Rafael, nome dado a criança que agora porta a consciência de Lufear, já estava com 6 anos de idade. Auge de seus momentos bons e ruins. Inicio do seu inferno pessoal. A Escola!
Por não ser muito sociável e já ter os problemas neurológicos de nascença, muita pejoração ocorrera. Mas isso nunca conseguiu tirar o ânimo desse garoto. Todo santo dia, ele abria um sorriso e ia aprender na escola.
De baixa estatura física, com olhos verdes, cabelos quase na raiz, recém cortados por uma máquina portátil, cujas lâminas se moviam para promover a ação de corte e com uma estrutura de plástico para regulagem do tamanho cortado.
Sua única definição, segundo seus colegas, era: "Burro do Shrek"
Mas isso não durou muito tempo. Nessa sociedade liquida vivida pelos humanos, as relações sociais não são aptas a durarem muito tempo. E o mesmo, aconteceu com Rafael. Ele começou a ficar deprimido com os comentários. Não estava nada fácil aguentar
toda aquela pressão, comentários, agressões físicas e verbais. Então só restava uma solução. Ou foi o que ele pensou na hora. Com uma lâmina de um apontador desmontado, um braço foi dilacerado...
- Aiii!! - Gritou Rafael após se cortar - Isso parecia ser tão fácil e normal nas series de tv e relatos... Mas até que é bom... Ao menos, da pra perceber que eu sou humano... Essa dor.. Alivia muito a dor que eu sinto em meu peito... E Então, ele continuou a se cortar, semana por semana, até que, mesmo com a dor de um corte, o vazio se mantinha e doía cada vez mais. Então, durante uma noite, em seu sono profundo, Lufear sente algo. E enfim, após 6 anos de descanso, decide acordar.
- AAAAAAAAHHHHHH!! - Boceja, espreguiçando - Como é bom dormir! Faz séculos que eu não durmo. Eu deveria aumentar a minha grade de sono.
Olha pra cima, no plano de memórias adormecidas de Rafael:
- Ai narrador... Vc é um bosta, sabia? Nem pra contar uma história boa pra esse menino... Não quero parecer que reencarnei num corpo horrível, todo cheio de marcas. Vão pensar que eu sou realmente aquela figura dos desenhos de livros
- CALA A BOCA LUFEAR! Que saco cara, o tempo todo essa desgraça de me interromper. Me deixa narrar a história em paz. Meu único papel é narrar os fatos acontecidos. Não vou mudar por que você está me pedindo.
- GROSSO! Eu só queria ter uma história bonita... Pelo menos uma única vez.. - Faz uma carinha triste
- Desiste. Eu não vou mudar a história, agora, se prepara que você vai aparecer na história. E não me interrompe mais. No meio do sonho de Rafael, algo inesperado acontece. O sonho é rachado ao meio, como vidro caindo no chão. E então, num plano mental, Ingqondo. Nesse plano, parece ser tudo escuro. Não há luz, mas também não há trevas, não há calma, mas também não há tumultos. Seria esse o paraíso pensado pelos humanos? O chão estava com uma fina camada de água suficientemente pura, ao ponto de refletir a imagem de quem olhasse para ela.
- Mas para com esses discursos de livro. Só me falta você falar que essa água vai refletir quem ele realmente é...
- É quase isso... MAS PARA DE ME INTERROMPER. DIABO IRRITANTE!
- Você sabe que minha única função no momento é te estressar. Se acostume.
Quando Rafael olhou para seu reflexo, não vira nada... Não havia nada, a não ser ele mesmo. Porém, quando ele olhou para frente, viu uma sombra. Uma tênue sombra, que se destacava entre todas as outras no local. Talvez o fato dos olhos brilharem em um tom vermelho carmesim, ajudou a perceber a diferença.
- QUEM É VOCÊ?? - Grita Rafael, querendo correr, com medo
- Eu sou você. Ou melhor, eu sou eu, mas incorporado em você... - Quebra a parede de texto - Narrador, o que eu tenho que falar pra ficar bom? Quero fazer uma história descente...
- Não faço a menor ideia. Fala algo marcante. Algo que vai fazer as pessoas pensarem e que vai fazer o seu corpo te querer... O que é difícil, já que você é um saco..
- Entendi... Vou tentar não fazer bosta como sempre... - - Então... Vou abrir o jogo com você..
- ACHO BOM... - Diz Rafael, se afastando da sombra
- Eu sou uma entidade. Pra vocês, de Ziu, sou conhecido como Lúcifer. Apesar que meu nome mais comum é Lufear
- Calma... - Diz assustado, se afastando cada vez mais - Você é o Lúcifer mesmo? O mau? Aquele que traiu Deus? Que levou a imperfeição? O CULPADO PELOS HUMANOS TRABALHAREM?
- Preciso deixar claro que metade disso é mentira. E que vocês merecem trabalhar, bando de vagabundo!
Rafael cai em gargalhadas
- Você é mesmo o Lúcifer. Sempre acreditei que ele era engraçado
- Tem que ser né... Quando nada te ajuda, somente a risada consegue disfarçar seus problemas
- Você tem razão. Me sinto bem melhor agora. Mas então, Sir Lúcifer
- Me chame só de Lu, por favor
- Então, Lu, por que você tá aqui, comigo? Você não deveria... estar cuidando do inferno?
- Eu hein, "to" de férias. Mas eu "to" aqui, por que meu velho e meu porteiro me instruíram a voltar para seu mundo. Segundo eles, você vai ser uma pessoa que vai me ensinar muito, da mesma forma que eu vou te ensinar muito
- Então, você não tá aqui para me matar ou me fazer sofrer?
- De certa forma, eu vou fazer os dois. Mas pra isso, você precisa aceitar a mim. Precisa aceitar minha presença, meus poderes e meu conhecimento. Mas isso vai te mudar. Você pode se tornar algo que você nunca quis.
- Não sei se eu quero. Tem como adiar nossa conversa? Eu preciso pensar... Eu não quero mudar. Mudar é ser igual as pessoas dessa época. Mudança constante não deixa você criar sua própria identidade ou legado. Não quero ser assim. Quero meu legado e que todos saibam minha identidade
- Tudo bem. Quando você se sentir pronto, basta você chamar esse nome. Vou entender que você vai me aceitar.
E Então, Lufear recitou seu nome de verdade para Rafael, nome esse que não pode ser dito ou ouvido de forma clara por nenhum humano comum. Lufear voltou a descansar, e Rafael acordou de seu sonho. Ele sobreviverá a mais uma semana na sua escola? O Mundo está querendo ajuda-lo? As dores, as mágoas... O mundo levará a uma mudança. Seria ela, um novo começo? Ou o final do velho início?
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Evolution
HumorA história gira em torno de Lucifer em sua busca por redenção e justiça na Terra. Mas não será nada fácil. Lucifer sofrerá inúmeros problemas, brigas com o narrador e ainda, aprenderá com humanos. Será que ele é capaz de aguentar tudo isso?