ou duas, ou até mais, e chegou a um nível que eu parei para pensar e percebi que Enzo só propôs o acordo para não se sujar em seu mundo de negócio, e então eu perdi minha tia a dois meses, e sem escolhas tive de vir pra cá.

***

Havia acabado de me arrumar para o jantar qual Enzo julga ser de extrema importância a ele, já conseguia escutar os resmungos de Ashley pela sacada do meu quarto, então para não haver mais "conflitos" entre nós decide ir logo.

- Você demorou Liv. - disse Ashley com desdém em sua voz.

- Meu nome é Olivia. - disse a olhando da mesma forma.

- Tanto faz - disse indo para o carro e abrindo a porta do passageiro me fazendo revirar os olhos.

- Enzo vai demorar muito? Como eu disse no aeroporto, eu estou cansada. - disse frisando a última parte.

- Não sei Olivia, você aceitou vir então por favor. - disse e eu bufei em frustração.

- Tudo bem Enzo, me desculpe - murmurei irônica escutando ele bufar.

Logo que chegamos ao local onde seria o jantar encontramos com um casal e um garoto que eu diria ter seus vinte anos.

- Olivia esses são Jeremy, Pattie e Justin - Disse Enzo indicando-me cada um com um aceno de cabeça.

- Prazer Olivia - disse Pattie me dando um abraço e fazendo o mesmo com os outros.

- Você está linda, se me permite dizer - disse Justin mandando-me um olhar sugestivo.

- O mesmo a você - disse sorrindo.

- Por favor, sentem-se. - Falou Jeremy

olhando vitorioso para Enzo e recebendo o mesmo olhar.

- Qual o objetivo desse jantar?

- Olivia!

- O que é? Sabe que odeio esperar.

- Tudo bem irei dizer - disse Jeremy falou fazendo suspense.

- Pois diga!

- Eu e Enzo iremos divulgar o nosso primeiro filme juntos e com isso iremos precisar de vocês como nossos garotos propaganda para ajudar na divulgação. - Falou ele como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo, como se ele falasse isso a todos, todos os dias.

- Não, sem chances - disse já sentindo a raiva dominar-me e fechar minha garganta em angústia.

- Olivia tenta entender... - disse Enzo em tom de suplica.

- Tenta entender o que?! Enzo de uma vez por todas entenda que, EU NÃO ME IMPORTO COM OS SEUS NEGÓCIOS. Eu acabei de chegar aqui e tudo bem que eu prometidos "nada de escândalos" mas isso? Eu não vou namorar com alguém que EU nem sequer soube da existência na minha vida. Não, sem chances.- disse raivosa

pronta para me levantar mas parei assim que senti uma mão em minha coxa esquerda.

- Liv - sussurrou Justin -, fica só mais dez minutos, se não quiser iremos entender e você poderá ir embora em paz. - falou olhando em meus olhos me fazendo dar um leve tapa em sua mão.

- Meu nome é Olivia - Disse entre dentes - Tudo bem, cinco minutos.

- Eu disse dez min...

- Foda-se - disse o cortando.

- Esse contrato durará cerca de um ano, se você aceitar eu lhe permito posse de uma coisa que sei que você quer desde a morte de sua mãe.

- Posse? E o que seria essa "posse" - disse debochada.

- Sua mãe, antes de tomar os remédios me disse que assim que você completar dezoito para mim lhe dar a oportunidade de duas coisas, que saberemos com o tempo, mas só iremos saber se você aceitar - disse ele sorrindo como se tivesse ganhado o melhor plano de todos.

- Eu não sei - sussurei indecisa. -, você não pode simplesmente me dizer que minha mãe quer uma coisa mas só poderá ser realizada com uma coisa que eu não quero.

- Pra mim tanto faz, eu não me importo. A escolha é sua.

- Você me enoja.

- Sim eu sei, mas pense bem filhinha, essas foram as últimas palavras de sua mãe, como pode ser tão rude ao ponto de não querer ouvilas? - falou Enzo ironicamente.

- Como pode ser tão rude ao ponto de usar isso a seu favor? - retruquei o olhando com todo o ódio possível.

- Como eu já havia te dito: Eu não me importo.

-Tudo bem - suspirei derrotada -, eu aceito

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⏰ Última atualização: Nov 10, 2014 ⏰

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