Capítulo 02: Anthony

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São poucas as vezes que consigo ir  buscar a minha filha a escola, mas hoje eu prometi e porque também queria conhecer a professora de Hope que eu ainda não conhecia. Uma vez que mudei Hope de escola a pouco mais de 6 meses e só por isso ainda não tinha tido a oportunidade de conhecê-la. Sou um pai muito presente para minha filha, pois já basta a ausência da mãe sim assim lhe posso chamar, já que ela nunca o foi. Eu estava prestes a falar com a professora de Hope, queria me apresentar e tentar percebe o porque de minha filha e minha mãe adoram a professora, mas isso não se realizou quando uma mulher entrou aos berros assustando minha pequena.

Sua voz esterica começa por me deixar irritado e perco toda a paciência ao ver que a professora tenta falar mas ela não deixa com os seus gritos exagerados.

- Você pode se calar?.- a professora fala irritada e a mulher a olha admirada

- Você me mandou calar?.- diz não acreditando.- eu vou fazer queixa de você e irá perder seu emprego sua professorazinha de meia tigela.

- Eu estou tentado explicar, mas você não para de gritar e está assustando as meninas.- aponta para Hope e a outra menina que está encolhida em um canto.- vem aqui Rita.- ela pede. A menina olha para a mãe e depois vai para o seu colo

- Não posso crer.- ela ri de forma ironica.- primeiro bate na minha filha e agora a trata como se nada tivesse acontecido.- diz me fazendo arregalar os olhos

- Eu nunca bati na Rita.- se defende.- nunca bati em criança nenhuma.- olha para mim.

Vi seu desespero quando a mulher insinuou que ela batia nas crianças, mas em nenhum momento pensei nisso. Hope a adorava e se assim fosse minha filha nunca em momento algum chegaria perto dela.

- E então a marca que ela tem no rosto é porque?.- pergunta

- Você não explicou para a sua mamãe princesa?.- a menina nega.- quer explicar?.- ela nega

- Foi Dew papai.- Hope fala e a minha atenção vai para minha filha que está em meu colo.- Rita foi má comigo e Dew me ajudou.- deu de ombros

- Como assim?.- pergunto confuso e agora interessado no assunto

- Então as crianças se agridem e você não faz nada?.- volta a gritar

- Você pode se calar um pouco .-perco a paciência .- eu quero saber o que aconteceu e você apenas está atrapalhando

- Uma vez de cada mês eu sempre peço as crianças para desenharem alguém que mais gostem e Hope desenhou alguém que é especial, mas que não era da familia.- diz me deixando com curiosidade e olho para minha filha, mas a mesma esconde o rosto no meu pescoço envergonhada.- e Rita achou que tinha que ser alguém da família e quando viu o desenho de Hope rasgou-o. Hope começou a chorar e Andrew não gostou e para defendê-la e acabou batendo em Rita.

- Onde você estava quando isso tudo aconteceu?.- a mãe da Rita pergunta

- Eu estava adiantado alguns trabalhos para a semana e só me apercebi quando ouvi o grito de Hope.- explica.- o importante é que Rita pediu desculpa e Drew também. Hope fez outro desenho e ficou tudo resolvido.

- Minha filha foi agredida.- diz

- Agredida é uma palavra muito forte para uma briga de crianças.- digo sem paciência

- Diz isso porque não foi sua filha.- revira os olhos

- Pelo que entendi sua filha foi muito má com a minha.- digo.- mas ficou tudo resolvido porque São crianças. Agora deixe de dramas. Sua filha está bem e a marca ainda hoje passa. É mão de uma criança não fará nada.

A mulher bufa e tira a filha á força do colo da professora fazendo a menina chorar. Olho para minha filha que pega o desenho e vai até ela lhe entregando. A mulher se abaixa e beija seu rosto e ai percebo que a pessoa especial de minha filha é a professora.

- Eu adorei meu amor.- ela sorri.- vou colocar ao lado da minha cama para me lembrar de você.- ela diz fazendo minha filha sorrir

- Eu amo de voxê tia Sarah.- Hope revela me deixando surpreso

- E também amo você boneca.- seus olhos estão cheios de água. Elas se abraçam e ali vi que existe algo mais de que uma professora e uma aluna.

- Anthony Thompson.- finalmente me apresento

- Sarah Warner.- ela me da um sorriso tímido

As duas se despendem e logo Hope vem para o meu colo. Apenas faço sinal com a cabeça para a professora e saiu dali. Coloco Hope em sua cadeirinha e sigo para o lado do condutor.

- Sua professora é legal.- digo olhando para minha filha através do espelho

- Tia Sarah é legal.- ela da um sorriso fraco, mas em seus olhos vejo todo o amor que tem pela professora.

Minha filha a ama como uma mãe e hoje vendo as duas tive toda a certeza disso. E não sei se isso e bom. Pois um dia Hope não a verá mais e a dor desse sentimento pode ser algo terrível.

Assim que chego á casa dos meus pais vejo que Hope já dormiu e a pego no colo. Sou recebido por uma das empregadas dos meus pais e logo minha mãe vem ao meu encontro.

- Finalmente chegou.- minha mãe vem até mim sorrindo.- ela adormeceu?.- assenti.- estranho!

-Ela estava cansada. Hoje o dia na escola foi um pouco cansativo para ela- dou de ombros e lhe entrego Hope que apenas resmunga

- Papai.- ela levanta cabeça do ombro da avó e me encara

- Papai já vem meu amor.- deixo um beijo em sua testa e vou ter com meu pai e Heitor que já me esperam.

Ficamos a tarde inteira dentro do escritório do meu pai. Eu tinha um cliente que estava me dificultando as coisas e eles estavam me ajudando a ver a melhor maneira de aborda-lo e conseguir convence-lo a fechar o negocio.

- Desculpem interromper meninos.- minha mãe fala entrando. Sua feição está preocupada. Olhei o relógio e vi que já eram 19h

-Tudo bem mãe, nós já acabamos.- digo

- Aconteceu alguma coisa querida?.- meu pai pergunta se levantado indo até ela

- Hope está ardendo em febre.- diz me encarando

- Quê?.- me levanto.- mas ela estava tão bem.- saiu do escritório subindo para o quarto que minha filha tinha na casa dos meus pais

- Eu estranhei ela estar dormindo quando chegaram.- diz.- ela só dorme depois do lanche. Só quando a coloquei na cama é que percebi que ela não estava bem. Estava muito manhosa. Queria colo e não parava de chamar por você

.- Porque não me chamou?.- pego Hope e a deito em meu colo. Coloco minha bochecha em sua testa vendo que realmente ela está quente.

- Eu lhe dei logo o comprimido, mas parece que não fez nada.

- A pediatra dela está de ferias.- bufo

- Eu conheço uma pediatra. Ela não se importará de vir cá.- Heitor diz pegando o celular.- é só um instante.

Ele sai do quarto e continuo com minha filha no colo. Se essa mulher não aparecer em 5 minutos eu irei levar minha filha em um hospital.

- Calma filho. Crianças ficam doentes.- minha mãe se senta ao meu lado

- Eu sei mãe, mas eu não gosto de ver minha filha assim.- toco o rosto de minha boneca que está um pouco mais vermelho pela febre. Hope é sem dúvida a coisa mais importante para mim. Desde que eu sobe que ela era ainda um pinguinho de gente. Eu já amava minha princesa.- onde está Heitor com essa pediatra?.- reclamo

- Estou aqui.- ele diz entrando com uma loira atrás dele e logo atrás deles aparece a professora de Hope e não posso deixar de ver surpresa em seu olhar.

Um Novo Recomeço (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora