Entendendo o inimigo

7.4K 221 105
                                        

Kate

Acordei com o toque insistente do meu telefone.

Olhos pesados, mente turva — eu simplesmente não queria levantar hoje. Aliás, nem sei se posso chamar de "trabalho" o que eu faço. Suspirei fundo e atendi, sem nem ao menos olhar quem era..

— Alô? — respondi com a voz rouca, ainda carregada de sono.

— Quero você aqui em 30 minutos, Cooper. — disse Adam, meu chefe, do outro lado da linha.

— Fazer o quê, né... — murmurei, mas ele já tinha desligado. Bufei, cansada, e me sentei na cama por alguns segundos antes de encarar a realidade.

Olhei o visor do celular. Cinco da manhã.
Só pode ser brincadeira.

Levantei resmungando, peguei uma roupa qualquer e fui direto pro banheiro fazer minha higiene e tomar um banho gelado — na tentativa de acordar meu corpo e, principalmente, minha paciência.

Meu nome é Kate Cooper. Tenho 19 anos e moro sozinha aqui em Atlanta.
Sou agente do FBI.

Parece estranho, eu sei. Mas meu pai me colocou em um treinamento quando eu tinha apenas 12 anos. Desde então, aprendi a usar armas, facas, e dominei mais estilos de luta do que posso contar.
Fui treinada para eliminar qualquer ameaça — sem dó, sem piedade.

Minha mãe? Não sei quem ela é. Me abandonou quando eu nasci, deixando meu pai com a missão de me criar... e, aparentemente, me transformar em uma arma.

Depois do banho, vesti a roupa que tinha separado. Uma maquiagem leve, só pra disfarçar o cansaço, e deixei o cabelo solto. As pontas estavam levemente onduladas — resultado de ontem à noite.

Fui até a cozinha, peguei um pacotinho de biscoito e saí, trancando a porta atrás de mim.
A cidade ainda dormia, mas eu já estava a caminho da próxima missão.

Em dez minutos, cheguei à delegacia. Estacionei, tranquei o carro e entrei direto, como sempre fazia.

— Bom dia, Cooper — disse o segurança com um sorriso simpático.

— Bom dia — respondi seca, sem dar muita moral. Nunca fui de criar laços ali dentro. Talvez por isso muitos me considerassem fria e sem coração. E, sinceramente? Estavam certos.

Fui direto para a sala do Adam. Bati duas vezes na porta e ouvi um "entre" abafado. Entrei e me joguei no sofá que havia lá dentro.

— Pode falar — disse com a expressão séria de sempre.

— Cooper, bom dia pra você também, querida — ele respondeu com o tom sarcástico de sempre. — Como você sabe, já mandamos vários agentes atrás do Miller, mas ele sempre escapa... e sempre acaba matando o nosso agente.

Ele fez uma pausa, respirou fundo.

— Filha, eu não queria te dar essa missão, mas você é a melhor agente que temos no momento. Todas as suas operações foram bem-sucedidas. Hoje, o Miller vai receber um carregamento de drogas e quero que você vá até o local, intercepte o carregamento... e, se possível, prenda o próprio Miller.

— Quantos policiais eu vou levar? — perguntei, já com o plano se formando na cabeça.

— Quantos quiser. — Ele respondeu, gentil.

— Quero trinta. Só os treinados. Onde vai ser a entrega?

— Vá montar sua equipe, eu te envio o endereço pelo GPS. — Ele me entregou alguns papéis. — Isso é o histórico dele. Leia com atenção.

Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora