Honestly

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Nathan

Eu tinha sido um completo idiota. Sabia disso. Mas no momento em que Melissa apareceu naquela festa... tudo nublou.

Flashback on

— Miller, sozinho em uma festa? — a voz dela roçou no meu ouvido, me causando arrepios que eu odiei sentir.

— O que você quer, Melissa? — respondi seco, tentando ignorar o cheiro doce dela, o tom provocante, e tudo o que aquela mulher representava.

— Você sabe muito bem. — ela disse, deslizando a mão pelo meu peito de um jeito que antes me deixaria louco. Agora, só me irritava.

— Dá pra me deixar em paz? Eu não quero você. — falei, ainda mais ríspido, meus olhos procurando Kate na pista. E lá estava ela... rindo, girando, brilhando como só ela conseguia.

Melissa percebeu. E como sempre, soube onde cutucar.

— Ela tá lá, se divertindo enquanto você fica aqui, feito um idiota, correndo atrás de rabo de saia. — disse, a voz carregada de veneno.

Cala a boca. — rosnei, mas ela não parou.

— Cadê o Nathan que eu conheci? Aquele que não se deixava levar por mulher nenhuma? — ela me encarou, desafiadora. E eu... fiquei em silêncio.

O olhar dela se encheu de desprezo.

É... foi o que eu pensei. — e se afastou, indo direto pra pista.

Olhei de novo pra Kate. E foi aí que vi um cara se aproximar demais dela. As mãos dele tocaram sua cintura como se tivesse direito, e a raiva subiu como fogo, queimando tudo dentro de mim.

Sem pensar, avancei um passo. Mas parei.
Se ela quer brincar... eu também sei jogar.

Respirei fundo, ignorando o aperto no peito, e fui atrás de Melissa. Passei o braço pela cintura dela, sentindo o corpo que tantas vezes me distraiu de mim mesmo.

Ela se virou, aquele sorriso malicioso no rosto.

Vejo que o velho Nathan voltou. — sussurrou, mordendo o lábio.

Cala a boca, Melissa. — disse, beijando seu pescoço, mais pra calar a minha dor do que pra satisfazer qualquer desejo.

Subimos a escada rapidamente, e entramos na sala reservada.

Melissa fechou a porta atrás de nós e, sem perder tempo, começou a tirar a roupa. A lingerie dela era vermelha. Eu mal prestei atenção. Tirei minha camisa, tentando apagar Kate da minha cabeça, tentando calar o arrependimento.

Melissa se sentou na mesa, me puxou entre suas pernas e eu...
Eu deixei. Porque porra — era mais fácil me perder ali do que encarar o que eu estava sentindo.

Comecei a beijar o pescoço dela, e a respiração dela ficou ofegante.

Foi quando a porta se abriu.

O som da maçaneta girando. O ranger discreto da porta.
E então... Kate.

Ela estava ali, parada, com o rosto sem cor.
Seus olhos buscaram os meus. Não havia ódio, nem fúria — só decepção.
E isso doeu mais do que qualquer grito.

Ficamos imóveis.

Melissa me soltou devagar, ajeitando a roupa, mas com um sorriso debochado no canto dos lábios.

Eu tentei falar.

Kate, eu...

Ela ergueu a mão, cortando minhas palavras.

Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora