Nas Mãos do Destino [Em Revisão]

Fim?

Kate

Já fazia quatro dias que Nathan não aparecia em casa, e a angústia que eu sentia era sufocante. Eu não conseguia entender por que ele tinha desaparecido daquele jeito, nem por que ele estava me ignorando. Eu tentei ligar diversas vezes, mas ele desligava o celular, sem dar explicações. Isso estava me consumindo.

Estava na cozinha, tentando me distrair e dar um pouco de normalidade ao dia de Brooke, quando ela entrou, com uma boneca na mão. Seus olhos estavam curiosos, e ela parecia com fome.

– Tá com fome, amor? – perguntei, forçando um sorriso, tentando não transparecer a inquietação que me consumia por dentro.

Brooke assentiu com a cabeça e eu a sentei no balcão, enquanto eu preparava algo para ela. O silêncio na casa era pesado. Cada minuto parecia arrastar-se com um peso insuportável.

– Cadê papai? – ela perguntou, com a voz inocente, mas a preocupação estava ali, escondida por trás da pergunta simples.

Aquela pergunta cortou minha alma. Eu engoli a seco, tentando não mostrar a angústia.

– Não sei, princesa. – disse, enquanto pegava uma maçã para ela. Eu a lavei, entreguei para Brooke e vi como ela mordia a fruta sem perceber a tensão no ar.

A distração momentânea de Brooke me deu um pouco de alívio, mas logo fui puxada de volta para a realidade quando ouvi o barulho da porta da cozinha se abrindo. Nathan estava de volta. Ele apareceu na entrada da cozinha e Brooke, sem perder tempo, soltou a maçã, correu até ele e o abraçou com toda a força de seu corpinho pequeno.

– Papai! – ela disse, a alegria transbordando de sua voz. Nathan sorriu, mas o sorriso não atingiu seus olhos. Ele apenas a beijou na testa, como se estivesse cumprindo uma obrigação.

– Hey, boneca. – ele disse com uma voz sem emoção, enquanto ela começava a falar sobre tudo o que tinha feito nesses últimos dias. Ele fingia escutar, mas seu olhar estava distante, como se não estivesse ali.

Eu continuei, sem muita vontade, fazendo o que eu tinha que fazer. Scarlet entrou na cozinha, e logo peguei o olhar de Brooke, que estava ficando cansada.

– Brooke, a vovó vai te pegar em breve. – falei, tentando desviar de Nathan, que ainda estava ali, sem um pingo de interesse em nossa conversa.

Scarlet perguntou se queria ajuda para arrumar Brooke, e eu concordei. Ela a pegou no colo, e Brooke, com a energia de sempre, mandou beijos para Nathan, mas ele nem percebeu.

Nathan abriu a geladeira e pegou uma garrafa de leite, bebendo direto da garrafa. Eu não disse nada. O silêncio estava pesado demais, e eu estava exausta. Exausta de tentar entender o que estava acontecendo, de tentar manter as coisas nos trilhos quando tudo estava desmoronando.

Ele saiu da cozinha sem dizer uma palavra e subiu as escadas. Eu continuei lá, na cozinha, tentando me controlar.

Minutos depois, entrei no quarto e vi as roupas dele espalhadas pelo chão. Minha paciência estava no limite. Peguei as roupas e coloquei no cesto, sem olhar para ele, sem querer fazer contato.

– Onde você estava? – perguntei, quando ele se virou no banho e me lançou um olhar fugaz.

– Colômbia. – respondeu sem nem se preocupar em me olhar nos olhos.

– E por que não me atendeu? Por que não me ligou? – minha voz saiu mais alta do que eu queria, mas já estava irritada demais.

– Porra, Kate, se vai começar com esse interrogatório, é melhor você sair daqui. – ele disse com uma frieza que me cortou por dentro.