dia 23 de Março de 1898 estou trabalhando para o senhor Maccol já se fazem 20 dias, descobri tantas coisa sobre esse velho senhor, uma delas é que ele era um homem atencioso e muito esbelto, me tratava como uma de suas filhas, nunca me deixava trabalhar até depois das 7hrs, ele sempre dizia que eu era mais que uma filha para ele, que apesar de não termos o mesmo sangue e de nos conhecermos a tão pouco tempo, ele sentia que eramos velhos amigos nas nossas vidas passadas, eu gostava muito do Sr.Maccol, porém junto com dias alegres descobri que ele era um homem muito doente , isso me deixava muito triste, nunca iria trabalhar para ele se soubesse que ele estava no auge de sua vida, o pior é que me apeguei a ele, como se ele realmente fosse meu pai, acho que o fato de eu nunca ter tido um pai bom e presente fez com que eu criasse sentimentos parentais muito fortes com Maccol.
Era muito triste saber que ele não teria nem mesmo 1 mês de vida, apesar de saber que quando ele morresse eu não teria lugar para ir, o que mais me preocupava era saber que quando ele morresse eu teria de reviver momentos horrendos de minha triste vida.
Bem, eu queria fazer alguma coisa para Maccol, era horrível ver ele sem forças para nada, e pior, suas filhas fingindo se preocupar com ele e nas costas brigarem pelo seu dinheiro, senhor Maccol era um homem inteligente, fingia acreditar nas bobagens que suas filhas lhe falavam para que elas o deixassem em paz logo, então decidi fazer uma pequena viagem com o senhor Maccol pela linda cidade de Paris, ele já havia pedindo para suas filhas muitas vezes para o levar na padaria onde nos conhecemos, porém nem isso elas eram capazes de fazer, então eu mesma arranjei uma linda cadeira de rodas para que ele pudesse dar um pequeno passeio, a casa do senhor Maccol ficava em um grande sítio, era longo o caminho até aquela padaria, mais eu não podia deixá-lo morrer sem ver aquela padaria novamente.
Depois de andar muito, chegamos na frente daquela padaria, o olhar de Maccol mudou totalmente, seus olhos estavam cheios de lágrimas, ao ver aquilo não pude me conter, então meus olhos lacrimejaram um pouco também, Maccol havia pedido para todas as suas filhas o levarem naquele lugar, mais elas sempre apareciam com desculpas esfarrapadas.
-esse lugar me trás muitas lembranças Alice. Disse Maccol com uma voz de quem estava segurando o choro.
-mais senhor, apenas nos conhecemos aqui. Respondi tentando parecer uma empregada normal.
-não foi apenas isso, aqui eu conheci uma filha, uma filha que infelizmente não tive o prazer de criar com meu amor, e que infelizmente fui conhecer ao fim de minha vida. Disse Maccol olhando pra mim com um sorriso.
A esse ponto não consegui o responder, apenas lágrimas caíram de meus olhos.
-não chore Alice você tem muito pela frente, quero que lembre de mim como o homem Alegre e saudável que te convidou para tomar uma xícara de café nessa mesma padaria, e não como um velho que precisa de cadeira de rodas. Disse Maccol limpando minhas lágrimas.
-oque estamos esperando? Vamos entrar. Disse Maccol alegremente.
Ao entrar na padaria Maccol pediu para pegarmos uma mesa reservada no fundo da padaria, ao chegar lá a primeira coisa que Maccol pediu foram 2 xícaras de café e um pão francês.
-igual da primeira vez. Disse Maccol muito feliz.
Não o respondi, apenas dei um sorriso, em seguida me senti culpada por estar mentindo sobre quem eu realmente sou, não consegui disfarçar minha cara de culpa e tristeza.
-oque foi Alice?. Disse Maccol preocupado.
-preciso-lhe contar uma coisa muito importante. Respondi triste.
-pode me dizer querida, sou todo ouvidos. Disse Maccol sorrindo.
-meu verdadeiro nome não é Alice Paganhi, e sim, Katerine Claurel a garota que todos alegam ter matado seu irmão, Matt Claurel e ter fugido da prisão, mais eu te garanto que nunca machuquei meu irmão senhor. Antes que eu pudesse cair em lágrimas, Maccol me interrompeu e disse:
-pare de chorar, tenho certeza que você nunca machucaria alguém, pra mim você nunca foi e nunca será Katerine, sempre vai ser minha querida Alice. Ele Respondeu com calma e com um sorriso.
