pleasure

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JUNGKOOK

Naquela madrugada ele me mandou o aviso, dizendo para onde devo ir. Seu comando foi claro o suficiente para eu travar meu maxilar e respirar fundo.

Na praça principal, às sete. Me encontre em minha casa às cinco.

Uma onda fria passou pela minha coluna, senti que estava encrencado, ele nunca me pede para ir mais cedo, e, quando pede é porque cometi algum erro. Peguei minha jaqueta e calcei meus calçados quando o relógio marcava 4:35, a casa dele era um pouco longe da minha e acredito que sou um dos únicos que sabe onde ele mora, sorri privilegiado. Peguei as chaves da minha moto e o capacete assim que me levantei e tranquei a porta.

Estava chovendo, não muito forte, mas o suficiente para me deixar ensopado quando chegar lá; estalei meu pescoço antes de colocar o capacete e subi na moto, quando a liguei, comecei a preparar meu psicológico para o pior, eu sabia que ele era um homem perigoso, ainda é, para falar a verdade, me lembro de onde ele guarda a arma em sua casa e fiz uma anotação mentalmente de o deixar longe daquele local. 

A chuva engrossou, mas eu já estava na rua de sua casa, as luzes estavam apagadas, exceto pela luz roxa que havia em seu quarto, um ótimo cenário para me assassinar. Estacionei em frente à sua casa e ele pareceu ouvir, já que a luz da sala de recepção acendeu e logo pude ouvir a porta ser destrancada. 

Sua cara não estava nada boa, seus cabelos pretos estavam um pouco bagunçados, seus lábios estavam rosados e suas sobrancelhas indicavam que ele estava nervoso. Quando me aproximei, me pegou pela gola da blusa preta que eu usava por baixo da jaqueta. Seus olhos me encararam e seus lábios roçaram contra os meus. 

─ Sobe para o meu quarto. Agora, Jungkook. ─ Sua voz saiu rouca e determinada, engoli seco e apenas obedeci, como um cachorrinho desesperado. Entrei no cômodo e a onda fria passou por minha coluna mais uma vez, olhei em volta, sem sinal de arma, ele não vai me matar, não dessa vez.

Quando senti que havia alguém me olhando, virei para a porta e encontrei Jimin encostado no batente da porta, me olhando com raiva, busquei em minha memória o que eu havia feito de errado, mas não me recordo de nada. Assim que ele pega impulso e caminha até mim lentamente, me pego caminhando para trás, com medo do que ele pode fazer.

─ Está com medo de mim, coelhinho

O apelido quase me faz revirar os olhos, lembro de quando ele me deu uma missão que era preciso o uso de máscaras, e a minha acabou por ser de coelho, pelo menos a missão foi um sucesso, matei o desgraçado que precisava ser morto e ainda acabei por transar com meu chefe, que agora está se aproximando mais. Senti minha panturrilha encostar na cama e me vi sem saída.

─ Eu fiz uma pergunta, Jungkook. ─ Por mais que eu seja um assassino, não consigo resistir ao Jimin, perco toda a minha pose.

─ Não estou com medo, Jimin. ─ Minha voz saiu seca.

Ele apenas me olhou por inteiro, ainda com uma expressão irritada. Quando seus olhos pararam nos meus, ele finalmente disse algo: ─ Você estava fora de si, não estava, Jeon?

─ Do que você está falando? ─ Perguntei.

─ Não me deixe estressado, garoto. ─ Jimin apertou meu braço. ─ A merda que você fez ontem, Jungkook! 

𝗅𝗎𝗌𝗍 ♧ 𝗃𝗂𝗄𝗈𝗈𝗄 𝗈𝗇𝖾 𝗌𝗁𝗈𝗍Onde histórias criam vida. Descubra agora