Passados que devem ser esquecidos

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Fogueira, 02:06

Leon, que estava deitado de barriga para cima, acordou com o barulho de madeira sendo cortada. Sua perna doía, ele olhou para frente e viu que a região de sua panturrilha estava engessada, mas com sangue a sujando. Ele confortou sua cabeça, se estivesse deitado em um travesseiro, ele podia ter certeza que era macio pra caramba. Olhou para cima e percebeu que sua cabeça estava apoiada no colo de Sandy, que cortava um graveto para fazer uma lança.

"...Sandy?" Leon estava confuso. O mágico parecia bem mais acabado do que o normal, suas olheiras pareciam maiores, suas roupas estavam esfarrapadas e sua cara demonstrava algo que o camaleão nunca viu no árabe, seriedade. O mágico olhou para o ninja, dando um sorriso bobo. "Olá Leon."

O camaleão rapidamente se levantou e procurou alguma shuriken dentro de seu moletom, não achou nada. "Que pegadinha é essa, caralho?!"

"Acredite, nem se eu quisesse, pagaria o Corvo para enfiar uma adaga na sua perna." O árabe respondeu e voltou para sua lança. Leon olhou para sua volta, uma área cheia de grandes árvores e uma "mansão" que lembrava bastante a de Rosa. A casa da boxeadora tinha uma pichação de um coração e alguns nomes que Leon não conseguia enxergar porque estava consideravelmente longe.

"...O que aconteceu?" O camaleão perguntou. Sandy deu risadas tristes e foi até o camaleão. "Você devia se perguntar sobre o que não aconteceu. A nossa cidade virou um caos desde que a Supercell nos abandonou"

"Espera aí, a Supercell nos abandonou?!" Leon indagou com surpresa. Sandy deu risadas de deboche. "Sempre que algum torneio faz mais sucesso que outro, a Supercell o abandona e todos o esquecem. O que acha que aconteceu com o Clash Royale?"

"O que é um Clash Royale?" Leon perguntou com dúvida.

"Exato." Sandy respondeu e se sentou de frente para a fogueira, pondo um pirulito de framboesa em sua boca. Leon foi até o mágico e se sentou ao lado dele, procurando o seu último pirulito no bolso de seu moletom e não achando... nada. "Ah, não me diga que..."

"Sim, eu peguei isso do seu bolso." O lendário falou enquanto saboreava o pirulito. Leon começou a achar que o Sandy de seu universo era melhor do que o desse. Pirulitos eram algo sagrado para o camaleão. "...Mas posso te devolver se quiser."

O mágico tirou o pirulito da boca e o apontou para o camaleão. Leon ficou enojado e deu um tapa no doce. "Eca cara, seja mais higiênico." Leon reclamou e Sandy deu de ombros, ficando em uma posição mais folgada.

"Diz aí, você e o Corvo são os únicos que ainda estão vivos?" Leon indagou. Sandy negou com a cabeça. "Quase todos os brawlers estão vivos, mas a maioria deles estão um pouco... loucos."

"Loucos?" Leon estava mais perdido do que um cachorro cego no meio de um tiroteio no deserto. Sandy olhou para o rosto do moreno. "Sim, loucos, a psicopatia tomou totalmente a mente deles, mas é só a maioria. O resto dos brawlers estão mortos ou fazem parte do Spin 2 survive, que é tipo uma rebelião contra a anarquia do Carl."

"Espera, o Carlinhos tá por trás de tudo isso?!" Leon indagou com muita surpresa. Rosa, que estava com uma jaleco de mangas rasgadas e com vinhas espinhentas perfurando seus braços e pernas, chegou com o grito do ninja. "Sandy, desse jeito você vai atrair um... Leon?!"

"Ah, Rosa, eu achei o Leon." Sandy mencionou com um sorriso fofo. Leon tinha que admitir, o maior podia ser bem empático quando dava as feições certas. Rosa aparentava medo e pavor enquanto olhava para o camaleão, bastante estranho. "P-Por que não entram? O Leon pode dormir aqui..."

"Bem, já que ele está vivo, aposto que a Nita também esteja viva, não é?" Sandy indagou com felicidade enquanto se levantava. Leon se levantou e esqueceu toda a empatia que estava tendo. Por que aquele árabe fedido tinha sempre que envolver a sua irmã em tudo?! Rosa deu um sorriso nervoso enquanto abria espaço para Sandy e Leon entrarem. "Posso ter me enganado quanto a Leon, mas eu tenho a total certeza de que Nita está morta!"

Esquecidos (Brawl Stars)Onde histórias criam vida. Descubra agora