Revelação

1.2K 75 2
                                        

Kate

Estávamos de novo dentro do carro, desta vez parados em frente a uma casa grande, muito bem iluminada e impecavelmente arrumada. As janelas abertas deixavam escapar música baixa, mas por enquanto, tudo parecia tranquilo.

— Ele é o quê, exatamente? — perguntei, a curiosidade me corroendo enquanto olhava para a casa.

Nathan apertou o volante com força, a mandíbula travada de irritação.

— Um traficante novo... tentando se enturmar no território. Aposto que foi ele quem mandou invadir meu galpão. — respondeu, com a voz carregada de raiva contida.

— Hum... — murmurei, cruzando os braços, impaciente. — Vamos só ficar aqui, olhando pra casa dele?

— Tenho que esperar ele chegar de uma festa pra poder agir. E também tô esperando o Maicon. — explicou, me lançando um olhar rápido.

Franzi a testa, nada feliz com essa última parte.

— O que o Maicon vai fazer aqui? — perguntei, tentando soar neutra, mas o incômodo transbordava.

— Estamos juntos só pra pegar esse cara. Depois, tudo volta ao normal. — disse com calma, tentando me tranquilizar.

Suspirei, derrotada, e encostei a cabeça no ombro dele.

— Nathan, eu não gostei dessa ideia... — confessei num sussurro.

— Calma, anjo... vai passar. — ele murmurou, passando a mão carinhosamente pelos meus cabelos.

O som repentino de batidas no vidro me fez sobressaltar. Estava escuro, não dava pra ver quem era. Nathan, achando que fosse Ryan, abriu o vidro... mas do outro lado estava Maicon.

— Miller, Kate. — cumprimentou, abaixando-se para ficar na altura do vidro. — Ele já chegou?

— Ainda não. — Nathan respondeu, seco. — Kenny disse que ele já saiu da festa, então deve estar chegando.

— Vou esperar no meu carro. — disse Maicon, se afastando... mas antes de ir, se virou de novo. — Kate, posso falar com você?

Meus olhos encontraram os dele. Depois de alguns segundos, assenti.

— Pode. — respondi, saindo do carro. Caminhamos até parar atrás do carro de Nathan.

Maicon me olhou nos olhos, seu rosto marcado por uma expressão dolorida.

— Me perdoa? — pediu, quase implorando. — Kate, eu preciso do seu perdão.

O aperto no peito foi inevitável, mas mantive o rosto impassível.

— Só quem pode te perdoar é Deus. — disse fria, antes de me virar e caminhar de volta.

Quando entrei no carro, Nathan me olhava fixamente, mas não disse nada. O silêncio entre nós parecia quase palpável.

Depois de alguns minutos, ele quebrou o silêncio:

— Tá tudo bem? — perguntou, a voz suave.

— Aham. — forcei um sorriso fraco, tentando afastar a sensação ruim.

— Kate... — ele começou, mas foi interrompido pelo toque do celular.

— Alô? — atendeu. Ouvi apenas murmúrios do outro lado. — Tudo bem. — disse ele, antes de desligar. Voltou a me olhar, agora com um sorriso despreocupado. — Ainda vamos no pega hoje.

Dei uma risadinha fraca.

De repente, um carro entrou na garagem da casa.

— É ele? — perguntei, virando para olhar.

Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora