Capítulo II

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Não conseguia respirar até virar o rosto e ver quem era que estava segurando meu braço. Eu estava tomado pelo pavor só de pensar de que poderia ser o Gusta ou o Lucas, o meu tino vibrava indicando que não era coisa boa. Mas eu me tranquilizei quando virei e vi que era a Carol e a Luana.

– Iuri, a gente queria te pedir uma coisa... – foi a Carol quem falou, ela ainda segurava meu braço.

Elas poderiam pedir qualquer coisa que eu faria, o meu corpo e a minha mente estavam tomados por um estado de moleza devido ao estresse e relaxamento súbitos e seguidos um do outro.

– Oi, meninas. O que foi? – perguntei tentando não demonstrar o tamanho do susto que eu tomei.

– Vimos que o professor elogiou o seu texto hoje, eu estava com a carteira colada na mesa dele, então ouvi ele falando – A outra explicou. – A gente queria saber se tudo bem você emprestar o seu texto para a gente ler. Juro que te devolvo amanhã ou depois, no máximo.

Eu realmente não gostava de que outras pessoas lessem o que eu escrevia, por isso hesitava em responder. Mas fui compelido a aceitar pela pressão dos dedos de algum de meus colegas nas minhas costas– que descobri mais tarde, quando virei, ser o Zé, surpreendentemente. Ele era bom até em beliscar, a região ficou dormente por um bom tempo depois que ele parou de me beliscar.

– Pode ser – respondi rindo sem graça – mas só se vocês me prometerem que não vão mostrar para mais ninguém.

– Pode ficar tranquilo! A gente não mostra.

– Beleza, eu te entrego antes de a gente ir embora então, pode ser?

– Combinado!

Elas saíram na frente enquanto eu e meus amigos diminuíamos o ritmo dos nossos passos para podermos comentar sobre o tinha acontecido.

– Zé, eu nunca pensei que você fosse capaz de dar um beliscão em alguém, ainda mais um forte daqueles, eu jurava que era o Richie.

– Iuri, você é muito lerdo, cara. As meninas te dando mole e você hesitando em falar com elas do jeito certo. Parecia bicho!

– É verdade, Iuri, tem horas que você não sabe falar com as pessoas.

– Por isso que você é o único de nós que não fez nada com as meninas ainda, ficou só nos beijos, e olhe lá. – As palavras do Zé acertaram um dos meus pontos fracos.

– Não é como se isso fosse da sua conta também, né, Zé? – Respondi tentando colocá-lo no lugar dele.

– Vamos comer? Já perdemos quase dez minutos com essa baboseira de vocês dois e não comemos nada – O Richie mais uma vez tinha razão.

– Vamos. Mas o que foi aquela palhaçada sua de mandar indireta pro Lucas, Richie, meio sem noção da sua parte – resmunguei.

– Eu não achei, de verdade, acho que ele livrou a gente de se desculpar pessoalmente com o menino. – O Zé ponderou com a serenidade intelectual que esbanjava sempre. – E acho que você concorda comigo, porque você fez a mesma coisa que ele por mim.

– Eu só entrei na brincadeira.

– Nossa, você voltou chato das férias, Iuri, eu vou comer com o pessoal novo. A gente se vê depois – Richie disse isso e saiu irritado na nossa frente.

Apesar de saber que aquilo não dizia muita coisa em matéria de Richie, eu fiquei chateado de ver que íamos comer separados no primeiro dia de aula.

– A gente alcança ele lá fora, não esquenta. – O Zé já tinha sacado que aquilo não passou desapercebido por mim. – Mas você está mais estressado que o comum, sim. Você sabe que pode falar comigo se precisar, né?

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⏰ Last updated: Dec 02, 2019 ⏰

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