Bônus
P.O.V Dean
Tudo girava e uma dor de cabeça infernal me dominava, abri os olhos devagar e a luz forte cegou minha visão, tentei mais uma vez e ao poucos conseguia distinguir o lugar em que estava, e duas silhuetas que me olhavam desconfiados, eu apenas consegui dizer:
— Aconteceu alguma coisa? – Sussurrei rouco.
Sam pareceu aliviado, olhou pro Cas e disse:
— Bem vindo de volta, Dean. – E sorriu sincero.
Ali a ficha caiu e os momentos que eu era demônio começaram a voltar como um avalanche em minha mente.
Sam me desamarrou da cadeira e eu agradeci e segui pro meu quarto dando a desculpa de está muito cansado.
As lembranças vinham rapidamente, e eu só conseguia me culpar por tudo que fiz. Cheguei ao quarto e fui direto ao chuveiro, precisava relaxar e por os pensamentos em ordem, algo me dizia que ainda não lembrei de tudo e que, com certeza eu fiz coisas muito piores das que eu já me lembrei até o momento. Deixei a água lavar meu corpo, querendo desesperadamente que ela também lavasse toda a sujeira do meu interior. Pouco tempo depois saí do banho e me vesti, me sentei na cama ainda sem acreditar nas atrocidades que fiz. Estava distraído, quando escuto batidas na porta.
— Quem é? – Questionei.
— Sou eu Dean, Castiel. – Cas falou.
— Entra. – Suspirei, não queria vê ninguém, mas eu sei que ele não desistiria.
Cas entrou e sorriu minimamente.
— Você está bem, Dean? – Perguntou preocupado.
— Bem não é a palavra certa, mas tô levando. – Disse.
— Isso é bom. Bem, eu acho que já vou. – Disse estranho.
Estranhei essa atitude dele, achei que ele fosse me encher de perguntas.
— Cas, eu que pergunto. Você está bem? – Questionei.
— Estou sim, só não quero te estressar. Então, até mais Dean. – Falou e foi se retirando.
Porém eu achei aquilo muito suspeito e me levantei rapidamente, e o segurei o impedindo de sair, mas eu não esperava essa reação:
— Não me toca! – Exclamou.
— Cas... O que você tem? – Perguntei novamente.
— N-nada, eu preciso ir. – Sussurrou.
— Não vai saí daqui até me explicar o que está acontecendo. – Decretei.
— Dean, por favor... – Pediu.
— Eu te fiz algo? – Logo que as palavras saíram dos meu lábios, eu soube a resposta.
— E-ele... te fez algo. – Era uma afirmação.
— D-dean... – Se eu não soubesse que anjos podiam chorar, eu juraria que Castiel estava chorando ali, bem na minha frente.
— Cas... o qu... – Mal terminei de falar e uma onda de lembranças, minhas e do Cas surgiram na minha mente.
Ofensas, socos, sobretudo indo ao chão, e Cas... na mesa do bunker...
— N-não... – Sussurrei, quebrado.
Eu não posso ter feito aquilo... Eu não posso.
— D-dean... não foi você... você sabe. – Ele disse, mas sua voz parecia distante pra mim.
Foi eu. Eu fiz aquilo com o Cas. Eu peguei a marca de Caim, eu trouxe a desgraça pra vida de todos ao meu redor. Eu machuquei o Cas...
— C-cas, por favor... me perdoe, eu por favor... – Desabei a chorar, foda-se se eu tava parecendo um menininho sentimental, eu machuquei a única pessoa que tava ali pra mim o tempo todo.
— Dean, eu já disse que não foi você, não precisa se desculpar... – O interrompi.
— FOI EU SIM! FOI MINHAS MÃOS QUE O SOCARAM, QUE MACHUCARAM VOCÊ, FOI EU QUE... – Perdi o controle completamente.
Mas inesperadamente senti braços ao meu redor, me segurando, me consolando, justo a pessoa que eu que deveria consolar o ajudar.
— Eu te perdoou Dean. Eu sempre te perdoou. – Falou.
— Mas... eu te forcei Cas, eu fiz aquelas coisas, eu... – Apertei mais o abraço.
— No começo sim, mas eu cedi depois, eu quis aquilo afinal. – Retrucou.
— Eu também queria... Ah Cas eu queria muito, mas sempre fui covarde e idiota pra reconhecer e te falar, a muito tempo eu queria te dizer o que sinto, mas eu não consegui... Eu queria que tudo fosse diferente, queria poder te falar antes, queria que você me correspondesse, aí nós iamos parecer dois bobos apaixonados, o Sam ia me zuar muito, mas eu ia mandar ele se foder, então nós iríamos maratonar Netflix, eu ia te beijar a cada momento, te fazer meu... do jeito certo, com amor e carinho, íamos dormir juntinhos e eu iria perguntar todos os dias: Meu Deus o que eu fiz pra merecer esse cara maravilhoso? Mas o que eu, o covarde não conseguiu fazer, o eu sádico, cruel, fez. Totalmente diferente de como eu faria, mas ele fez. E eu realmente sinto muito por isso. – Desabafei tudo, que a muito tempo queria ter falado.
— Dean... eu nem sei o que falar, eu realmente queria que fosse tudo diferente, que fosse do mesmo jeitinho que você pensou, mas a vida não quis assim. Mas quer saber? Que se dane, a vida, destino ou qualquer coisa que for. Nós estamos aqui agora, e você enfim me falou o que sente, e eu também sinto o mesmo por você Dean, talvez até mais. E é por isso que digo e repito: Eu te perdoou Dean Winchester, sempre vou te perdoar. E se quiser que nós aconteça apenas me responda sinceramente: Vamos tentar? Vamos nos tornar reais?
Naquele momento, eu apenas sorri e acabei com a distância entre nós. Seus lábios se encaixaram perfeitamente nos meus, seu corpo colado ao meu era tudo que eu sempre quis. Nos afastamos e eu disse por fim:
— Nós somos! – Sorri.
Cas sorriu e também sussurrou:
— Nós somos!
Fim
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My demon, my hunter - Destiel
FanfictionLuzes piscando e desejos fervendo... Um bunker abandonado e dois seres brigando por sobrevivência. Quem ganhará essa batalha? Um anjo do senhor ou um demônio de incrível olhos verdes?