Brock velho amigo escrevo-lhe está carta para pedir um favor, lembra-se do acidente nas ruínas do Norte onde eu fui um dos poucos sobreviventes, pois bem, sei que tu és o líder da União dos Arqueólogos e Exploradores e por isto quero que garanta que ninguém nunca mais coloque os pés naquele lugar amaldiçoado, "mas por que?" você deve se perguntar quando ler isto, pois bem irei lhe contar a história, e diferente daqueles tolos inocentes espero que acredite em mim pois como um mago de 45 anos de idade eu sei oque eu vi e aquilo, aquela abominação deve permanecer presa por detrás das enormes portas de pedra.
Eram cinco horas da manhã eu havia sido chamado a pedido do líder da expedição Dungar, aquele velho anão ardiloso sabia de meus talentos nas artes mágicas e gosto pela arqueologia e realmente, eu gosto de saber sobre a história daquilo que era mas já não é, eu deveria analisar uma ruína antiga que encontraram durante uma escavação nos cantos frios das cadeias montanhosas de Frjörn, a ruína em si não tinha nada fora do normal do que uma ruína deveria ter, artefatos antigos, desenhos nas paredes e armadilhas tão antigas que mal funcionam direito e é claro alguns Kobolds aqueles pequenos seres semelhantes a ratos que vivem em cavernas e lugares antigos como esse, mas eis que um membro do nosso grupo um jovem humano chamado Jhon tropeçou em uma pedra e caiu de cara em uma parede, graças a isso a argila seca e a poeira que cobriam toda a ruína cedeu na região em que ele havia se chocado, revelando que não se tratava de uma parede mas de uma porta, um portão para ser mais exato ele era enorme e feito de pedra, nela haviam gravuras e desenhos que pareciam contar um tipo de conto antigo, estava desenhado uma criatura que era maior do que montanhas representadas por pequenos morros e dez sombras que pareciam estar adorando a mesma, mas havia algo estranho, mesmo sem sentir qualquer magia o mero desenho daquela coisa me fazia ter calafrios a gravura exalava maldade e só de contempla-lo meu estomago revirava, nosso tolo e arrogante líder ao ver aquilo imediatamente ordenou que abríssemos o portão dizendo "É na parte mais funda que se encontra os melhores tesouros" aquele idiota... se soubesse oque nos esperava nunca haveria proferido tais palavras e teríamos indo embora com o pouco espólio que coletamos, mas como era de se esperar a ganância e o ego falaram mais alto, em pouco tempo os portões estavam abertos revelando uma escadaria que descia infinitamente como se não houvesse um fim, aos poucos fomos descendo-a tomando cuidado com prováveis armadilhas, mas era estranho não havia nada! Nenhuma magia de proteção, nem armadilha nem mesmo nenhum ser vivo um misero rato ou aranha sequer, e conforme descíamos foi ficando frio e úmido tão frio quanto fora da ruína onde a neve cobria todo o horizonte, a escadaria descia em forma de espiral até que enfim chegamos em um corredor estreito que dava em uma segunda porta de pedra igual a primeira, o corredor fedia a mofo oque me fazia espirrar a cada passo isto era por causa do chão molhado devido a infiltração nas velhas paredes, quando chegamos ao fim do corredor pude ver melhor e vi que como a outra está também tinha desenhos, diferente da anterior nestes uma das dez sombras estava atacando a criatura e parecia estar ganhando e envolta desta gravura que era a principal destacada em um círculo, ao redor haviam outras nove que pareciam ser sobre as nove sombras, pelo que vi seis estavam mortas e três estavam presas, isto era estranho mas ignorei, enfim abrimos a porta e o que vimos era incrível uma enorme câmara nela haviam cristais em forma de obelisco que aparentemente serviam para iluminar o local e no centro havia algo semelhante a um altar com uma espécie de cubo de pedra encima do mesmo, nós verificamos cada centímetro do lugar mas não havia ameaças aparentemente, então resolvemos checar o altar e o tal cubo que também não tinham nada de especial a primeira vista, ao polir o cubo para remover a poeira notei que em cada face havia 6 quadrados com pedaços do que pareciam ser imagens, era idêntico àquele brinquedo que mágicos picaretas e ilusionistas de fundo de jardim usavam para enganar crianças montando o cubo em segundos o famoso "cubo mágico", mas algo me incomodava nele eu não sabia oque mas minha curiosidade me tentava a descobrir oque aconteceria se eu o resolvesse, foi então que Dungar o tomou de minhas mãos dizendo:
—Passa isso pra cá guri eu monto um desses em três tempos.
Eu fiquei indignado mas deixei que ele fizesse as honras, quando ele mexeu a primeira parte do cubo foi ai que o terror começou, Dungar começou a gritar e suas veias se tornaram negras e estavam a flor da pele enquanto sua pele se acinzentava e seus cabelos esbranquiçavam, todos ficaram horrorizados alguns correram outros pegaram suas espadas e rifles, a criatura que um dia fora um velho anão rabugento agora se parecia um monstro e tentou atacar um dos membros que o matou com um tiro na cabeça, eu estava horrorizado e ao mesmo tempo fascinado, como eu um Mago experiente não senti magia nenhuma naquela caixa? Que tipo de feitiço era aquele? Foi então que criei coragem e a peguei mas não fui tolo de tentar abri-lá manualmente, rapidamente criei um circulo mágico programado para resolver o cubo como se fosse um cubo mágico tradicional e o coloquei no centro, que para minha surpresa funcionou o cubo estava sendo resolvido e as imagens se formando, quando estava finalizado ele caiu no chão, quando me aproximei para pegar ele começou a emitir uma forte luz roxa e quando ela cessou ele havia mudado, nada demais apenas haviam surgido pontas triangulares em quatro de seus lados com exceção da parte de cima e da frente, na frente havia a imagem de um olho esculpido na pedra e encima algo como uma alça como se fosse uma tampa. E sem hesitar eu abri...
Naquele momento todos que estavam comigo começaram a gritar e se contorcer com exceção de Jhon que havia recuado antes que eu abrisse a caixa, e então meus olhos se fixaram no interior na caixa por um momento e oque eu vi me fez ficar paralisado, oque havia dentro dela era um globo ocular em perfeito estado de conservação, ele era completamente laranja e envolta da pupila havia três círculos um da íris que era laranja mais avermelhado e as outras duas mais atrás que eram do mesmo tom do resto do globo, foi então que ouvi algo que não era a voz de ninguém do grupo, era um sussurro fraco e baixo de uma voz fria e macabra.
—Olá Augusto...
Eu fique assustado e imediatamente disse:
—Quem é você? Onde está?
—Estou bem aqui...obrigado...por me libertar...
Quando percebi vi que o olho emanava uma energia sombria de uma cor preta com tons de roxo, sua aura se expandiu a ponto que criava tentáculos de escuridão, que foram usados para matar cada um de meus amigos que se debatiam no chão, os tentáculos arrancavam seus corações de seus peitos e rasgavam seus corpos em pedaços, era algo horrendo agora que nunca vi antes, na verdade esse tipo de magia em si eu nunca tinha visto antes, eu já vi magia de sombra onde você manipula sua própria sombra e a dos outros mas isto não era sombra esta coisa era diferente.
—Eu irei lhe poupar como agradecimento por me libertar, agora vá deixe este lugar mortal!!!
Então aquela coisa abriu um portal sombrio feito da mesma energia que o cercava e sumiu, e lá estava eu, sozinho em meio a carnificina, o resto você já sabe fui achado paralisado de medo me resgataram, mas quando me recuperei o bastante para contar não acreditaram disseram que foi alguma armadilha mágica e que o trauma me deixou esquizofrênico, mas Brock por favor exploda aquele lugar com tudo que a nele, quem sabe que horrores ainda dormem por lá esperando por desavisados para os libertar.
De seu velho amigo Augusto.
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A Caixa
FantasyUm mago se junta a um grupo de exploradores para desbravar uma ruína antiga, mas o que encontram lá o fará perder a sanidade para sempre.