nine

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oioi

Boa leitura!

Any POV

O caminho até a escola foi silencioso, não pedi a Noah para que me desse carona e nem respondi as mensagens de Josh.

Meus pensamentos estavam a milhões por hora, o dia mal tinha começado e eu já me sentia como cacos de vidro.

Eu não compreendo o amor de minha mãe. Quem ama não machuca, ou machuca?

Desde pequena eu sentia inveja do Noah, seus pais sempre foram perfeitos. Sua mãe sempre foi muito carinhosa, era até estranho para mim ver o quanto ela era gentil. Minha mãe nunca fora assim, sempre muito seca, com declarações vazias de amor quando eram dirigidas a mim. Eu sei que não sou uma boa filha, sei que sou uma garota perdida mas eu sempre desejei que ela me amasse, aquele amor de verdade. Um amor que uma mãe sente pelo filho, mas isso parece impossível vindo da parte dela.

Quando começamos a discutir, vieram com as duras palavras novos sentimentos pra mim, novos problemas. Eu sempre fui uma garota problemática, essa palavra é a que melhor me define. Crises de ansiedade começaram a surgir quando eu atingi meus 13 anos. Eu só queria que minha mãe tivesse me ajudado desde o começo.

Eu me afastei de todos, e por mais que eu não gostasse da escola, lá eu me sentia melhor do que quando estava em casa. Noah me ajudou muito, ele foi como uma luz pra mim, e sempre que ele me ajudava eu ficava cada vez mais apaixonada.

Logo as brigas ficaram mais sérias, ela sempre fazia questão de jogar meus defeitos na minha cara. Os xingamentos foram para outros patamares, derivados de puta e drogada surgiram quando ela me viu fumando cigarro eletrônico.

Depois disso, eu me afundei mais e comecei a usar outros tipos de coisas. A sensação era como uma salvação pra mim, aqueles minutos ou horas faziam meu dia valer a pena pois eu sabia que aqueles momentos eram os únicos que me tiravam de pensamentos ruins, muito ruins.

No final das contas, eu acho que sou só uma garota que precisa de atenção ou de amor, sei lá.

Adentro na escola e vejo alguns de meus amigos em frente dos seus armários.

-- Bom dia- Joalin diz sorridente, sorrio fraco em resposta e vou no meu armário, pego meus matérias e fecho a porta sentindo o cheiro do perfume de Noah.

-- Desculpa por ontem- ele diz- Acho que foi a bebida.

-- Tá tudo bem, Noah- sorrio fraco e começo a caminhar até o jardim, ainda faltava alguns bons minutos pro sinal bater. Sinto alguém me puxar e vejo Urrea novamente.

-- O que aconteceu?- Observo seus olhos preocupados, a cor dos olhos de Noah me faz sus-pirar. Merda.

-- Nada demais ok?

-- Anyelly, por favor- ele segura minha mão- Ainda somos melho-res amigos não é?- ele sorri fraco.

-- Podemos conversar mais tarde- sorrio de volta e caminho até o jardim.

Sempre gostei desse lugar, ele me trazia uma sensação boa. Me sento em um banco e fecho meus punhos, cravando minhas unhas na palma da mão, me trazendo uma doce ardência. Apertei o mais forte que podia, aliviando um pouco os sentimentos que eu sentia.

-- Que porra você tá fazendo?- Escuto Josh falar do meu lado me fazendo pular com o susto.

-- Que susto- coloco as mãos no peito- Eu não tô fazendo nada. Vejo o garoto pegar minhas mãos com cuidado e observar os pequenos ferimentos que se criaram.

-- Por que não respondeu minhas mensagens?- Pergunta com o olhar ainda travado em minhas mãos.

-- Precisava pensar um pouco.

-- No Urrea?- Josh finalmente desvia o olhar de minhas mãos, mas começa a encarar o chão.

-- Não- respondo de imediato- Problemas em casa- dou de ombros e Beauchamp olha para mim. Se eu disse que os olhos de Noah me fazem suspirar, os olhos de Josh me fazem ir além. Aquele tom azul me faz muito mais que suspirar.

-- Sua mãe?- concordo com a cabeça- Você sabe que pode confiar em mim não é? Nosso trato vai muito além que sexo e drogas- ele sorri fraco.

-- Eu confio em você, mas se eu contar eu provavelmente vou chorar, e não quero fazer isso agora- deito a cabeça em seu ombro. Josh parece pensar um pouco.

-- Quer dormir lá em casa?- pergunta- Podemos conversar e você não tem que ficar na sua casa, você não parece se sentir muito bem lá.

-- Seus pais não vão achar ruim?- ele nega com a cabeça- Falando nisso, eles te xingaram muito quando você voltou pra casa hoje de manhã?

-- Eles não se importam comigo, Any. Nem estão em casa- ele ri tristemente- Eu estou sozinho na minha vida.

-- Sinto muito- falo sincera.

-- Eu também- fala olhando pro chão, levanto seu rosto e o beijo lentamente, me separando em seguida.

-- Eu me importo com você- observo o garoto abrir um sorriso- agora temos que ir pra aula. Nos levantamos e seguimos para a nossa sala.

Beijos meus ❤️

INTENSE LOVE-beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora