O pensamento é o ensaio da ação

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“Em última análise, precisamos amar para não adoecer” – Sigmund Freud.

SAKURA HARUNO


Chego ao consultório as 10 horas da manhã agradecendo pela cidade não estar tão lotada nesse final de ano. O problema de morar em uma cidade turística era que qualquer feriado tudo ficava cheio e lotado, sem contar o trânsito que parecia triplicar.

- Bom dia, querida – Tenten me recepciona com bom humor – Deixei alguns prontuários na sua mesa sobre pacientes que o doutor Kakashi pediu para passar a você.

- Ele vai mesmo sair? – fiz uma expressão triste.

- Esse é o ciclo da vida meu amor – o grisalho aparece na porta próximo ao corredor e me sauda com um sorriso – Eu permaneci aqui simplesmente para te treinar, agora que você se mostrou uma excelente profissional eu posso tirar minha tão sonhada licença prêmio.

Assenti.

- você merece Kakashi.

- Sakura? – Ino apareceu no corredor – tem algum paciente agora pela manhã? Queria discutir um caso.

- Já vou a sua sala – sorri para a loira que assentiu e voltou ao corredor.

- qualquer dúvida sobre os dados que transferi para você é só me chamar.

- São muitos? – fiz uma careta enquanto ele me acompanhar até a minha sala.

Eu trabalhava nesse ambulatório há cerca de dez meses e tudo o que aprendi foi graças a Kakashi e Tsunade, ele um excelente psicólogo e mestre em diversas áreas da psicologia e ela, uma psiquiatra renomada que viajava o mundo dando palestras.

Não tinha do que reclamar, estava com 25 anos, formada há dois e com a mente ansiando por novas experiências na área que decidi seguir. A equipe de saúde em que eu estava inserida era incrível, não posso deixar de sorrir ao imaginar que nesses anos todos se tornaram minha família, afinal passava mais tempo com eles do que com minha família de verdade.

- eu decidi te passar três casos – ele me viu guardar as coisas e cruzou os braços – os demais conseguem aguardar até minha volta.

- você irá voltar em cinco meses – ri.

- sim, a maioria está inserido em grupos com o Gaara então não vão precisar de acompanhamento individual e se precisar serão casos pontuais que você e o Sasori podem orientar.

- Está bem – Suspirei – alguma observação?

- Decidi passar o Uchiha para você – disse antes de sair da sala – já exauri meus recursos terapêuticos com ele.

Peguei o prontuário e arqueei a sobrancelha, pelo número ele não estava no equipamento há muito tempo.

- está há quanto tempo com ele?

- um ano... Um longo e conturbado ano. Se não quiser assumir essa bucha eu obrigo o Sasori.

- Eu gosto de desafios – ri – Agora vou ver o que a Ino quer comigo.

Caminhei até o consultório da loira e sorri.

- Não me diga que isso são olheiras – ela me fuzilou – Sakura, o que fez a noite toda?

- escrevi – bufei e me joguei na poltrona a sua frente – dei início a uma história recentemente e não consigo parar, as ideias brotam em minha mente.

- A escrita era para ser um hobby, uma quebra de rotina e não uma responsabilidade – ela riu – e como estão as coisas com seus pais?

- Eles vão vender o restaurante – mexi na unha – acho melhor, não aguento mais ficar horas e horas ouvindo sobre as frustrações de todos eles. Ontem minha mãe brigou com o meu pai e me ligou a noite, ficou falando por uma hora e aí meu pai tirou o telefone da mão dela e ficou falando por mais uma hora – Ino ria e eu bufei – e sabe como tudo isso terminou? Karin me ligou para falar sobre a briga com os dois também... Se as coisas continuarem assim, em menos de um ano não terei mais família.

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