A Floresta.

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Era uma noite escura e chuvosa. O vento batia forte contra o meu rosto. Estava perdido em uma floresta desconhecida. Gritava, mas parecia que estava só. E realmente estava. Não sabia para onde devia ir, precisava sair desse lugar. Sentia algo me olhando, me seguindo. Meus pés descalços no chão gelado, quebravam os galhos. Estava correndo assustado, parecia que meu coração ia sair pela boca. Sentia algo se aproximar de mim, de forma lenta e torturante. Tinha muito medo. Pois não sabia o que esperar, nem porque aquilo estava atrás de mim. Acabei tropeçando em um galho. Quando vi estava no chão, sujo e machucado, e aquilo, estava atrás da árvore me observando, imóvel, mas de forma doentia.

Sentia que ele queria rasgar minha carne. Algo grande, monstruoso e perverso. Podia ver os olhos grandes e vermelhos, os dentes pontudos e afiados parecendo navalhas. Eu via o frio do seu olhar, o vazio da sua alma. Era como se a morte estivesse presente pronta para me levar. Então, me levantei. Minhas roupas estavam rasgadas, a chuva e o frio cortavam meu rosto, mas precisava continuar. Estava muito escuro. Corria sem nem saber para onde ir. Preciso parar para descansar, mas aquilo ainda estava atrás de mim.

Vi uma luz em meio escuridão, e corri em direção a ela na esperança de encontrar alguém. Ao chegar, encontrei uma pequena casa de madeira; a porta estava aberta; as janelas quebradas; as cortinas rasgadas. Entrei para me esconder. Havia muito sangue no chão, um cheiro forte tomava conta do ambiente. Abri uma porta onde o rastro de sangue terminava, e me deparei com o que parecia ser um quarto, Vi dois corpos sem cabeças, jogados no chão. Me sentei entre aquele sangue, chorando muito sem acreditar no que estava vendo.

A criatura estava se aproximando, podia sentir que ela estava lá fora, podia sentir o arrepio em minha espinha, ao lembrar daqueles olhos e dos dentes. Não conseguiria ficar ali com aquele sangue todo, e o cheiro de morte. Sai por uma das janelas quebradas, mas acabo cortando a perna. Novamente, estava correndo para a floresta, mas dessa vez eu tinha algo para iluminar o caminho, uma lanterna que tinha achado na gaveta de um imóvel no quarto da casa. No entanto, não adiantava muito pois a bateria estava acabando. Continuei correndo, mas, com a perna machucada, não conseguiria ir muito longe. Cheguei à beira de um penhasco. A criatura estava vindo. Olhei mais uma vez para a queda que me esperava a frente, quando voltei, a criatura está parada, me observando. Me assustei com ela e cai no penhasco. A queda era lenta, aterrorizante. Não sei por quanto tempo estive caindo. Parecia não ter fim. Ouvi um barulho vindo em minha direção. Era agudo e irritante. Quando estou prestes a chegar ao fim, prestes a abraçar a morte...

A Floresta Amaldiçoada Onde histórias criam vida. Descubra agora