Day 2 - Allergy

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Chapter 1 - January 2nd

Estávamos eu e Mark tomando café da manhã. Aproveitei que tinha um abacaxi que Mark trouxe da noite de Ano Novo e cortei pra comer, oferecendo um pouco para ele, que faz uma cara feia.

- Ah, cara, aposto que nunca comeu e fica fazendo essa cara aí

Mark – é...

- prova, mano, tá docinho!

Ele pega um pedaço e sua feição vira de aprovação. Enquanto ele come, eu vou procurar meu celular porque preciso ligar pros meus pais. Eles passaram o réveillon na casa de minha tia, Lívia, e combinaram de voltar hoje para ficar um pouco com a gente.

Cadê essa merda? Nunca acho quando preciso! O celular é enorme, como é que some assim, mano... ACHEI!

- Pai? Alô?

Thomas - Oi filho, como estão as coisas por aí?

- Ah, tá tudo bem aqui... estamos tomando café.

Mark - Ei, pergunta que horas ele vem.

Mark mora comigo e com minha família desde que éramos pequenos. A mãe dele era amiga muito próxima dos meus pais e quando Mark nasceu, meus pais que batizaram ele. Quando já tínhamos 7 anos, ela teve um câncer de pulmão e meu pai conseguiu a guarda dele. 5 meses depois ela morreu. Foi muito difícil para todos, principalmente para Mark. Fiquei com ele em todos os momentos que sofria por isso. Meus pais o criaram como um filho, e hoje eu o considero um irmão.

- Mark tá perguntando que horas vocês vêm.

Thomas - Sobre isso... talvez só amanhã.

- AMANHÃ?

Thomas - Nicolas...

- Vocês prometeram vir hoje!

Thomas - Nicolas...

- Vocês nunca vão cumprir UMA só promessa?

Thomas - NICOLAS! JÁ DISSE, VAMOS AMANHÃ!

Ouvi minha mãe no fundo querendo falar comigo.

Alyson - Nick?

- Oi, mãe...

Alyson - Só poderemos ir amanhã porque ontem houveram uns problemas na empresa, em casa a gente conversa, tá bom?

- Tá, mãe...

Alyson - Está tudo bem aí?

Vejo Mark coçando a boca.

- Ei, tá tudo bem aí?

Mark - Acho que tenho alergia a abacaxi...

- Ai, meu Deus... mãe, onde você deixa a caixa de remédios?

Alyson - No banheiro, por quê?

- Mark descobriu uma alergia a abacaxi.

Alyson – meu pai do céu, não tem anti-alérgico. Eu trouxe por causa do teu pai. Comprem na farmácia. É o da caixa laranja.

- Ok, mãe. Beijo!

Alyson - Fiquem com Deus! Manda um beijo para o Mark, e me mantenham informada!

E eu desligo o telefone.

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Depois do almoço fomos comprar o anti-alérgico às pressas e Mark pareceu estar melhorando.

Mark – e é por isso que nunca comi abacaxi...

- desculpa, brô

Mark – relaxa, já tô melhor. Vamos fazer alguma coisa, tô cansado de ficar parado.

Mal penso em sair de casa que começa a chover. Ainda bem que as coisas já estão pra dentro das áreas da piscina de da churrasqueira, menos trabalho pra nós. Só temos que descer as lonas para que não molhe nada e nem estrague, entramos, fechando tudo.

- é, mano, acho que a programação de hoje vai ter que ser ficar parado

Mark fica rosnando e resmugando.

Mark – por que isso só acontece quando quero sair de casa?

Assistimos uns filmes de terror até anoitecer. Acho que não dormiremos bem hoje... aliás, eu não dormirei. Mark já desmaiou aqui no sofá. Eu botei um Bob Esponja para esquecer, mas não consigo dormir...

Fico conversando no WhatsApp com uma amiga, Mary. Conheci ela na ComicCon Experience que teve ano retrasado em São Paulo. Ela é paulista. Ela se mudou pra Salvador ano passado, por conta do trabalho do pai. Ela interrompe a conversa porque tem que sair do Uber pra entrar no condomínio, e Salvador sabe como é. Perigoso ficar de bobeira assim de noite, principalmente uma mulher. Eu saio do celular pra voltar a ver meus desenhos.

365 Days To Get To YouOnde histórias criam vida. Descubra agora