prólogo

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Me deixa tentar te explicar e por favor, confia em mim. Eu juro que isso vem funcionando.

Então, a três anos atrás, os pai de um garoto, que atualmente faz tênis comigo, abandonou sua família, deixando ele, sua mãe e sua irmã desolados. Foi um escândalo de traição na época e por compaixão, eu e meu pai, que é dono do Vanilla Club, decidimos convida-los para participar de um dos nossos grandes brunchs, que costumam possuir uma lista de convidados bem seleta e nós nunca havíamos os considerado, já que eles haviam virado sócios a pouco tempo.

Por sorte, Karen, a mãe do garoto, se deu bem com todo mundo, e Aaliyah, a irmã, criou amizade com as outras crianças, mas com Shawn não foi a mesma coisa. Ele ficou em silêncio enquanto comia ao meu lado e eu até tentei puxar conversa, mas não rolou muito papo.

Até porque Shawn e eu podemos ter a mesma idade, ir à mesma escola e às mesmas festas, mas nós somos de grupos completamente diferentes e eu nunca havia sequer trocado uma palavra com ele.

Enquanto eu costumo fazer parte dos clubes do livro, de dança e participar do Grêmio Estudantil, eu tenho quase certeza que Shawn é — ou era — de um clube de fotografia, ou teatro, ou... na verdade eu não tenho certeza, mas de resto eu sei que ele é basicamente aquele tipo de cara que ao menos pratica tênis com com sua mãe porque pode ter certeza que sua vida não tornou-se miserável por conta do marido quando ele a deixou.

Na verdade, a separação pode ter sido a melhor coisa que aconteceu a ela nos últimos anos... ou ao menos, isso é o que os murmúrios dizem.

— Ei, quer dar o fora daqui? — sussurro para Shawn e pela primeira vez no dia eu o vi esboçar um sorriso.

— Por favor. — diz e eu me levanto, ajeitando a minha saia. — Tu joga? — pergunta ao notar minha roupa e eu nego com a cabeça assim que eu começo a andar.

— Jogar requer a possibilidade de perder. — digo quando eu sei que ele está me seguindo e indo até o hall do salão buscar as minhas raquetes. — E eu só ganho. — falo sobre meu ombro e pelo modo que ele riu baixinho atrás de mim, talvez tenha sido uma boa ideia chamá-lo para sair daqui.

— O sol tá raiando e a gente acabou de comer, tem certeza que quer jogar?

— Isso é medo de perder? — eu lhe estendo uma raquete.

— Não, definitivamente não. — ele me olha de cima a baixo, como se duvidasse de mim.

— Então eu espero que tu não esteja me subestimando pelo meu tamanho, porque se for... — eu rio. — Tu já tá perdido, garoto. — digo, o que o faz sorrir, aceitando o desafio ao pegar a raquete.

— Tu te acha muito, sabia? — eu dou de ombros.

— Pelo menos eu to te tirando daqui. — sussurro e saímos até a rua.

Fomos à quadra coberta porque o calor lá fora estava realmente de matar e uma insolação não seria muito agradável já que a temporada estava começando, então nós começamos a jogar.

Shawn perde as seis primeiras bolas e eu já estava me entediando, mas tive que parar de zombar da cara dele quando o cara começou a ser rápido.

O jogo empatou rapidinho e eu saía ganhando por uma, sempre, até nós empatarmos de novo e eu pausar para tomar água.

Ele tentou se aproximar para falar comigo, possivelmente com uma de suas gracinhas, mas eu apenas neguei e o mandei para dentro da quadra.

É, eu tenho essa característica que as vezes pode ser péssima para mim, mas o fato é que eu sou muito competitiva e perder um jogo para esse garoto, seria o meu fim.

Vanilla Club • Shawn Mendes [EM BREVE]Onde histórias criam vida. Descubra agora