Billdip - Mundo no mar

Capítulo DOIS

[Dipper Pines]

- Como você está Dipper? - Mabel me perguntou, olhando para o horizonte azul.

Passou tanto tempo, acho que uns bons sete anos. Os poderes que recebemos ajudaram bastante em nossa sobrevivência, mas nos afastou dos outros. Todos temem a gente e nos chamam de demônios. Mesmo crianças.

- Claro maninha. Estamos reabastecendo os barris hoje? - sorri, olhando para o mar que tanto nos encantava.

- Sim! Eu já fui naquela praia, é linda! Tem várias crianças também, mas nunca reclamaram comigo então, talvez, seja diferente com todos.

- Você é muito otimista, Mabel, mas vamos lá. Estou confiando em você.

- Você não confia em mim?

- Com o que você faz é difícil.

Rimos um pouco enquanto continuamos olhando ao mar.

- Crianças, chegamos! Venham ajudar eu e o Ford! - do outro lado do barco, escutamos o grito do tivô Stan.

- Já vamos! - Mabel grita - Preparado, bro bro?

- Tanto quanto você.

Usando os poderes de levitação, levamos os barris de reabastecimento rapidamente para a praia. Passamos de feira em feira enquanto estávamos escolhendo o melhor de cada.

As pessoas não trocavam muitas palavras conosco, era bem visível o medo delas por nós, afinal, quem não teria? Quatro nomeados demônios em sua feirinha de frutas não seria muito agradável. Apelidaram-nos de demônios, que carinhoso.

O bom daquilo tudo realmente foram as crianças. Elas não nos julgaram nem quando revelamos ser mesmo os demônios do mar, pelo contrário, adoraram! Isso me deixou muito feliz, até mesmo os adolescentes nos julgavam. Acho que realmente há pessoas de bom coração aqui. Essas crianças...algo mudou aqui dentro desse meu corpinho frio, eu ainda sou um miolo mole.

- Hey, Dipper! Estamos acabando por aqui. Você pode buscar carne do outro lado da feira? Mais perto do mar.

- Claro, claro. Onde estão os barris?

- Tome.

Ela os levita até mim e diz que vai pegar vegetais para levar, me deixando ali e caminhando até o mar.

- Will! Me espera!

- Anda Bill! Kill disse que vai comprar pelúcias pra gente, da nossa escolha!

- Já vou- oof! - ele bate em mim e cai. Eu poderia cair junto, mas flutuo - Sinto muito! Eu-

Ele me olha com curiosidade, devia ter seus...dezessete anos? Dezoito? Não sei, mas ele parecia me analisar bastante, principalmente minha roupa. Eu sabia que não devia ter vindo com esse conjunto brilhante azul.

- V-você...como você!?

- Você está bem? Desculpa, não se assuste comigo por favor. - estendo minha mão, ele hesita mas a segura, eu logo o levanto.

- Como você fez isso?

- Eu sou um demônio.

- Um demônio!? - ele me encara mais.

- Sim. Você está muito assustado? Eu sinto muito revelar isso repentinamente, não sei o que me deu.

- Não, não. Isso é incrível!! Você é um Demônio do Mar!?

- O próprio. - eu desvio meu olhar, constrangido. Era como se esse rapaz não temesse minha presença.

- Eu- nossa! Eu nunca imaginei conhecer um de vocês. É-é só você??

- Tem minha irmã e meus tivôs.

- Bill...vamos! Você não quer mais? - um garoto com um cabelo certamente diferente (azul) grita.

- Não! Eu não posso ir agora. Vai na frente!

- Quem é ele? - eu o olho, pondo a mão por dentro baixo de meu manto.

- Meu irmão, Will. Eu tenho outro também, mas ele é bem chato.

- Minha irmã também. A propósito, qual o teu nome?

- Billiam. Billiam Cipher. Por favor, me chame de Bill. - ele da um sorriso fofo, com caninos levemente mais agressivos que o normal.

- É um prazer te conhecer Bill. Eu me chamo Dipper Pines, mas acho que você já devia saber disso. - coço a nuca, envergonhado.

- Na verdade não, mas eu sempre quis saber. É um enorme prazer poder te conhecer! Eu ouvi tantas histórias, eu- uau!

Rio. Aquilo era divertido de saber, uma pessoa que não é uma criança gosta de nós. Não tem medo de nós. Como contar a Mabel?

Nós caminhamos um pouco, eu comprando carne e ele me contando sobre si e as lendas que falavam sobre nós. Ele tem por volta de seus 23 anos, parece que vai fazer 24 esse mês. Temos bastante em comum, gostar de Doritos, roupas extravagantes (apesar de eu não revelar muito isso aos outros), gostamos de mistérios e algumas coisas assim.

- Você já está indo? - ele me pergunta quando aviso-lhe que terminei com a carne.

- Infelizmente sim. Cara, foi muito bom te conhecer.

- Igualmente, Pinetree. - ele sorri, mostrando aquelas presas engraçadas.

- Qual é a do apelido?

- Você não gostou?

- Hm...na verdade é bem legal, oxigenado, obrigado.

- É natural!

- Claro, claro. - rio - É uma pena que podemos nunca mais nos encontrar...

- Que tal aqui? Nessa prainha mesmo.

- Você acha que daria certo? - sinto esperança.

- Claro! Marcamos no mapa! - ele sorri e pensa uns segundos - Ou você pode teleportar e me trazer junto! - ele me lança uma piscadela, que faz meu rosto esquentar - Pinetree?

- É uma boa ideia, Bill! Mas o que seus irmãos vão pensar?

- Eles não ligariam muito. Pelo menos não o Kill.

- E seus tivôs?

- Quero ir as escondidas. Por favor, Dipper! - ele faz olhar de cachorro pidão.

- Não sei, Bill. Isso é meio errado...

- Pinetreee!

- Tudo bem, tudo bem! - rio - Mas tem que me prometer tomar cuidado. Tenha certeza de que seus tivôs não descubram!

- Pode crer! - ele ri, uma risada gostosa - Que tal de noite? Todos dormem!

- Certo, está combinado! Hoje a noite?

- Todas as noites!

- Haha..okay, Bill. Todas as noites. A gente passeia.

- Siim!!

Trocamos algumas ideias enquanto eu o acompanhava a seus barco. Eu preciso ver o lugar para poder ir até ele, era um barco grande e belo.

- Tchau, Pinetree! - ele sorri e pisca.

- Até, Bill! - sorrio de volta.

Meus tivôs com certeza irão notar minha ausência, então eu vou contar-lhes. Menos a parte de que será com alguém. Onde vamos primeiro? Talvez andar somente pela praia? Andentrar mais o continente? Um competição de surf? Gastar dinheiro? Eu não sei, mas espero que seja divertido.

Eu quero que ele se divirta, e que esteja seguro. Deus me acuda se ele for pego! Vamos, Dipper, você pode impedir isso.

Eu vou tomar conta de você, Bill Cipher. Prometo cuidar bem.

Vamos aproveitar o quanto podemos.