Capítulo 01 - Casas

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AVISOS IMPORTANTES!!

Antes de tudo queria estabelecer algumas coisas sobre o universo dessa história.

Vou fazer o possível para ambientar da melhor forma todo o meio mágico de Harry Potter, sua essência, porém, é claro, haverão certas modificações. Estou me referindo a Hogwarts principalmente, tudo estará sujeito a alterações desde, por exemplo, a adição de lugares secretos até a presença de outras criaturas que não existiam originalmente.

O que estou querendo dizer é: basicamente, não estranhem caso algo do tipo "eu não acho que um feitiço assim exista..." ou "que diabos de criatura é essa?!" passe pela sua cabeça durante a leitura kkkkkkkkk.

No final das contas, isso é uma fanfic ;)

Muito obrigada por ler!!

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Apressado, fechou a porta do quarto e, sem nem ligar as luzes, foi para a cama. O dormitório estava vazio, todos os outros ainda comiam e conversavam no salão. Sentado na beirada do colchão, colocou as duas mãos, trêmulas, sobre o rosto. Seu coração batia forte, em uma angustia que achou que não voltaria a sentir tão cedo.

Mal acreditou quando recebeu sua carta, melhor dizendo, foi só depois de passar pelo Grande Salão que confiou na veracidade daquele lugar. Hogwarts era surreal, muito mais encantadora do que nas histórias que ouvia da mãe.

Porém, teve a alegria totalmente ofuscada ao se deparar com certo alguém.

Desde a infância, a admissão de Bakugou Katsuki era algo certo, sabia disso melhor do que ninguém. No entanto, alguns meses atrás, surpreendentemente, Midoriya também fora chamado e então tudo mudou em sua cabeça.

Aquilo que mais desejou estava se concretizando e não perderia tempo se preocupando com complicações triviais relacionadas ao loiro. Não pensou nem por um momento em como seria quando se encontrassem, nem na reação que teria. Pois, era de fato um bruxo e, pela primeira vez, deixaria as coisas fluírem, sem pensar em nada. Assim, até o dia da partida, aproveitou ao máximo cada momento, toda noite fazendo questão de repetir para si mesmo a mesma palavra — "bruxo" — pelo simples prazer de ouvi-la, quase como se carregasse a magia em cada letra.

Diante dessa postura despreocupada que tomara, era de se esperar que sentiria as consequências dela em um futuro próximo. Logo na primeira vez que se cruzaram, as lembranças da realidade anterior vieram a tona, perturbando seu ânimo.

O primeiro encontro ocorreu ainda no trem.

Entrou na primeira cabine vazia que viu, ajeitou suas duas malinhas, ambas compradas na mesma semana, feitas de couro, de uma versão um pouco mais atualizada das que a própria mãe usara em sua época. Ficou apenas com um caderno e um lápis em mãos e só então recostou no assento. Faltavam 10 minutos para o Expresso de Hogwarts partir e várias crianças ainda corriam pelos corredores. Entre as dezenas de vultos que passavam pela janelinha da porta, um garoto de cabelo espetado e bagunçado parou bem na frente.

Seu peito gelou.

Do lado de fora, Bakugou carregava uma mochila nas costas, segurando um papel em uma mão e uma mala na outra. Midoriya, paralisado, observou atentamente cada uma de suas ações. O menino deu mais uma olhada no bilhete para então erguer o rosto, virando em direção da cabine.

Sustentaram o olhar um do outro por não mais do que alguns segundos. Sem trocarem sequer uma palavra, o loiro voltou a cabeça para frente no mesmo instante e seguiu para o próximo vagão. Midoriya suspirou, aliviado. Caso Bakugou decidisse tratá-lo como um desconhecido não haveria com que se preocupar. Talvez nem se vissem mais!

Porém, não demoraria muito para suas esperanças despedaçarem de vez.

Assim que chegou na entrada do castelo se agrupou ao grupo dos outros primeiranistas e juntos foram conduzidos por um homem grande e barbudo. Em seguida, guiados até uma salinha, ao lado do saguão, por uma professora mais nova, de cabelo preto e óculos azul.

Ela deu-lhes as boas vindas e uma breve introdução, por mais que a maioria dos presentes já soubessem, de todo o processo que viria a seguir. Antes do banquete de abertura inciariam com a Cerimônia de Seleção na presença de toda a escola, para isso, fariam duas filas e seguiriam  para o Grande Salão.

O lugar era lindo, tinha o teto todo estrelado, iluminado por centenas de velas que flutuavam sobre quatro mesas compridas que se estendiam de um extremo a outro da sala, uma para cada Casa. Os demais estudantes já estavam acomodados e observavam a fila de novatos se locomover até a Mesa Central, onde sentavam os professores.

A partir de então, o tempo passou muito rápido. Foram tantas emoções que Midoriya ainda não sabia ao certo como organizá-las, tudo parecia um grande borrão em suas memórias.

Com todos os novatos enfileirados, um banquinho foi posto e, ao lado dele, a professora cujo não recordava mais o nome segurava um chapéu pontudo de bruxo, todo surrado e remendado, o qual logo ganhou vida. De um por um, os alunos iam sentando para experimentá-lo e assim terem suas casas anunciadas, sendo recebidos pelos estudantes mais velhos com palmas.

Quando chegou a vez de Midoriya, não custou muito tempo. O Chapéu Seletor que mal tinha sido colocado em sua cabeça, soltou uma risadinha, anunciando "GRIFINÓRIA". Passou cumprimentando a todos que lhe estendiam a mão, sendo contagiado pelo entusiasmo. Enquanto andava até a sua mesa tentou imaginar se aquela risada possuiria algum significado, porém, como ninguém mais parecia ter dado atenção ou sequer notado tal detalhe deixou de lado. A cada anunciação mais uma explosão de vivas ressoava pelo salão e, medida que outras pessoas se juntavam a casa, os mais velhos levantavam e, em meio a mais uma enxurrada de palmas, comemoravam cada vez mais alto.

Mesmo ciente da presença do outro, Midoriya ainda sentiu a nuca arrepiar quando ouviu chamarem o nome do vizinho. Não desviou os olhos nem por um segundo durante o processo de seleção que, ao contrário do seu, tomou certo tempo.

Enquanto o chapéu murmurava, Bakugou manteve uma expressão que ele conhecia bem, sobrancelhas franzidas, formando uma ruga entre elas, os olhos comprimidos e a boca cerrada, provavelmente rangendo os dentes. Estava nitidamente irritado.

O chapéu prolongou aquilo por longos minutos. Em certo ponto, até parecia que os dois estavam discutindo, promovendo uma corrente de murmúrios pelo salão, os alunos estavam começando a ficar inquietos perante a demora. Até que, dando fim ao mistério, o chapéu proclamou:

"GRIFINÓRIA".

Dessa vez, Midoriya permaneceu sentado. Bakugou não fez menção de apertar as mãos de ninguém e seguiu até a outra ponta da mesa, mantendo a cara emburrada. Não só passariam o resta do ano assistindo aulas juntos, como também dividiriam o mesmo dormitório.

Quão azarado ele conseguia ser?

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