Capítulo 15

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Lauren Jauregui Pov

Estacionei o carro ao lado da calçada em frente a minha casa. Voltava do mercado. Era uma desculpa para não ficar em casa e ter que lhe dar com os meus vizinhos. No caminho fiz questão de passar na praia e olhar um pouco o céu ensolarado de dentro do carro. Havia muitas pessoas no lugar. Era um dos meus sonhos ir a praia e tomar banho de sol como uma pessoa comum. Porém, passava longe sempre, sabia que questionamentos iriam ser feito, por esta usando uma sunga e dentro dela, vissem o volume que homens constumavam a ter, não uma garota. Poderia sim tomar banho de roupa e cueca de compressão, entretanto, tinha certeza que jamais iria me sentir livre. Desejava a sensação de liberdade e está pressa em uma cueca que seu intuito era me esconder, não me daria isso.

Havia ido pra escola. Tinha sido mais um dia estranho. Consegui fugir de Trevis. Oque me foi de repleto alívio para meus neurônios. Mas a caminho de casa, dentro do meu carro, o vistei em um beco, a qual era acostumado me esperar para fazer suas brincadeiras. Oque me fez acreditar que o mesmo não tinha conhecimento que eu já não usava o mesmo meio de transporte que usava antes para ir a escola. Se eu estivesse em minha bicicleta, com toda certeza do mundo ele já havia de me dado as boas vindas de sua forma. E tinha também a minha saga de me esconder dos Cabello. Oque me andava em sendo mais complicado que fugir de Hassan. Cameron tentou contato comigo novamente. Também consegui escapar dele. Sabia que não iria durar para sempre, mas tentaria até o início das férias. Que graças aos céus, não tardava.

Sai do veículo com minha atenção voltada para a música, fui até o porta-malas e dela retirei algumas poucas sacolas de compras. O carro foi desligado, o porta malas-fechado e eu com intuito de ir para dentro de casa, caminhei os poucos passos que me restavam até a porta. E isso seria feito sem muita dificuldade, se não fosse por Camila sentada nos degraus da pequena escada.

Oque ela queria agora?

Travei por alguns segundos ao avista-lá. De fato, não esperava dar de cara com ela em minha porta. Os dias fugindo e ignorando sua presença tinham sidos bem aplicados. Mas agora, sabia que não havia qualquer desvio que pudesse me fazer fugir de sua presença. Puxei e soltei o ar, um tanto incerta do que poderia fazer. No entanto caminhei em direção à entrada de minha casa, com o pensamento de passar por ela sem muita falação. Entretanto, como nem tudo eram flores, ela me parou antes mesmo que eu pudesse pôr os pés na varanda.

— Pode ir parando bem aí, Jauregui. Estou a uma hora sentada aqui esperando pra conseguir falar com você. E não vou embora até que fale comigo. — Exclamou Camila,

Fechei os olhos com força, e agradeci por está de costas para ela.

— O que há de errado com você? Eu sei que estou um pouco ausente por causas do balé mas quando me resta tempo, a primeira coisa que faço é vim até você  — Disse ela em um tom que não consegui identificar. — mas por algum motivo, pra mim, você nunca esta disponível. Oque há de errado? Pensei que estivéssemos bem depois do dia que me levou chocolates.

— Não há nada de errado, Camila. — decretei de maneira ríspida ao me virar para observá-la. — Só ando com coisas melhores pra fazer, assim como você.

Sua afeição surpresa não me passou desapercebido.

— Quem é você? Porque está assim? — Vi sua boca fechar e abrir algumas vezes, como se buscasse mais palavras. — Eu quero realmente entender oque fiz de errado pra você demonstrar me odiar, odiar minha presença.

Balancei a cabeça em negativa. Ela parecia desconcertada.

—  Assim... como?

—  Você está fugindo, nos evitando e tudo mais. — Relatou e pude vê-la soltar o ar. —  Você anda distante. Parece que nos... nos abomina.

Rir sem humor ao ouvir suas palavras. Ela não tinha ideia do que eu estava fazendo para mantê-los a salvo de um idiota que adorava maltratar as pessoas. Como ela podia dizer aquilo?

—  Sério que você está falando isso? Olha, eu tenho várias coisas para fazer se me der licença eu... — avisei e pus a chave na porta e a girei.

—  Está vendo? — Disse ela, me interrompendo. —  Você está fugindo novamente.

Me virei para ela com o maxilar trincado.

— Está vendo? Você está me atrapalhado. — Alertei mostrando as sacolas.

— Você está agindo feito uma criança e eu nem sei o motivo! —  Camila argumentou apontando o indicador em minha direção. —  pôrque você não me diz oque foi que houve?

Balancei a cabeça e sorri sem humor.

—  Não é importante. Quer saber? Porquê não volta para o seu namoradinho e me deixa em paz? — Exclamei irritada. — Oh! Parece mais importante do que ficar aqui tirando meu tempo.

Sabia que ia me arrepender depois mas precisava mantê-la longe.

— Como é que eu vou para casa, sabendo que minha melhor amiga está chateada comigo e eu nem sei o motivo? Me diz de uma vez. Eu preciso saber. — gritou ela, seu tom era choroso e eu estava odiando ouvi-la. — Lauren, me diga por favor!

Sou sua melhor amiga, eu não passo disso.

Eu á  observei, sentindo meu coração afundar dentro do peito lentamente.

Me sentia mal por ouví-la decretar que eu era somente a amiga. Se é que ainda continuaria sendo quando soubesse sobre mim. Se é que já não sabia e fingia não saber. Cameron sabia. Porque ela não sabia? Afinal, eles iniciaram na escola no mesmo período.

Jamais iria passar de uma amiga.

— Camila, vai para a sua casa. —  Decreto lentamente.

—  Você não pode fazer isso. Não pode ficar chateada e não me dizer o que fiz. — Declarou nervosamente. —  Eu... nós precisamos concertar qualquer erro.

— Não. Nós não podemos. — Afirmei.

— Mas porque? Oque fiz de tão ruim que não desejava mais me ter por perto?

Puxei o ar lentamente, buscando forças para não me derreter. Camila me demonstrava fragilidade. Mas eu precisava manter as coisas como estavam para não me machucar muito mais. Para não os machucá-los.

— Eu tenho que ir. — Pontuei e não esperei por qualquer palavra ou ação de sua parte para adentrar minha casa.

Soltei as sacolas e deixei meu corpo cair atrás da porta.

Sinto muito Camila Cabello.

As lágrimas vieram de maneira descontrola. Em minha garganta um nó rapidamente se instalou. Havia angústia em meu peito.

Eu sinto muito, Camila Cabello.

Porque tinha que ser assim? Eu não podia continuar feliz ao menos por um tempo mais longo? O que há de errado comigo? — Minha cabeça proclamava a cada segundo.

Fiz a garota dos meus sonhos chorar sem ter culpa alguma em qualquer coisa.

Mas ela precisava de uma vida normal. Precisava seguir sendo uma garota incrível. Uma garota que não pertencia a mim.

Ela ia entender. Quem sabe um dia, iria entender.

Eu sinto muito Camila Cabello.

Minha Garota Favorita (G!P) EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora