24 de dezembro de 2019 - 23h58min
É véspera de Natal. Para alguns, apenas dois minutos separam esse dia da data mais aguardada do ano. Para alguém como eu, nada além de dias normais e nada extraordinários. Enquanto observo a rua, sentado próximo a enorme janela da sala de estar, vejo algumas pessoas passeando com seus cães e um aperto no peito me faz perder o ar.
Quando acordei essa manhã, para colocar o almoço de Holly, ele não estava esperando na beirada da minha cama como de costume. Depois de procurá-lo na casa inteira, cheguei a dolorida conclusão de que o mesmo havia sumido.
Vasculhando a casa com a atenção redobrada, encontrei a portinhola que ele usa para ir ao quintal destrancada e – ao lembrar dos ventos da noite passada – noto que a cerca que rodeia o terreno também estava aberta.
Depois de divulgar seu desaparecimento em todas as redes sociais, colar cartazes em pontos estratégicos e sentir o coração acelerar todas as vezes que sentia a vibração do meu celular, apenas para perceber que não havia sinais do meu melhor amigo, me encontro com a pior sensação de impotência que poderia sentir.
A imagem da pequena criatura de pêlos macios e cor de caramelo vagando sem rumo pelas ruas frias da cidade, perdido, me faz cerrar os punhos e até mesmo orar para que alguma divindade interceda por ele.
Ao olhar pela janela e reparar nos flocos de neve que cobrem o chão, colorem de branco os galhos das árvores e obrigam todos a saírem de casa empacotados, não consigo evitar pensar que o pior pode ter acontecido. Entretanto, um pequeno fio de esperança persiste em me fazer acreditar que Holly pode ter sido encontrado e que é apenas uma questão de tempo para que volte.
Me levanto e sigo em direção a cozinha, determinado a preparar mais uma xícara grande de café. A apenas alguns passos do outro cômodo, sou arrancado de meus pensamentos pelo som da campainha. É impossível evitar que meu coração acelere e minhas pernas se movimentem de forma apressada em direção a porta de entrada.
Em um piscar de olhos, tenho o metal gelado da maçaneta pressionado contra a palma pálida da minha mão e a porta se abrindo.
O vento gelado espalha meus fios descoloridos em todas as direções e me obriga a piscar algumas vezes para umidecer os olhos. Ali, parado a apenas alguns passos de distância, aninhado no colo de um desconhecido, se encontra uma bolinha de pelo cor de caramelo.
— Holly?
Minha voz não sai mais alta do que um sussurro, mas é o suficiente para que o cachorro erga a cabeça em minha direção e solte um latido animado.
— Devo assumir que você é o Yoongi, certo? – Uma voz melódica atinge meus ouvidos ao mesmo tempo em que o badalar do relógio indica que a meia-noite chegou.
Ergo o olhar para, finalmente, observar o rosto ao qual devo agradecer e sinto um puxão estranho na boca do estômago quando minhas íris escuras encontram as dele.
— Sou eu sim. E você é o...?
— Jimin. Park Jimin – Seus lábios se abrem em um sorriso tão grande que faz com que seus olhos se transformem em duas pequenas fendas. – E-Eu acredito que ele é seu.
Timidamente, o rapaz que possui a minha altura estende o cãozinho em minha direção. Sem pensar duas vezes, levo minhas mãos ao encontro de Holly e o pego no colo, apertando seu corpinho contra o meu.
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snow globe - yoonmin;
Fanfiction{ONE SHOT} Yoongi não acreditava em destino, almas predestinadas, akai ito ou qualquer coisa que envolvesse um amor para uma vida toda. Mas, quando o relógio anuncia a meia-noite de Natal, o presente que ele não sabia precisar tanto aparece em sua p...