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Capítulo 35

|Susana|

Ri baixo ao ver os comentários do Dias na foto do Grimaldo e entreguei-lhe novamente o telemóvel.

— Obrigada por teres alinhado nesta aventura comigo. — Agradeci ao jovem espanhol que assentiu com um sorriso no rosto.

— Não tens de agradecer. — Alejandro sorriu. — O que achas de irmos ao cinema depois? Amanhã não tenho treino e assim passávamos mais um tempo juntos.

— Acho uma ótima ideia. — Sorri. — Mas porque é que alinhaste nisto comigo? Não leves a mal, eu gosto da tua companhia, mas sei lá, é estranho.

— É estranho porquê? — Questionou arqueando a sobrancelha.

— Sei lá, apenas tu és um jogador famoso e tens imensas miúdas atrás de ti, não entendo o porquê de me teres seguido, o porquê de teres comentado as minhas fotos e muito menos o porquê de me teres convidado para um jantar apenas para provocar, de certa forma o Dias. — Expliquei dando de ombros e o jovem rapaz riu.

— Bem, em primeiro lugar isso de eu ser famoso é que é estranho, eu não me sinto famoso, eu sinto que sou um rapaz normal que joga à bola, apenas isso. — Fede disse e eu assenti. — E eu segui-te porque ouvia o Jota a comentar imenso sobre ti e tive curiosidade de saber quem tu és, e ainda bem que te segui, porque damn, tu és muito gira. — Proferiu e eu senti as minhas bochechas a corarem.

— Oh, obrigada. — Sorri para o jovem moreno. — Mas quem é aquela rapariga que passa a vida a comentar as tuas fotos? Uma tal de Rossana.

— É a minha ex-namorada. — Alejandro disse e eu assenti. — Acabamos à relativamente pouco tempo, devido à distância, ela não estuda cá e estávamos constantemente a discutir.

— Oh, lamento. — Disse e o jovem moreno assentiu. — Mas tu ainda gostas dela, não é mesmo?

— Seria burro se não gostasse. — Riu secamente. — Ela é tudo o que eu sempre quis numa rapariga e é horrível saber que não resultou por causa da distância, sinto-me mal por não poder ir ter com ela mas a minha vida é cá, a minha família está cá comigo e, para além disso, eu jogo cá.

— Vais ver que vocês se vão resolver, para além disso ela pode pedir transferência para aqui no final de Junho.

— Nós já falamos sobre isso mas ela tem receio que eu mude de clube, tem receio que eu vá para outro país e depois ela fica sozinha aqui. — Grimaldo explicou suspirando. — Se calhar ela tem razão, se calhar a nossa relação nunca vai resultar.

— Ei, então? Não podes pensar assim. — Proferi colocando a minha mão sobre a dele . — Vais ver que tudo se vai resolver, acredita em mim.

— Caramba, o Dias é mesmo um idiota por te estar a trocar por aquela coisa. — Grimaldo disse e eu ri.

— E eu sou idiota por sentir algo por ele, acho que estamos bem um para o outro. — Dei de ombros e o jovem moreno assentiu rindo.

🌘🌘🌘

Esperava por Jota que me vem buscar para irmos beber algo, não iríamos a uma discoteca ou algo do género, vamos apenas beber um café tomar algo.

A saída com o Grimaldo tinha corrido bem, sinto que fiz uma nova amizade e isso deixa-me feliz.

Sempre fui uma pessoa bastante reservada e isso impediu-me, de certa forma, de fazer amizades, o único amigo que tenho há mais anos é o Jota, conheço-o desde as fraldas, através dele conheci a Marta que é uma espécie de melhor amiga/irmã e, através deles os dois conheci o Guga e a Sofia, duas pessoas fantásticas com quem desenvolvi uma amizade rapidamente.

O telemóvel tocou e vi que era uma mensagem do Jota a dizer que chegava em breve, levantei-me da cama e peguei na carteira colocando lá o necessário, de seguida fui à casa de banho e lavei os dentes, saí do quarto com a carteira ao ombro e posteriormente saí de casa.