-o senhor não vai me denunciar para polícia?. Perguntei com medo.
-nunca, como eu disse você é minha querida Alice, não conheço e nunca vi nenhuma Katerine. Ele Respondeu com calma novamente.
Meu medo e angustia se tornaram confiança e alegria, Maccol era definitivamente um anjo em minha vida.Se passaram mais 4 dias, dia 27 de março de 1898, Maccol só piorava, ele não enxergava quase nada nem mesmo conseguia se mover, era preciso várias empregadas para o alimenta-lo, velo naquele estado era como tomar uma facada no coração, as filhas dele aproveitaram o seu estado para começar a torturar todas as empregadas, nao conseguíamos dormir direito, como pode um homem tão bom ter umas filhas que pareçam com o próprio demônio, Maccol não se lembrava de muita coisa, porém ele sempre lembrava daquela padaria, e sempre queria uma boa xícara de café daquela padaria, eu ia buscar todos os dias com toda alegria.
Dia 30 de março de 1898, Maccol estava em seus últimos minutos de vida, ele havia chamado um advogado para ajustar seu testamento, as filhas dele estavam parecendo bobas de tanta alegria, eram tão nojentas que não conseguiam nem disfarçar.
Se fosse em outra época eu as mataria, porém meu amor por Maccol era maior que meu ódio por essas vagabundas.Enfim o advogado saiu da sala, as duas não tiveram capacidade de dar uma última visita para seu pai, eu fui a única que se dispôs a ir vê-lo em seus últimos momentos de vida, aquela cena era pior do que a do incidente com meu irmão, doía demais vê-lo naquele estado, ele já não lembrava mais de nada nem do nosso dia na padaria, porém mesmo assim olhou para os meus olhos e disse:
-Alice venha cá minha querida. Com uma voz cansada.
Não tive capacidade de responde-lo, comecei a chorar tanto que senti todas as gotas de água de meu corpo vazar pelos meus olhos.
-não chore, eu sempre estarei em seu coração, e seu segredo sempre estará guardado comigo querida. Ele respondeu com um sorriso cansado em seu rosto.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa vi seus olhos fecharem lentamente.
-Adeus Maccol. Respondi com lágrimas por todo rosto.
-ainda nos veremos em outras vidas, nunca é um adeus Alice querida. ele respondeu em seguida seus olhos fecharam completamente.
Fiquei chorando por minutos do lado de seu corpo, até que uma das empregadas viu que ele já havia morrido e chamou suas filhas, elas me expulsaram do quarto e logo chamaram a funerária, eles tiraram o corpo de Maccol de lá como se fosse um lixo.As filhas dele queriam que o enterro fosse o mais rápido possível e mais barato também, sorte que eu tinha minhas economias e fiz um enterro digno a ele, foram apenas eu e algumas empregadas do senhor Maccol, em seguida paguei para cremar seu corpo, enterrei suas cinzas do lado daquela padaria a padaria que havíamos nos conhecido. Daqui alguns dias o advogado iria recitar o testamento para as filhas de Maccol, chegar naquela casa depois do que eu havia passado ter que olhar para cara das filhas de Maccol era uma tortura.
Já se passaram 3 dias desde que Maccol foi à falência, dia 2 de abril de 1898, chegou a hora do advogado ler o testamento, as filhas de Maccol obrigaram todas as empregadas a ficarem na sala, para escutarem que elas seriam as novas herdeiras da fortuna do senhor Maccol.
Então o advogado começou a recitar o testamento
"Eis aqui o testamento de Maccol Meller"
"Deixarei minha casa para minhas duas e únicas filhas, Sasha e Capheny"
"E toda minha fortuna para minha filha de crianção, Alice Paganhi."
Naquele momento minha pupila dilatou tanto que senti o azul de meus olhos desaparecerem por completo, achei que fosse alguma brincadeira das filhas de Maccol, mais quando vi o olhar de ódio das filhas dele e o de surpresa das empregadas vi que aquilo não era uma brincadeira.Maccol havia me deixado toda sua fortuna,uma fortuna que faria com que nunca mais na minha vida precisasse trabalhar, fiquei alegre Maccol nunca me abandonaria e eu tenho certeza que ele será um homem que eu levarei por toda eternidade.
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A Bruxa
Mystery / Thriller"A história de Katerine, uma mulher do século XVIII que foi injustamente sentenciada a cadeira elétrica, quando já não havia esperanças algo milagrosamente aconteceu, salvando sua vida e fazendo com que sua história fosse muito mais emocionante e in...