Overloaded • Kim Taehyung

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Samara sentiu o coração acelerar quando passou pela porta de vidro e caminhou em direção ao porão do lugar. Apesar de ser uma participante há cinco anos, nunca se acostumaria com o fato de nada realmente mudar, a não ser a sensação que tinha sempre que observava atentamente todos os outros jogadores. E modo tão apático de serem.

— Sam! — uma voz familiar a tirou de seu transe, fazendo-a olhar ao redor.

Se aproximando da garota animadamente, um rapaz alto e sorridente lhe deu um abraço apertado, beijando sua testa levemente. Então lhe ofereceu uma taça de vinho branco, dizendo:

— Pensei que não fosse participar esse ano.

— Não era a intenção, de fato, mas o jogo não teria graça sem mim.

Inevitavelmente, enquanto sorria levemente com seu próprio comentário, a garota se viu piscando para a única pessoa deste lugar que confiava parcialmente: Park Jimin.

— Sua ousadia é essencial para nós — ele comentou, olhando ao redor. — Já que faz isso tudo valer a pena.

— Se você gosta de ver meus peitos, basta ser sincero.

— Bem, eu não posso fazer nada se eles são belos.

— Sinto como se estivesse com o ego inflado — Samanta brincou.

— Essa é a intenção.

— Então, o que fez durante o ano? — ela indagou.

Seu colega era filho de um promotor renomado na cidade, mas optou por não seguir o mesmo caminho do pai, embora o mesmo tentasse constantemente convencê-lo.

por isso que Jimin vivia no Overloaded. Para esquecer o fato de que mais cedo ou mais tarde, cederia aos desejos do pai. Todos éramos cientes disso.

E por mais que tentássemos soar um pouco positivo, fazendo-o tentar seguir um caminho, não era como se Jimin quisesse um além dos jogos. Assim como todos os outros participantes.

Todos nós fugíamos de um passado inimaginável e afogávamos nossas mágoas aqui, nesse grupo. Bebendo, conversando, provocando uns aos outros. Era o lugar que conseguíamos ser nós mesmos, apesar de tudo.

— Fiquei fodendo com a minha própria vida, enquanto pensava se realmente valia a pena começar a faculdade de direito ou não — explicou, agora sério. — E você?

Samara deu um gole no vinho.

— Fiquei fodendo, mas não com a minha própria vida — ela sorriu.

Queria sentar num lugar calmo e tentar ajudá-lo a resolver isso, a resolver o problema de suas próprias escolhas e consequências, mas era assunto perdido.

— Alguma paixonite nova?

— Que nada, ninguém interessante o suficiente.

— Sabe, as vezes penso que você vai morrer sozinha.

— Todos não vamos? — ela provocou, vendo seu colega revirar os olhos.

Samara não gostava de se envolver romanticamente com as pessoas porque considerava isso uma perca de tempo. Então tinha sempre casos passageiros, já que nunca ninguém conseguia a cativar de maneira significativa.

Só amavam sua aparência e seu belo corpo. Nunca do seu intelectual e defeitos sempre tão presentes. Ou seus medos, seus traumas, suas inseguranças...

— Acho que está na hora — Jimin encarou o relógio no pulso.

— Já são dez horas?

— Sim.

— Bem, então vamos lá.

Ela começou a andar em direção ao sofá, como todos os outros que iriam jogar, mas parou ao notar que seu amigo não estava caminhando.

— O que foi? — Samanta virou-se para fitá-lo.

— Eu não vou jogar esse ano — Jimin informou, o que era estranho.

— Por que não?

— Digamos que eu quero uma folga.

— Mas é apenas um jogo.

— Pra você, talvez.

— Pensei que gostasse de jogar tanto quanto eu.

— Ouvi dizer que as regras mudaram um pouco.

— Como assim?

Por algum motivo, Samantha notou a estranheza na fala do garoto. E isso, mesmo não querendo, a deixou um pouco desconfortável.

— Você vai descobrir quando jogar — ele sorriu. — Boa sorte.

— Você não vai nem assistir? Talvez eu ganhe esse ano.

Jimin soltou um largo sorriso e respondeu:

— Vou beber um pouco com as pessoas que não vão participar. Mas estarei torcendo por você, como todos os outros anos. Ainda mais quando agora você não pode mais perder de mim.

Samantha revirou os olhos e sorriu.

— Entendi, entendi, grande sabichão. Bem, obrigada — Sam agradeceu, virando-se.