Capítulo 1

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"A Paixão é um sentimento que descontrola qualquer racionalidade."

Todos os anos, pelo meu aniversário, ouvia a minha mãe falar-me da sua grande e única paixão, do quanto ela era tão forte que de todas as vezes que o meu pai lhe tocava ela sempre sentia borboletas na barriga e toda a sua pele se arrepiava ao mais pequeno toque. O meu desejo, antes de apagar as velas, era sempre o mesmo todos os anos: sentir o amor que a minha mãe, ainda hoje, sente pelo meu pai, ou seja, encontrar o verdadeiro amor!

Infelizmente, a vida ainda não se encarregou de colocar esse alguém no meu caminho. Passei anos a procurar essa pessoa, tinha sempre cuidado com a minha aparência, mesmo que só fosse à padaria, no final da rua, comprar pão. Base, corretivo, um leve blush para dar um ar mais saudável, e um gloss andavam sempre comigo.

Hoje faço 26 anos... e o meu aniversário está a ser passado num aeroporto com um senhor de idade ao meu lado a falar da sua falecida mulher. Pergunta-me se já sou casada e se tenho filhos. Mostro um leve sorriso, levanto-me, peço desculpa e saiu a correr para a WC. Não sei o que se passou, mas ultimamente, não conseguia ouvir ninguém falar sobre os seus relacionamentos. A única coisa que me passava pela cabeça nestes tempos, é o facto de eu estar quase com 30 anos e a única experiência amorosa que tive foi com 10 anos de idade.

Não sei se era medo ou se queria encontrar à força alguém para amar. Mas de todas as vezes que eu me interessava por alguém, eu nunca sentia o que a minha mãe tanto falava. Ela dizia sempre que era muito nova, apesar de ela ter casado com apenas 19 anos. Depois passou a dizer que o certo ainda não tinha aparecido e agora dizia que eu sou demasiado exigente. Reviro os olhos ao pensar nisso e vejo a minha imagem no espelho. Não sou uma mulher feia. Tenho o cabelo castanho claro, olhos verdes e a pele sem qualquer imperfeição. Analiso o meu corpo. Tenho uma estrutura média, 1,65m, algum peito, um bumbum um tanto saliente mas nada exagerado, diria que não sou tão mal jeitosa quanto penso.

Os meus pensamentos são interrompidos com o aviso de chamada do meu voo.

Coloco um pouco de gloss, saiu da WC e dirijo-me para a porta de embarque.

Vou um pouco distraída à procura dos meus documentos e do meu celular, onde está o meu bilhete online, quando sinto um empurrão e sou jogada para trás. Caiu com toda a força no chão, a minha mala cai e deixa sair toda a minha desarrumação, inclusive o meu mini diário. Tento arrumar tudo à pressa, mas duas mãos aparecem no meu campo de visão e estas começam a ajudar-me. Olho para cima para ver quem é... e o meu coração dá um salto tão grande, que me faz deixar cair, de novo, tudo no chão. À minha frente, encontra-se o homem mais bonito que eu alguma vez vi na vida... A sua boca grossa, o seu nariz perfeito com um sinal bem na ponta, os seus olhos escuros brilhantes... fico, simplesmente, parada a olhar para ele, sem qualquer reação.

****: Desculpa, se te estou a incomodar mas vi que alguém te empurrou e que não teve a gentileza de ajudar ou pedir desculpa. Hoje em dia já não há ninguém simpático. (diz com um inglês perfeito mas num sotaque bastante engraçado).

Ouço todas aquelas palavras sem deixar de olhar para a sua boca. Tem os dentes de um branco como a neve e o seu sorriso retangular faz estremecer todo o meu corpo. A sua voz é grossa e profunda, fazendo-me esquecer que tenho um voo para Seoul em 5 minutos.

****: Está tudo bem?

Eu pego em todas as minhas coisas com um tanto de pressa, e saiu a correr em direção à fila que se junta em frente da porta de embarque, deixando aquele Deus grego para trás.

Chega a minha vez, mostro toda a minha documentação e entro para dentro do avião. São 13h em Portugal e espera-me um voo de mais de 10h. Vou em classe executiva porque o meu novo chefe assim queria. Sento-me no lugar junto à janela, coloco os meus fones e ligo o meu spotify. Fecho os olhos e aquele rosto daquele estranho invade todos os meus pensamentos. Como pode alguém ser assim tão perfeito? Não devia haver uma lei que proibisse pessoas tão belas de andarem nas ruas? E se alguém apanhar um ataque cardíaco por causa daquela beleza? Quem se iria responsabilizar?

Sinto alguém a sentar-se junto a mim. Tento ignorar aquela presença e focar-me na imagem daquele ser maravilhoso. A sua voz ainda ecoa nos meus ouvidos.... ou espera, isto não é um sonho... Abro os olhos e vejo que quem se senta ao meu lado é o ser maravilhoso.

Ser Maravilhoso: Acho que há pouco te assustei, peço desculpa.

Eu: Não há problema... na verdade eu estava com alguma pressa - tento soar o mais natural possível.

Ser Maravilhoso: O meu nome é Kim Taehyung, mas podes me chamar só de Tae.

Eu: Prazer Tae, o meu nome é Marina e obrigada por me teres ajudado.

Tae: Sem stress... - ele tira algo do seu bolso do casaco - deixaste para trás este caderno.

Eu: Oh meu Deus, mil obrigados... - tiro o caderno das mãos dele e rezo para que ele não tenha lido nada.

Tae: Bom, eu vou-me sentar no meu lugar lá atrás... só queria mesmo te devolver o caderno. Espero que tenhas uma óptima viagem e espero voltar a ver-te, Marina.

Ele sorri, vira as costas sem esperar qualquer resposta e eu fico com o meu coração nas mãos após ouvir o meu nome sair daquela boca.

Volto a colocar os meus fones e fico a viagem toda a sonhar com aquele maravilho ser chamado Kim Taehyung.


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Espero que tenham gostado do primeiro capitulo <3

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⏰ Last updated: Nov 10, 2019 ⏰

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