A temperatura caiu bastante nos últimos dias, mas ainda sim estava um clima agradável para Sam Wilson. Ele poderia ficar o dia inteiro vestindo seu pijama, assistindo um filme pela metade, tentando entender o enredo da história pois havia acabado de ligar a televisão, enquanto tentava se decidir se devia ou não levantar para pegar uma coberta e perder uma parte do filme que ele julgava ser importante.
Estava quase entendendo o enredo do filme, tinha quase certeza que era sobre um homem indo atrás da sua família sequestrada. Era um clichê bem óbvio que ele sabia como terminaria, mas ficaria até o final para assistir.
Mesmo sem um cobertor, seu corpo foi devidamente aquecido ao entrar em contato com outro corpo que, sorrateiramente, entrou no cômodo e infiltrou-se junto a si no sofá. Sam sentiu os braços do homem rodeando sua cintura, aproximando seus corpos para que coubessem no pequeno sofá.
- Deveríamos adotar um gato. - Comentou Bucky, com a voz rouca. Seu rosto estava escondido em meio ao pescoço do namorado. Quando falava, assoprava levemente contra a pele negra do homem.
- Deveríamos? - Perguntou Sam, sentindo seus pelos se arrepiarem, colocando também seus braços sob o homem. Um abraço estranho se formou, mas confortável para ambos.
Recebendo um sim como resposta, perguntou novamente.
- Um gato?
- Sim - Respondeu novamente - Acho que precisamos colocar um pouco mais de vida nesse lugar - Disse, referindo-se ao apartamento em que moravam.
Sam ficou ligeiramente confuso. Para ele, o apartamento que dividiam tinha até vida demais pela maneira que a bagunça se manifestava. Não importava o quanto tentavam deixar o ambiente organizado, sempre surgia uma ocasião onde tudo parecia perder o controle e Sam ficava impressionado com a habilidade que ele e Bucky tinham de causar confusões estando sozinhos no mesmo ambiente. Morando juntos então dá para imaginar o tipo de bagunça que faziam
Normalmente essas ocasiões ocorriam quando se arrumavam juntos, tentando dividir o mesmo banheiro na hora de se barbear. De uma hora para outra, ambos estavam sujos de creme de barbear. É um item na lista de compras que sempre está presente.
Ou quando Sam encontrava uma receita interessante para prepararem juntos e quase colocavam fogo na casa ou iniciavam uma guerra de ovos e farinhas - como a primeira vez em que fizeram um bolo juntos.
- Concordo, mas acho que um cachorro seria uma melhor opção. Ao menos ele poderia correr comigo já que alguém não faz isso comigo - Soltou uma farpa para homem em seus braços. Não podia ver, mas sabia que o moreno havia revirado os olhos.
Bucky tirou seus braços em volta do seu corpo, levantando-se. Seu cabelo, agora curto, que, surpreendentemente, crescia rápido, estava bagunçado, não havia o habitualmente topete de sempre, mas continuava lindo.
Sam não pode deixar de sorrir com a imagem, pensando o quanto ele continuava ainda mais bonito mesmo com o cabelo bagunçado e a cara amassada.
- Você que não gosta que eu vá correr com você. - Retrucou, mostrando uma leve mágoa.
Não é que Sam não gostasse, só era difícil correr junto com o Bucky, porque:
1º Bucky demorava muito para levantar e se arrumar para correr, ele pode ser muito preguiçoso de manhã ás vezes;
2º Correr com Bucky acabava com todo o lado maduro do Sam. Brincavam durante todo o percurso e teve uma vez que até brincaram de esconde-esconde no parque.
Longe de Sam reclamar de tudo isso, mas era uma rotina importante para ele que gostaria que Bucky respeitasse e, se pudesse, participasse ao seu lado uma vez ou outra. Porém, não gostava de discutir sobre esses assuntos.