Elae, os Ciborgues Imortais

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Uma jovem moça, de cabelos longos, tão longos que poderiam cobrir até a altura de seus joelhos. Mas, sem duvidas, o comprimento não era o que mais chamava atenção, e sim a cor. Seus cabelos eram brancos, e os fios tão lisos e finos que deixaria qualquer pessoa que olhasse, sem palavras. Ela estava de costas, com um quimono preto, botas pretas e uma faixa que pendurada a mesma, havia uma katana, a sua pele era tão branca que era possível ver suas bochechas rosadas devido as altas temperaturas do local. Adiante, onde os olhos de coloração âmbar, capazes de deixar sem fôlego até mesmo as mais belas mulheres, descansavam. Havia apenas... Poeira e restos de uma antiga civilização onde Homens outrora habitaram. Havia um olhar que deixava claro que a moça tinha de fato sentimentos complexos com aquele lugar que agora, estava a centenas de anos, desertificado e abandonado.

A moça, trazendo seu pulso próximo a seus lábios, disse em tom audível e claro:

"Zephyr, quero saber o status atual desse planeta"

- BEP! BEEP!

Após um som robótico ser emitido, uma cápsula gigantesca caiu do céu alguns segundos depois e a alguns metros da localização da moça. A porta da cápsula se abriu e de dentro saiu um jovem, de cabelos brancos e quimono preto, com uma katana semelhante a da moça e pele igualmente branca. Diferente da moça, que tinha seu quimono repleto de adornos e rendas, o quimono do jovem chamado Zephyr não possui-a nada, o que destacava em tudo era sua katana, que tinha a bainha completamente branca, tão branca quanto os cabelos da moça ao seu lado. E em instantes, o jovem se ajoelhou com apenas uma das pernas e abaixou sua cabeça dizendo:

"Que assim seja feito, Soberana Branca!"

Em seguida, o jovem tocou com uma de suas mãos o solo desertificado, e segurou um punhado da areia que já estava a descansar naquele planeta a um tempo inimaginável e com seus dedos dançando, peneirou até que restasse apenas um único grão de areia. O grão não possui-a nada de especial se qualquer outro Ser olhasse. Mas, para Zephyr, que definitivamente não era qualquer Ser, era tudo que ele precisava. E então, levou aquele único grão de areia até dentro de sua boca. Alguns minutos se passaram, e então, Zephyr se levantou, andou até a frente da moça e novamente se ajoelhou, e enquanto olhava para o chão desertificado, disse:

"Soberana Branca, após incontáveis anos de busca, você finalmente localizou o Planeta Azul." Era possível ver o tom de voz alegre que o jovem ecoou junto a notícia.

Mas, o que foi afinal o Planeta azul? Ele era conhecido pelo primeiro planeta habitado pelos humanos, o antigo planeta Azul, que agora havia se tornado um planeta alaranjado, sem vida e sem cor. A raça dos homens, era atualmente uma raça extremamente temida entre todas as outras raças. Após a raça dos homens destruírem e utilizarem 100% dos recursos do planeta azul, seguiram para a próxima galáxia. O efeito que os homens causariam nos próximos incontáveis planetas seria exatamente o mesmo, o que acabou gerando entre todas as outras raças o apelido de "Parasitas".

A raça dos homens, ou melhor, os Parasitas, se tornaram o ápice das raças, a cerca de 100 anos atrás, utilizando meios que nenhuma das outras raças aprovou. Porém, nenhuma outra raça se opôs, afinal, os Parasitas atualmente não eram mais uma raça como foram no passado. Eles como sempre, evoluíram e se adaptaram com o ambiente, adversidades e dificuldades. Afinal, a raça dos Homens, era a única entre todas as raças onde nem sempre o mais forte sobreviveria. Foi justamente esse comportamento que trouxe a raça mais simples e fraca para onde estavam atualmente.

"Envie as boas notícias ao povo Elae!" disse a moça de cabelos brancos, que agora possui-a um semblante alegre.

"Entendido, Soberana Branca!"

E em um piscar de olhos, Zephyr desapareceu.

Poeira e Cinzas de OutroraWhere stories live. Discover now