Entrei no elevador e cliquei no botão zero que me irá levar ao rés-do-chão, cerca de um minuto depois o elevador parou e saí do mesmo, abri a porta do prédio saindo do mesmo fechando-a de seguida.

Caminhei alguns metros até encontrar o carro do meu melhor amigo, acenei-lhe e caminhei até o seu veículo entrando no mesmo.

— Estás um arraso, foste assim ter com o Grimaldo? — O meu melhor amigo questionou após começar a conduzir.

— Basicamente sim, apenas mudei de calçado, andar com salto alto não é definitivamente para mim. — Disse e o meu melhor amigo desatou a rir.

— Tu foste de salto alto? Adorava ter visto isso. — Jota gargalhou e eu dei-lhe um estalo no braço. — Agressiva.

— Não tem piada seu anormal! — Resmunguei. — Ele levou-me a um restaurante extremamente chique, estavas à espera que fosse como? De fato de treino?

— Por acaso era uma excelente ideia. — Jota sorriu e eu revirei os olhos. — Não gostei da forma como foste vestida, aquele top mostrava muito a tua barriga.

— Acho que a ideia do top é mesmo essa, mostrar a barriga. — Expliquei e o jovem moreno revirou os olhos. — Mas para o próximo encontro que for vou com um top ainda mais curto e desta vez decotado, o que achas da ideia? Eu acho que é excelente.

— Tu nem sequer penses nisso, Susana! — Elevou o tom de voz e eu comecei a gargalhar alto.

— Tu tens mais ciúmes meus do que da tua namorada.

— Ela namora comigo, não preciso de a proteger. — Deu de ombros. — Mas no teu caso é diferente, não podes andar aí de decotes, nem quando tiveres namorado, gosto de te ver muito tapadinha.

— E se eu te disser que o Grimaldo tem fotos minhas de como eu vim ao mundo? — Questionei com um sorriso nos lábios.

— Como assim? — Questionou com uma expressão confusa na face.

— Se eu te dizer que o Grimaldo tem nudes minhas, duh. — Expliquei e o jovem tatuado fez uma cara aterrorizada.

— Susana! — Berrou e eu desatei a gargalhar, novamente.

— Estou a brincar, estou a brincar. — Parei de rir e o jovem jogador colocou uma das suas mãos no seu peito.

— Quase que me matavas de susto. — Jota suspirou aliviado e estacionou o seu carro. — Nunca mais me faças uma coisa dessas, tu queres-me matar do coração? — Questionou saindo do carro e eu segui-o.

— Por acaso acho que era uma morte bem rápida, algo que tu não mereces. — Brinquei colocando a carteira ao ombro e ambos atravessamos a rua após ele trancar o seu veículo.

— És má. — Resmungou cruzando os braços. — Não gosto mais de ti!

— Claro que gostas, tu amas-me. — Sorri beijando a sua bochecha e o jovem moreno colocou o braço sobre os meus ombros.

— É a tua sorte. — Resmungou e entramos no café, olhei em volta à procura de uma mesa e vi o Ruben e o Guga.

— O que é que eles estão aqui a fazer? — Questionei o meu melhor amigo chateada.

— O Dias pediu para te ir buscar, diz que precisa de falar contigo. — Deu de ombros e arrastou-me até à mesa.

Bufei irritada com a situação e sentei-me ao lado de Guga, beijei a bochecha do jovem moreno tentando ignorar a presença do Dias, algo que não foi possível durante muito tempo.

— Será que podemos falar? — Questionou o jovem internacional português.

— Não temos nada para falar. — Respondi de forma bruta e ouvi-o suspirar.

— Por favor, Suh, é importante. — Pediu e o senti que o meu coração tinha ficado mais fraco.

— Depois de eu tomar o café vamos até à praia e falamos, pode ser? — Questionei e o jovem moreno assentiu.

Eu não acredito que aceitei falar com ele, porquê Susana, porquê?

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O que será que vem daí? 👀

Deixa-me || Rúben Dias ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora